Capítulo II

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Capítulo 2

_ Ei garoto! Acorde!
Meus olhos abriram lentamente, até que me dei conta, e levantei de susto.
Estava diante de um cara fantasiado guarda, parecia uma fantasia antiga, como aqueles de filmes antigos.
_ O que você quer?
_ O que eu quero? Só pode estar brincando, você está dormindo na praça, perturbando um lugar público.
_ Eu não estou perturbando nada, a onde o senhor conseguiu essa fantasia batata? - Eu o retruquei.
_ Agora já chega, venha até a delegacia, agora mesmo.
_ Mas o que eu fiz? E além do mais você nem é um guarda de verdade.
_ Agora vamos!
Ele me puxou pelos braços até a delegacia.
Me aproximando da local, comecei a olhar ao meu redor novamente.
_ Mas não pode ser....
_ O que você disse?- O guarda bufou.
_ Ahn nada,ou melhor, que cidade é essa? Algum cenário dos anos 80 de Hollywood?
_ Estamos em Mountains City, e que diabos é Hollywood?
Mountains City, ou melhor, cidade das montanhas, esse é o nome da cidade de onde eu vim, literalmente a cidade é cercada de montanhas e florestas.
_ Sabe onde eles fazem filmes, essas coisas...
_ Você é um garoto muito estranho, fala nada com nada.

Então aquele homem me levou até a delegacia, chegando lá, fomos até o que parecia ser o escritório do chefe da polícia.
...
_ Então, o que você me trouxe aqui cadete José?
_ Esse moleque estava perturbando um local público, dormindo no banco da praça.
_ hm, vejamos. De onde você é garoto?
_ Sou Mountains City.
_ Sabemos disso, aqui é Mountains City. Mas aonde você mora?
_ Espera, como assim? Aqui é Mountains City. Eu devo ter batido a cabeça. Estou ficando louco.
_ Você deve ter batido a cabeça mesmo, não fala nada com nada. Acho que sei o que faremos com você. Disse José.

_Isso mesmo, parece que o orfanato... está quase sem crianças, felizmente, graças as famílias da cidade, a maioria das crianças e adolescentes já foram adotadas. Então até que descobrimos de onde você, você ficará lá, e você também deverá ajudá-los com suas tarefas. Falou o chefe de polícia.
_ Mas antes que ir, José trate de arrumar uma roupa para que ele possa vestir, e depois leve ele até o orfanato.

O cadete acenou e me levou para fora do cômodo.

Por um momento parei de olhar para os lados e olhei para mim mesmo, eu estava horrível, minhas roupas estavam rasgadas e sujas, não era à toa que eles pareciam me julgar como um mendigo.
Mas isso era o menor dos meu problemas, a onde eu estou?
E que história de orfanato? Minha cidade nem tinha um orfanato.

O guarda me levou até o orfanato, onde eu tive que aguardar ele conversar sobre minha situação com a diretora. E alguns minutos depois a responsável do local e o guarda se aproximaram novamente de mim.
_ Agora você ficará morando aqui, até descobrirmos o que fazer. A diretora Daiana mostrará o lugar e suas devidas tarefas. Trate de obedecê-la.
O guarda então se despediu e foi embora
_ Muito prazer...garoto. disse a diretora
_ Garoto nada, tenho 15 anos, não 7 - Retruquei.
_ Olha essa boca menino. Além de mostrar o lugar vou passar as regras e tarefas que você irá desempenhar.

Foram corredores e mais corredores que andei, eu não me importava com aquilo, eu queria logo voltar pra casa, seja lá onde eu estava.

_ Você será responsável pelas limpezas de todos os corredores à partir de amanhã. Sem reclamações a propósito. A janta é servida às 19 horas enquanto o café é as 6 da manhã, 1 minuto de atraso e você não poderá comer. Seu almoço será servido em sua escola, seu uniforme já está em seu quarto, você será apresentado como estudante temporário, mas será como o primeiro dia na escola. Boa sorte.
_ Bom obrigado..., eu acho.
Depois ela me deixou ficar andando pelo orfanato para conhecer melhor o lugar. A parte mais interessante que encontrei foi a biblioteca, não era muito grande, mas tinha uma variedade de livros.
Quando percebi já era quase na hora da janta, eu não queria me atrasar então logo fui até lá.
Depois da janta, a Diretora falou:
_ Agora você deve dormir.
Ela me mostrou onde era meu quarto, perto do sótão. Era como um quarto para quem trabalhava lá, e como eu não era um órfão oficialmente eu não dormiria com os demais.
Depois disso eu me vesti e me deitei, não demorou muito, e eu estava dormindo como uma pedra.

