Prólogo

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Em algum lugar entre Rio de Janeiro e São Paulo, 2017.

O avião estava sobrevoando a mata fechada, a porta de carga de abriu. O barulho do vento tomou todo o ambiente e a força do mesmo fez com que eu precisasse me segurar. E então eu ouvi a voz de Roberta bradar da sala de controle:

- Quando chegarmos à zona de salto, você terá 20 segundos. Se prepare, Dandara. – ela disse sinalizando para que eu a olhasse. – Você não inventa de tentar fazer as coisas sozinha, quando localizar o esconderijo, faça contato. Nós estamos aqui para te ajudar. A Lota está aqui preparada para a ação e eu pousarei o avião na primeira clareira que avistar.

- Entendido, chefa. – falei, ajeitando o paraquedas nas costas, coloquei os óculos de salto e me aproximei da porta, encarando a escuridão à minha frente. Não era o meu primeiro salto, então não era como se eu estivesse com medo. Eu tinha falhado e eu não aceitava falhas. Lota saiu da sala de controle, deixando o avião sob responsabilidade de Roberta, ela parou ao meu lado e encarou o meu rosto, como se procurasse por alguma coisa.

- Você já estava esquecendo o comunicador. – ela disse, colocando o pequeno ponto eletrônico em minhas mãos.

- Obrigada. – agradeci rapidamente, colocando o mesmo dentro do ouvido.

- Por favor, Dandara, não banque a heroína. – ela pediu, com a voz baixa, como se fizesse um pedido muito difícil. A luz verde se acendeu e eu não precisei nem do aviso que poderia saltar.

- Eu nunca faço isso. – respondi, antes de mergulhar na escuridão. E conforme ia caindo, flashs da minha vida passaram pelos meus olhos. Dez anos atrás, a minha vida era outra. Até mesmo o meu nome era outro. Mas se você quer saber da minha história, vamos começar pelo início. Não quando eu nasci, mas sim quando a Dandara nasceu.

SaluteWhere stories live. Discover now