"Pesseguinho, me encontre na esquina do próximo quarteirão."
Li a mensagem enviada por Changkyun, suspirando ao me lembrar que havia aceitado ajudá-lo a estudar. O que eu tinha na cabeça? Pior, eu havia me vendido por uma caixa de chocolate.
Suspirei mais uma vez.
Era melhor eu ir logo antes que ele mudasse de ideia e me desse uma surra mesmo.
Saí do colégio, caminhando calmamente em direção ao local que o moreno havia indicado. Vez ou outra eu esbarrava em algum aluno ou ouvia alguma piadinha idiota vinda de algumas das garotas do terceiro ano.
- Não vejo a hora delas irem embora. - Resmunguei para mim mesmo, alargando o passo para me afastar logo daquele lugar. Cheguei ao local que Changkyun havia indicado, porém não o avistei ali, havia apenas um carro preto muito caro parado alguns metros adiante e um rapaz uniformizado parado de costas para uma das portas. Observei todos os lados.
- Kihyun. - Changkyun me chamou e eu virei em um sobressalto. O garoto estava parado diante da porta que o rapaz abrira e eu me perguntei o que ele fazia dentro daquele carro. - Vem logo. - Bradou sério e eu engoli em seco, assentindo e logo caminhando em direção ao veículo. Aproximei-me desconfiado, observando o local com cautela após o Im ter se sentado. - Está com medo, Pesseguinho? - Questionou malicioso e eu sorri sem jeito.
Changkyum realmente não notava que eu estava prestes a infartar? E se aquilo fosse um sequestro? E se ele fosse me estuprar e jogar o corpo no mato?
- Entre por bem ou eu te arrasto a força. - Ditou sério e eu travei ainda mais com isso.
- Mestre Im, não assuste o garoto. - O rapaz uniformizado falou e por um momento, creio que ele segurava em minhas costas, amparando-me.
- Jaebum, eu já não pedi para não me chamar assim? - Changkyun reclamou irritado e o rapaz riu levemente.
- E eu já disse que não posso fazer isso, Mestre Changkyun. - O tal de Jaebum me colocou dentro do carro como se eu fosse um simples boneco. Sentei-me ainda atordoado, encolhendo-me contra a porta quando ela fora fechada.
- Ridículo. - Changkyun ditou em desdém para o mais velho e voltou sua atenção para mim. - Vem Pesseguinho, eu ajudo a colocar o cinto. - O mais novo inclinou-se em minha direção, passando o cinto de segurança por meu corpo e prendendo-o em seguida. - Não tenha medo, eu só mordo se você quiser. - Sussurrou em meu ouvido e eu contive a vontade de gritar.
Por que estar perto de Changkyun sempre me deixava com dor de estômago?
- Kihyun, você sabe cozinhar? - O Im questionou após longos minutos e eu demorei a perceber que ele falava comigo.
- Só o básico. Por quê? - Encarei-o desconfiado, não querendo imaginar o que se passava pela cabeça daquele delinquente.
- Sabe fazer brigadeiro? - Sua expressão era levemente animada e isso me deixou um pouco assustado.
- Sim. - Respondi receoso, sentindo minha pele se arrepiar.
- Ótimo. Jaebum, pare no mercado, por favor. - Ordenou ao motorista e o mais velho o encarou pelo retrovisor ao estalar a língua.
- Mestre Im, sua mãe não gostará nada disso. - Iniciou calmamente, fazendo a expressão solene de Changkyun transformar-se em uma carranca.
- Ela só saberá se alguém contar e eu já dispensei os empregados, então... - Incitou secamente, indicado ao rapaz que ele teria problemas caso aquilo fosse descoberto.
Deus, Changkyun é horrível!
- Como quiser então. - Direcionou o carro para o supermercado, estacionando e logo descendo do veículo. Abriu a porta para Changkyun e eu permaneci em meu lugar.
- Kihyun, vamos. - Changkyun me chamou sério e eu prontamente desprendi o cinto enquanto o motorista abria a porta para mim. Desci do veículo envergonhado, não sabendo lidar com toda aquela mordomia.
Changkyun praticamente me arrastou para o supermercado e confesso que fiquei muito envergonhado com o fato dele agir como uma criança quando chegamos ao corredor cheio de salgadinhos.
Qual o problema desse garoto?
☆☆☆☆☆☆☆
- Achei que tivesse me chamado para te ensinar Biologia. - Falei assim que o mais novo me arrastou para a cozinha, praticamente jogando minha mochila no meio do caminho.
- E foi para isso que te chamei, mas convenhamos que ninguém trabalha de barriga vazia. - O tal de Jaebum entrou no cômodo e deixou as sacolas sobre a bancada. - Obrigado. - Fez uma reverência para Changkyun e saiu.
Observei o local onde estávamos, notando o quão grande era o cômodo. A geladeira então, nem se fala, era daquelas prateadas bem largas e tenho certeza que aquilo custou os olhos da cara.
- A sua casa é bem grande. - Ditei baixo, observando de um lado, a sala de estar por onde passamos ao entrar na casa e do outro a sala de jantar, com um vaso muito chique colocado em uma pequena mesa no canto.
- Na realidade, isso é chamado de mansão. - Pontuou indiferente e eu revirei os olhos pelo comentário.
Nunca em um milhão de anos eu achei que Changkyun fosse só um garotinho esnobe e mimado.
- Burguês. - Falei sem pensar, sentindo meu rosto esquentar em seguida. Changkyun riu levemente e apoiou-se no batente da porta.
- A culpa não é minha ter nascido em família rica. - Ditou um tanto sarcástico e eu tive vontade de arrastar a cara dele na bancada, porém, me controlei e tentei concluir meu objetivo.
- Changkyun, onde estão as panelas? - Questionei após um tempo, percebendo o quanto era horrível usar a cozinha de outra pessoa. Encarei o mais novo por um momento, não conseguindo decifrar sua expressão.
- Naquele armário ali em cima. - Apontou para um armário a minha direita e eu assenti antes de caminhar até lá. Estiquei-me o máximo que pude e só então me toquei que não alcançaria aquilo nem que eu quisesse.
- Mas eu não... - Iniciei minha reclamação, virando-me rapidamente e me surpreendendo ao notar Changkyun parado atrás de mim. - O que você... - Não tive tempo de terminar, pois instantes depois, senti os lábios dele pressionarem os meus.
Fiquei surpreso por um momento, agarrando-me atordoado em seus braços. O mais novo afastou-se, encaramdo-me brevemente antes de sorrir de lado.
- Você é muito bobo, Pesseguinho. - Sussurrou brevemente, seus lábios roçando-se aos meus durante sua fala. Pensei em protestar, mas mais uma vez, sua boca já estava colada a minha, dessa vez com uma pressão maior. Changkyun prensou-me contra o armário e eu me agarrei ainda mais aos seu braços.
Aquilo estava realmente acontecendo?
O Im afastou-se lentamente, encarando-me curioso.
- P-Por que fez isso? - Questionei nervoso, não sabendo como lidar com a queimação em minhas bochechas.
- Sua boca é bonita. - Deslizou o polegar sobre meus lábios, logo separando-os brevemente. Changkyun voltou a aproximar-se, dessa vez deixando uma leve mordida em meu lábio inferior. - E eu gosto do seu cheiro. - Abraçou-me em seguida, deslizando seu rosto por meu pescoço.
- Sem vergonha. - Falei constrangido, agradecido por ele não estar vendo meu rosto naquele momento.
- Não tenho mesmo. - Disse malicioso, deslizando a língua levemente por minha orelha. - Eu volto já. - O moreno afastou-se e eu fiquei estático em meu lugar. Ele indicou um armário do outro lado da cozinha e eu demorei uns 2 segundos para entender do que ele falava. Changkyun deixou o cômodo com um sorriso tão grande que me deixou até assustado. Apoiei minhas mãos sobre o armário, virando-me e respirando fundo.
Changkyun havia me beijado e mesmo que ele tenha dado seus motivos, ainda assim eu não via razão para isso.
Suspirei mais uma vez.
Eu ainda podia sentir a pressão dos lábios dele sobre os meus.
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Não tenho nada a declarar hahahahahaha
Até sábado *joga purpurina*
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Good Boy 《ChangKi》
FanfictionE essa é a história de como eu, Yoo Certinho Kihyun, acabei me tornando namorado de Im Safado Changkyun. [18/06/2021] #1 - changki [06/07/2019] #2 - boyslove [22/08/2020] #3 - hyungwonho ⚠️ NÃO ACEITO ADAPTAÇÕES DESSA OBRA ⚠️