O aeroporto de Valência estava cheio, pessoas passavam apressadamente com suas enormes malas como se todos coincidentemente estivessem atrasados.
Uma mulher com cabelos vermelhos esbarrou nele e pediu desculpas, antes de se dirigir apressadamente para o embarque.
Em uma das mãos ele carregava seu livro "Filosofias da Vida" que tanto admirava, de capa dura vermelha, e na outra o pincel azul com entalhes dourados, olhou para o relógio, eram 13h25min e seu voo sairia em alguns minutos. Era maluquice o que ele pretendia fazer, sabia disso, mas tinha a consciência de que era o que queria, sabia que arrependimentos não se manifestariam nunca de sua parte.
Se dirigiu ao detector de metais, em seguida para a aeromoça que revistava os passaportes, era uma moça negra com uma roupa azul escura, tinha um batom vermelho forte na boca, igualmente da cor de seu livro sobre as filosofias da vida, 13h32min.
Ao entrar no avião se dirigiu ao seu assento, que era na janela, gostava de viajar assim, para admirar o tapete de nuvens que se formaria quando estivesse no alto, para apreciar o pôr do sol quando ele estivesse mergulhando para o Oeste, e para ver toda sua realidade lá do alto.
13h47min ele encostou a cabeça na poltrona e fechou os olhos, ficou pensando em como o mundo é um lugar cheio de enigmas, e como nunca paramos para pensar que fazemos parte disso, até que os fatos do cotidiano nos leva a refletir e filosofar sobre o assunto. No final fomos feitos para sofrer, amar, chorar, se surpreender e surpreender, em suma, o nosso dever deve ser apenas experimentar essa mistura de sentimentos sem fim decretado.
Nossa missão é sentir... É viver...
14h00min o avião lançou voo e saiu do chão, rumo ao céu.
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Codinome Sofia - Murilo Godoi
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