Capítulo 1

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              Era mais um dia trancada naquele castelo. Claro,bastarda não pode ser exposta em público.
             Me levanto e coloco meu vestido longo de cor amarelo claro, penteio meu cabelo que vai até abaixo da cintura,ou seja,pegando no meu bumbum,depois vou direto aos sapatos da mesma cor que o vestido e coloco minha tiara.

– Posso entrar princesa, ou está se trocando? – Pergunta Leonor.

– Claro que pode, entre.– Falo.

– Seu pai me disse que era para lhe  trazer o café da manhã no seu quarto, porque ele tinha pendências á resolver.– Fala ela com a bandeja na mão.

– Não era necessário trazer aqui, você sabe disso muito bem, eu posso simplesmente ir á cozinha e pegar meu café da manhã. – Falo pegando a bandeja da mão dela.

– Mas são ordens do seu pai princesa Victória.– Fala ela sorrindo.

– Tá bom, mas mesmo assim, não precisa disso tudo.– Falo.

– Você é muito gentil mas, é o meu trabalho e agora tenho que me retirar, deseja algo?– Pergunta ela me olhando.

– Não, obrigada.– Sorrio.

               Tomo meu café da manhã e logo vou direto ao meu jardim, onde eu me sinto em paz.  
            Sabe, me alivia de tudo, me faz esquecer de tudo e de todos, me faz bem este lugar, porque as tristezas vão embora,a minha mente fica mais leve e eu só lembro de momentos bons com a minha mãe. Ela era uma das únicas que me fazia sorrir de verdade, um simples sincero sorriso dela também já era o suficiente para o meu dia melhorar.
            Meu pai mudou muito desde que minha mãe morreu, ficou mais fechado, não me deixa sair, as vezes penso que, ele nunca gostou de mim, nunca me considerou como uma filha, talvez era só inocência de criança ao acreditar em alguém, por gestos falsos e mentirosos. Acho que ele me trancou nesse castelo porque eu sou uma bastarda, não nasci princesa e as vezes eu não sei o porquê ele me mantém aqui, sendo que não gostas de mim.

– Ah mamãe como você faz falta.– Suspiro e digo em voz baixa.

           Meu pai me disse que eu lembro a mamãe, com os olhos claros, cabelos cor mel e bem longos cacheados, lábios carnudos e com um sorriso exatamente igual.
           Eu me olho no espelho e as vezes da vontade de chorar, eu vejo minha mãe ali e recordo daquela noite horrorosa que traumatisou a minha infância de uma forma marcante difícil de esquecer.
            Vou até a cozinha e ouço uma das criadas falarem.

– Ela é uma bastarda? Não tem sangue de princesa? – Pergunta meio que quase um sussurro.

– Sim, a mãe dela era uma pebleia, o rei casou - se com a mãe dela quando a garota tinha 7 anos de idade.– Responde a outra.

– Feitiçaria com certeza.– Fala uma das cozinheiras.

– É claro! Um rei com uma pebleia de quinta? Ela com toda certeza queria poder.– Fala a outra.

             Saio dali rapidamente e vou para o meu quarto, tentando segurar o choro. Será que elas não tem respeito pela minha mãe só porque era uma simples pebleia? Isso é pior que tudo!
             Eu nunca fui uma garota que anda sempre triste ou armagurada por tudo que aconteceu na minha vida. Eu sou uma garota doce, gentil e sempre ando sorrindo, as vezes tenho muita coragem, mas as vezes o medo me consome, mas eu consigo equilibrar isso, pelo menos eu tento. Eu não tenho um tão gênio difícil de lidar, eu amo animais e amo cantar também, mas aqui é sempre difícil. Não pode isso, não pode aquilo, as vezes me pergunto  se sempre será assim.
 
– Mamãe, eu te amo!– Vou a janela e deixo minhas lágrimas rolarem em meu rosto. Logo vejo um lindo lobo branco, me encarando, limpo as lágrimas e encaro ele também.

               Não sabia que tinham lobos por aqui, só ouvia Leonor falar, mas pensei que era só invenção das pessoas.

Princesa VictóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora