meias brancas

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Por parte minha

eu ficaria aqui,

entregue às ondas

de desespero

e de calmaria


Sem nada a temer

e temendo de tudo


Sobrevoando a liberdade

de um sonho lúcido

enquanto,

propositalmente,

me aprisiono

em um sono difuso


Você me diz que ser livre

é ser lá fora

é existir longe daqui


Que tudo dentro de mim,

tudo coberto pelos meus

lençóis bagunçados,

não são nada mais que

notas de uma melodia

escondida


Abafada,

silenciada

e roubada pela melancolia


Você me diz,

diante daquele espelho

mais violento

que um furacão,

as mais sujas das palavras


Aponta para mim,

com seu dedo cansado,

a culpa

de todos os dias

ficar na cama,

diante da janela

e com aquelas meias brancas


Você me culpa,

e eu culpo a cama,

a fadiga,

a ansiedade

e o medo

desesperador


E então,

eu te culpo de volta.



- meias brancas

─ 集まった詩Onde histórias criam vida. Descubra agora