Um conto

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Maria

Nunca foi santa. Inocência era uma palavra desconhecida. Amor é só um eufemismo.
 Durante o dia ela estudava o mundo. Durante a noite o mundo a estudava.
 Maria não podia reclamar da vida, tivera mais sorte que sua mãe e suas irmãs. Ela ainda podia fazer escolhas e estudar.
As condições? Precárias.
 Quem via aquele rosto angelical nem sequer poderia imaginar do que ela era capaz.
Mas, não era aquilo que chamamos vida dupla.
 Uma garota de 16 anos, bela e audaciosa. Admirada sob todos os aspectos Maria encantava a todos.
Mas ela também tinha suas ambições.
 Todos os dias ela sonhava ser diferente, mesmo sabendo que Decência era algo inalcançável.
 Maria tinha desejos incompreensíveis para todos ao seu redor. O único prazer que buscava era uma esperança fingida.
 Era um anjo atraente e sensual, uma jovem criança perdida.
Felizes aqueles que não sabiam a verdade.
 Uma garota sabe a hora certa de chorar e sempre se adianta. Porém, a indiferença substituía qualquer emoção que aquela pequena mulher poderia ter.
 Beleza é algo perigoso? Nem tanto. Tamanha miséria era a vida daquela "santa".
 Maria é um dom, uma certa magia.
Maria foi violentada a vida inteira. Ela não poderia escapar de seu triste destino.
Tudo mudou na noite em que após se embriagar, seu pai a espancou até a morte, não sem antes proporcionar um último prazer a filha.

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