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Andrea desembarcou e logo aproximou-se do homem trajado em terno negro, ela sorriu largo, não esquecia daquele rosto, ele não mudará absolutamente nada.

— Olá Roy.

— Olá senhorita, quanto tempo.

— Sim, muito tempo mesmo — Disse e olhou em volta.

— Ele não pode vir, teve uma reunião de última hora.

— Ah... Não faz mal — Disse sem ânimo — Será que podemos ir? Estou cansada da viagem.

— Claro que sim.

— Obrigada — Disse ao ver o homem empurrar o carinho com as malas para o lado de fora do aeroporto.

Roy abriu a porta do carro para que Andrea entrasse, logo em seguida guardou as malas e entrou no carro dando a partida.

— Como foi a viagem, senhorita?

— Tranquila — Disse atenta ao lado de fora do carro — Esses últimos anos em Londres me fizeram bem... Nova York não mudou absolutamente nada desde a última vez que eu estive aqui.

.§.

O carro parou em frente a grande mansão e Roy desceu, abriu a porta do carro para a morena descer.

— Já levarei suas malas, senhorita.

— Eu não tenho pressa — Disse antes de seguir para dentro da residência.

Andrea olhou em volta, tudo parecia igual, o mesmo silêncio, a mesma decoração escolhida por sua mãe, seguiu para as escadas e subiu olhando para os andares de cima, ao chegar ao segundo andar caminhou pelo grande silencioso corredor, colocou a mão na maçaneta de uma das portas e abriu revelando o grande quarto, era o seu, tudo estava exatamente como havia deixado.

Caminhou para dentro do cômodo e seguiu para a grande porta de vidro, apoiou-se na mesma sem atravessar para a varanda e observou o jardim, lembrava-se que gostava de brincar por ali, ler seus diversos livros e dos piqueniques que fazia com os pais aos domingos.

Quando sua mãe morreu, ela ainda era muito menina, estava terminando o colegial, ainda recordava-se da dor de perder alguém que tanto amava, recordava-se de como tentou ser forte na frente das pessoas que lhe viam como coitada e de quanto chorou ao ficar sozinha.

Recordava-se das noites em claro, dos soluços abafados quando a sua única vontade era gritar sua dor, escutou o barulho na porta e olhou vendo Roy colocar as malas ao lado da porta, voltou a encarar a vista através do vidro e logo escutou a porta se fechar.

Tudo naquela casa refletia a vida dos sonhos que tinha antes de perder sua mãe, por aquele motivo resolverá estudar em outro país, por aquele mesmo motivo, não voltará para Nova York antes, Mary ainda estava ali, tudo naquela casa e naquela cidade, fazia Andrea sofrer como no momento em que soube que nunca mais a veria.

.§.

Às horas se passaram, Andrea desceu as escadas mexendo no celular, seguiu para a sala escutando a voz do pai, mas deduziu que ele estivesse em uma ligação, assim que chegou na porta o homem de cabelos quase brancos, a olhou e sorriu.

— Querida — Ela sorriu largo e correu até ele o abraçando com saudade — Eu senti tanto a sua falta — Disse a erguendo.

— Eu também.

— Deixe-me vê-la — Disse afastando-se, Andrea o olhou com lágrimas nos olhos, ele não estava diferente — Você cortou os cabelos — Disse acariciando-os e sorrindo largo — Não parece mais a minha garotinha, você está tão diferente.

— O senhor também.

— Fico feliz que tenha voltado para casa — Disse acariciando-a no rosto.

— Eu estou feliz por ter voltado.

— Deixe-me apresenta-las — Andrea o olhou confusa e seguiu o olhar de Richard para a mulher de cabelos platinados, sentanda com uma taça de vinho na mão — Querida, essa é Miranda Priestly... Minha noiva.

— Como?!

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