"ondas quebrando"

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Já era noite quando Lily chegou em casa, e não conseguia pensar em nada além da descoberta que tinha feito. A estranha mulher dona de uma multinacional tinha o rosto exatamente igual ao dela. "Mas a irmã Moros nunca me disse nada sobre irmãs gêmeas".

Decidiu então revirar suas coisas procurando por algo que a ajudasse a lembrar do passado. Alguma foto, algum contato, algum diário, alguma lembrança. Lembranças ela tinha, do orfanato, das crianças, da irmã Moros, mas nenhuma Adara. "Se eu nunca vi ela antes, porque eu sinto que eu a conheço?", pensava em voz alta. Ver a foto da sósia na tela do computador despertou em Lily não apenas o susto, mas também algo que ela não conseguia entender.

Enquanto mexia em caixas de documentos, achou um pequeno cartão com um telefone. Era o orfanato que cresceu, Santorini, regido pelo Estado. Esperava que ele ainda funcionasse, dado o quão velho aquele cartão era. Se aproximou do telefone, um pouco trêmula, e discou o número indicado naquele pedaço de papel. Um toque. Dois toques. Três toques. Quatro toques. Lily começou a perder a esperança de que alguém fosse atender e decidiu desligar. "Talvez não dê certo", pensou. "Já está tão tarde, posso tentar de novo amanhã".

Taliah se sentia animada em começar seu primeiro dia de trabalho na academia

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Taliah se sentia animada em começar seu primeiro dia de trabalho na academia. Conheceu o apê de Aida ontem e já se instalou no seu pequeno porém aconchegante quarto. "Bem melhor do que onde eu estava antes", se pegou pensando.

O serviço não era pesado, mas também não era luxuoso. Se sentia tranquila. Nos intervalos, estava desenhando em seu caderninho. Sempre gostou de desenhar e chegou um dia a acreditar que se tornaria uma grande artista. "Se todas as merdas em Olimpe nunca tivessem de fato acontecido, quem sabe onde eu teria chegado?" - às vezes ela imaginava.

Inspirada pela paisagem fria com um sol tímido, se pôs a desenhar sentada num corredor perto da aula de spinning, esperando para limpar. Até que ouviu uma voz masculina, bem de leve, dizendo: "Seu traço é muito lindo". Seu instinto sempre a fez alerta de homens chegando de fininho, então se assustou. Até que olhou e viu uma figura doce e sorridente olhando de uma certa distância, como se respeitasse o seu espaço. "Muito obrigado, senhor...", não completou a frase, pois não sabia quem ele era. "Gutherie", ele disse. Taliah ficou insegura de pronunciar o nome. "Ah, sim.. é 'Gutérie'", disse o homem, rindo.

- Ah, sim. Muito obrigado Gutherie.

- Você é uma artista? - indagou o homem.

- Eu? Não... - soltou um risinho no final. Quem dera, na verdade. Eu só gosto de pintar e desenhar.

- Nunca é tarde para tentar, você sabe? Eu tenho um estúdio de pintura logo ali do lado. Se quiser, se sinta à vontade para dar uma passada lá depois do expediente. Aqui meu cartão. - o homem pegou um cartão de visita do bolso e entregou para Taliah. Ela parou por um segundo para admirar. - Te vejo mais tarde, certo?

- Com certeza! - disse Taliah, animada.

Taliah não via a hora do expediente acabar naquele dia.

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