Capítulo 2

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- Te fiz uma pergunta!

- Pai, é você? - falou Karol um pouco tonta.

- Você bebeu? - perguntou o rei Sevilla.

- Não.

- Estás com cheiro de álcool!

- Ok. Talvez uma ou duas doses.

- E isso te faz bem minha filha?

- E o que importa? Você também não mede as doses do espumante de Cavas, ou sim?

- Não me responda dessa maneira.

- Eu te respondo da maneira que me der vontade.

Narra Ruggero:

E foi aí que não aguentando a ousadia da sua filha, para impôr respeito, deu-lhe um tapa na face. Ainda estou surpreendido com o ato do rei Sevilla, e ainda mais pela forma que Karol segurou o rosto com o impacto.

- off -

- Eu nunca vou te perdoar.

Karol vai embora em um mar de lágrimas.

- Pai, agora sim eu digo que o senhor passou dos limites. Com licença! - disse o irmão de Karol.

O rei se aproximou da sua esposa a rainha, pois percebeu que em meio a situação ela se manteve calada, porém com uma expressão indecifrável.

- Amor?

- Não quero ouvir nada da sua parte.

- Mas ela tem que dar exemplo de uma princesa.

- Por acaso tens se comportado como o melhor pai do mundo?

- Sim.

- Enviando-a para o estrangeiro para estudar, longe de tudo e de todos que a amavam ao seu parecer foi correto?

- Claro.

- Sabes o que estou precisando realmente? Relaxar. E isso só conseguirei estando longe de ti.

A rainha vai embora. Quando esta adentra as portas do palácio o rei percebe que todos os empregados assistiram a toda cena ocorrida a pouco.

- O que vocês estão olhando? Voltem a trabalhar!

Todos os empregados se dispersam.

Com Ruggero:

- Pai, quando vamos voltar para a Itália?

- Não sei filho - responde o pai de Ruggero.

- Sinto falta da mamãe, do meu irmão e de todos.

- Em breve nos encontraremos, verás.

- Pai, falando do que acabou de ocorrer, eu penso que foi muito agressivo o que a majestade fez a sua filha.

- Ela faltou com respeito perante ele.

- Mas não era para ele dar uma tapa nela na frente de todos.

Nesse momento chega uma mensagem no celular de Ruggero. Instantaneamente ele sorri.

- Filho, espero sinceramente que não seja aquela mulherzinha que te mantém preso nessa ideia de ficar pulando de um edifício ao outro como um esporte.

- Pai, ela tem um nome.

- Mas eu não gosto dela e nem dessa loucura.

-  Mas essa é a minha vida. Já vou, pai.

- Ruggero!!

Com Karol:

- Irmã, você está bem?

Karol sai do banheiro.

- É claro que não, Pedro. Para papai não bastou me ver estudar em Paris, ele tinha que me humilhar na frente de todos e principalmente na frente de Ruggero. Por culpa dele a nossa amizade acabou. Não vou perdoá-lo.

Falou chorando e tocando no colar que seu avô lhe deu.

- Irmã, somos seres humanos e estamos sujeitos a cometer erros. Mas olhe, papai sempre quis o melhor para nós.

- Porém eu nunca me importei com dinheiro, a melhor educação ou comida e nem nada.

- Eu sei, mas para papai é importante, porque tudo o que temos é herança de nossas raízes nobres.

- O que ele se importa é ser o superior em tudo.

Ela escuta um ruído de motocicleta, por isso corre até a janela e vê Ruggero em cima de uma.

- Para onde ele vai a estas horas?

- Não sei. A maioria das vezes ele desaparece, de dia ou de noite, mas eu sempre o encoberto para papai não o castigar, porque ele é como um irmão para mim.

Ruggero percebe que alguém está o observando, olha ao redor e vê Karol, sorri e em seguida coloca o capacete e vai embora na motocicleta.

- Agora vão ser dois?

- Dois o quê Karol?

- Que você vai encobrir de papai.

Fala já descendo pela janela do seu quarto.

- Estás louca, você é o bem mais precioso que papai tem, se acontecer algo de mal a ti não sei o que pode acontecer.

- Não se preocupe, eu vou ficar bem.

GREAT ESCAPE | A Princesa e o PlebeuOnde histórias criam vida. Descubra agora