...

_ Acorde!! Já são 6 e meia da manhã, levanta, vamos, vamos-Disse a Diretora, quase gritando.
_ Ahm? O que? Eu mal falava de tanto sono.
Desci rapidamente para a cozinha comer algo, já que já havia perdido o café da manhã, tive de comer as sobras.

Um dos funcionários do orfanato, o Sr. Márcio me levou até a escola. "Fala sério, nem sabia onde eu estava, e ainda eu tenho que ir para a escola?" Eu pensava

Depois de ser apresentado na secretaria, fui direto para o que parecia ser a minha sala de aula, a propósito me lembrava muito da minha escola.

_ Bom.. turma, temos aqui um novo colega para vocês, poderia se apresentar? Disse a professora.
_Me chamo Jones, prazer.
_ Bem vindo Jones. Todos falaram.

Apesar de estar estampado em suas caras: " Que cara mais esquisito".

_ Agora sente-se, vamos retornar a aula de matemática. Continuando, não esqueçam de anotar o dia de hoje em seus cadernos. Dia 25 de julho de 1988.
_ Com licença, não seria 2018?- Eu perguntei.

Todos riram

_ Vai demorar um bom tempo para 2018 garoto- Falou a professora rindo.
Eu assenti e procurei um lugar para sentar, havia um lugar na parede vago, quase que no fundo da sala, então decidi sentar lá.
Então agora faz um pouco mais de sentido, se aqui estamos em 1988 então eu só pude ter viajado no tempo, mas não faço ideia de como, ou por quê. Não existe como eu voltar para meu tempo? vou ficar preso aqui? Era o que passava na minha mente.

Quando consegui sentar a primeira coisa que fiz foi olhar para fora da janela. "O que eu estou fazendo aqui?"
Foi aqui que na janela eu vi o reflexo de uma bela jovem, uma colega da classe, e percebi que ela olhava para mim.
Quando me virei para ver melhor ela logo olhou para o lado.
"Não pode ser", é ela, a garota do quarto, aquela que eu quase acordei, quando do nada parei em seu quarto. Quando percebi isso, eu estava totalmente corado. E justo nessa hora ela se virou.

_ O que você está olhando?-Disse ela.
_ Nadaaa, nada não.
_ Ahn sei..., a propósito me chamo Kimberly.
_ Prazer me chamo Jones.
Ela deu uma gargalhada.
_ É eu sei, na verdade toda sala sabe, você se apresentou antes, já vi que você é um garoto estranho a propósito.

E no meio da conversa a turma toda começou a conversar entre si, o que se tornou em um tumulto.

_ Silêncio!
A sala parecia um túmulo naquele momento, a professora gritou, batendo a régua na mesa. Qualquer um se assustaria.
E foi nisso que toda a sala barulhenta se tornou uma sala quieta, e até o final da manhã permaneceu da mesma forma.
Quando o sinal bateu eu não via a hora de sair e ir embora, e com aquela pressa acabei derrubando o material de Kimberly. Que desastre.

_ Ahn não, sinto muito mesmo, como sou um idiota.

Me abaixei para pegar seus materiais. Então ela fez o mesmo, eu não era o único com pressa. Foi quando um desenho de um belo campo caiu de um dos seus cadernos.

_ Que lindo desenho, você que fez?
_ Foi sim, quer dizer, não é da sua conta!
Ela juntou o resto de suas coisas e foi embora, como se estivesse chateada.

Depois disso todos os alunos foram para o refeitório, onde nós almoçamos, infelizmente não encontrei mais Kimberly aquele dia, nossa aula já tinha acabado, e apenas alunos oficiais tinham aulas no período da tarde. Então segui direto para o orfanato sendo levado pelo Sr. Marcio.
Chegando lá desempenhei minhas tarefas, e ao final do dia eu dormir enfim.

Observador:
Obrigado a todos os leitores pelo apoio. Como esse livro está em projeto, agradeceria se postarem comentários ao encontrar algum erro ou incoerência.
Futuras revisões, edições e adições de imagens seram realizadas.
Aviso: O próximo capítulo será postado na próxima sexta, qualquer imprevisto, avisarei vocês. obrigado!

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