I've hurt myself - L.S.

Capítulo 3 - I'm sorry for blaming you.

Com um mês de internação Louis sentia a agonia e certeza que nunca mais veria seu amado sorrir para si aumentando a cada dia, mesmo com os médicos dizendo que a recuperação do moreno estava em um ritmo ótimo e que a reversão de seu coma era possível. Nesse tempo Louis ia todos os dias visitar o amado, às vezes até era o responsável pela vigia do mesmo durante as noites ou finais de semana, ele não tinha coragem de se aproximar muito do moreno acamado, passando a maior parte do tempo calado olhando para a face abatida de seu garoto, com a esperança de que ele poderia abrir os olhos a qualquer momento.

Com dois meses que Harry estava internado, embora seu corpo tivesse se recuperado muito bem nesse tempo, os médicos não sabiam dizer quando ele acordaria e até pediam para Louis cogitar a hipótese de desligar as maquinas para não prolongar aquele sofrimento. O moreno até então não apresentava nenhum reflexo para o que acontecia no mundo a sua volta e isso fazia os médicos acreditarem que seu coma não seria revertido, talvez eles estivessem certos e Louis estivesse se martirizando e criando expectativas falsas sobre a volta de seu amado.

Louis ainda não tinha coragem o suficiente para falar qualquer coisa para Harry, nem mesmo acreditava que ele o ouviria estando naquele estado. Liam compartilhava das ideias de Louis, apesar de que sempre que passava a noite no hospital acabava conversando com o moreno, apenas afastando o tédio e muitas vezes ria de como era estranho conversar sozinho. Por outro lado, tinha Zayn, que sempre chegava conversando com o moreno, empolgando-se com as novidades sobre seu relacionamento com Liam e até sobre o pedido do mesmo para que ele fosse morar consigo já que a vontade de tê-lo em seus dias crescia a cada segundo.

Entre as visitas e vigias mais um mês se passou sem nenhuma reação vinda de Harry, as esperanças dos três amigos já estavam se esvaindo com aquela situação e naquele dia em específico os três estavam na sala em uma discussão pesada sobre o que devia ser feito.

– Você não vê que isso está acabando com a gente? Com todos nós inclusive você mesmo, Louis – quem disse foi Liam, em um tom sério que não fazia seu tipo e que por um momento assustou Louis que nunca tinha o visto naquele estado.

– Eu não posso! Eu não posso desistir dele com essa facilidade – rebateu Louis tão nervoso quanto o próprio Liam – Se fosse o Zayn no lugar de Harry, o que você faria? Desistira dele?

– Gente, por favor, não vamos brigar – pedia um Zayn preocupado, tendo que segurar Liam quando Louis surgiu com a hipótese que fosse ele no lugar de Harry – Nós temos que pensar no que é melhor para o Harry agora. Eu duvido que ele ia querer ficar o resto da vida preso a essas máquinas.

– Não, eu não vou deixar que desliguem as máquinas, eu não vou deixar ninguém chegar perto do meu namorado – Louis rebateu nervoso, dando ênfase em "meu namorado" mesmo que essa não fosse a realidade dos dois naquele momento – Eu o amo mais que tudo na vida, se eu deixar que eles desliguem essas máquinas eu vou me culpar pelo resto da vida. Vai ser como se eu tivesse assassinado meu próprio namorado, meu amor – concluiu sentindo uma forte onda de lágrimas vir a seus olhos antes de sentar-se na pequena poltrona ao lado da cama escondendo a face nas mãos numa tentativa de conter as lágrimas.

– Desculpe interrompê-los – disse um médico entrando no quarto, analisando a situação em que os amigos estavam antes de ir até o paciente – Sei que a situação é complicada, mas o hospital não pode ficar segurando o leito por muito tempo mais. Só consigo garantir mais uma semana para tomarem sua decisão – ele disse enquanto regulava a dosagem do soro e em seguida anotava algo na ficha de Harry – De qualquer forma é melhor vocês terem essa conversa fora do hospital – concluiu em tom de repreensão pela alteração dos acompanhantes.

O silêncio preencheu a sala enquanto Liam e Zayn sairam na frente, Louis ergueu-se sem ânimo e olhou para seu amado uma última vez naquele dia, lhe tocando a mão com carinho antes de sair do quarto sem notar a lágrima solitária que escorria pelo rosto de seu amado.