5 - parte 2

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DISPONÍVEIS ALGUNS CAPÍTULOS PARA DEGUSTAÇÃO.

Avistei um vestido laranja em uma loja Plus Size, ele era adornado de rosas azuis, parecia meio senhora, mas era acinturado, o que com a cinta certa, me deixaria com o quadril menor.

— Você não precisa comprar roupas em uma loja Plus Size — uma voz atrás de mim me fez dar um pulo.

— Que susto! E diga isso às lojas comuns que só fabricam até o tamanho 42.

Dustin riu.

— Este vestido parece coisa de uma senhora casada, que teve mais de três filhos e quer esconder a pochete. Vamos a um shopping.

Não sei porque o segui, mas acabei indo com ele, no carro dele, até o shopping mais próximo. Estranhamente ele não foi idiota durante o percurso, mas foi ao descermos do carro. Ele estacionou, abriu sua porta e se dirigiu ao elevador, e quando eu fui sair, minha bolsa caiu, de boca para baixo derrubando tudo no chão do estacionamento e debaixo do carro. Olhei para ele esperando ajuda, mas tudo o que ele fez foi me pedir para fechar a porta para que ele pudesse acionar o alarme.

Ficou me olhando ao longe enquanto eu juntava tudo, e ainda teve coragem de me fotografar no chão do estacionamento de quatro, tentando alcançar o que caiu debaixo do carro.

— Quer deixar de ser imbecil? — reclamei.

— O que caiu aí embaixo que é tão importante para você ficar de quatro e me dar essa visão privilegiada?

— Meu batom! E minha dignidade.

Desisti do batom e levantei-me desanimada.

— Por favor, apague essa foto. Você disse nada de humilhações, lembra? — pedi.

— Não vou mostrá-la a ninguém. Vou usá-la de inspiração para orgasmos solitários.

Não dei uma resposta porque não fui capaz. Joguei a bolsa no ombro e me encaminhei ao elevador.

De fato, consegui achar peças que me serviam em lojas de departamento comuns. E só o fato de não ser Plus Size me fazia sentir dois quilos mais magra. Mas nada ficava bom. Vesti uma blusa peplum e desfilei para Dustin que disse que estava bom, mas quando olhei-me no espelho, me achei um botijãozinho de gás com capinha. Ele riu alto da minha análise e me mandou trocar de roupa.

Coloquei um macacão, ele disse que o decote era impressionante, mas quando me olhei no espelho, parecia que eu estava grávida. Ele disse que isso era ridículo e que não estava vendo barriga nenhuma, mas eu a via. Seriam trigêmeos e eu já precisava parir naquele momento.

Na quarta loja, enquanto meu estômago roncava e Dustin insistia que eu comesse alguma coisa, peguei um vestido rodado.

— Nem pensar, já consigo imaginar os defeitos que você vai colocar, isso é igual aos outros seis vestidos que você experimentou antes. Pegue algo diferente. — Ele entrou na loja e me apareceu com um vestido preto, rendado, tubinho.

Olhei para ele, olhei para o vestido e caí na gargalhada.

— Você só pode estar louco se acha que isso vai entrar em mim.

— Esta é uma loja Plus Size, eles devem ter o seu tamanho.

— Não! — Coloquei as mãos no cabelo e fingi chorar.

No fim das contas, amiga loja Plus Size, nos encontramos de novo. Peguei o vestido, que realmente era lindo e tive uma conversa mental com ele, para que pelo menos me servisse. Porque seria muito constrangedor entrar em uma loja Plus Size e não achar nada. Dustin me zombaria o resto da semana e eu até que estava gostando dele no modo não tão idiota.

— Quantos quilos você está acima do peso? Cinco? — Dustin perguntou dez minutos depois de eu ficar olhando o vestido com medo de colocá-lo.

— No mínimo quinze — confessei sem graça.

— Não é muita coisa — disse convicto, fazendo-me olhá-lo.

— Vindo de um modelo fitness, acho que vou acreditar.

Ele colocou uma mão em cada lado dos meus ombros e me virou de frente para ele.

— Carolina, esses quinze quilos estão deliciosamente distribuídos em um par de seios enlouquecedores e uma bunda que não vou comentar porque estarei entrando nas conotações sexuais que você não quer que eu entre. Coloque logo esse vestido e me dê mais uma visão para um orgasmo solitário. Vá.

Ele me empurrou até o provador e me deu um tapa na bunda antes de eu entrar, arrancando um olhar invejoso da segurança parada ali.

É! Ele está comigo, sua magrela! Só que não!

O vestido era a coisa mais linda que eu já havia visto. A parte de cima era de renda, com um decote grande, mas nada exagerado. Ele apertou minha cintura e havia uma fenda na perna esquerda. Era perfeito. Senti-me realmente linda com ele. O tirei rapidamente, Dustin poderia achar algum defeito e me tirar de minha bolha ilusória, então decidi levá-lo sem a aprovação dele.

— Não gostou do vestido? — ele perguntou ao me ver sair do provador com a minha roupa.

— Adorei. Vou levá-lo.

Ele não estava realmente interessado em me ver com mais uma roupa então nem reclamou. Paguei o vestido chorando pelo arrombo na minha minúscula conta e fomos almoçar.

— Você vem para o treino à tarde ou estará desmaiada por conta dessas folhas? — perguntou com uma careta para a salada no meu prato.

— Por que você pode comer tanta carne? — perguntei invejosa.

— Porque eu malho para isso. Você devia experimentar.

Fiz uma careta e comemos em silêncio. E saí do shopping morrendo de fome.

Fiz questão de não voltar com Dustin, porque precisava buscar o garotinho de quem sou babá na escola e levá-lo para sua aula de karatê. Mas combinei de encontrá-lo à tarde no galpão para filmar um pouco de seu treino.

DEGUSTAÇÃO - Um grande problemaOnde histórias criam vida. Descubra agora