[CaPiTuLo 1]

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Clarisse

Eu me chamo Clarisse Miranda, tenho 19 anos de idade, eu não sei o que fiz de errado para eu viver o inferno que vivo dentro da minha própria casa. Aqui a tristeza era mais presente do que a luz do sol. Meus pais pareciam carregar o peso do mundo em seus ombros e descontava tudo em mim, estava sentada no sofá assistindo televisão quando ouvi os passos pesados de meu pai descendo nos degraus da escada e logo após se aproximando de mim.

— Clarisse! O que você está fazendo aqui? Não tem algo mais útil para fazer não?— meu pai fala desligando a televisão , sua voz era áspera, carregada de frustração e amargura. Eu abaixei a cabeça, sentindo meu coração apertar.

— Desculpe, papai. Eu estava apenas…— tento argumentar mais ele me interrompeu com um grito impiedoso.

— Não quero ouvir suas desculpas! Você é um estorvo nesta casa.— Ele grita e eu já sinto as lágrimas se acomularem em meus olhos, minha mãe, normalmente silenciosa, estava na cozinha, mas seu olhar vago e distante mostrava que ela não estava realmente ali.

— Clarisse, vá para o seu quarto. Seu pai está zangado.— Mamãe fala e eu não questiono só faço o que ela mandou, pois sei que se eu ficar será pior para mim.

Eu subi as escadas, sentindo os soluços presos na garganta. Meu quarto, se é que eu posso chame esse lugar de quarto, pois é mais um cubículo cinza do que um lugar para que eu pudesse me sentir relaxada, mais assim mesmo era o único refúgio que eu conhecia.
À noite, enquanto o silêncio da casa era quebrado apenas pelo som da chuva contra as janelas, eu rezava baixinho.

— Por favor, Deus, me dê forças para suportar tudo isso. Ajude-me a encontrar uma saída, eu não sei até quando vou poder viver assim.— peço sentindo as lágrimas rolarem pelo meu rosto e naquele momento eu sentia que, mesmo em meio à escuridão, havia uma chama frágil de esperança, eu sabia que um dia, de alguma forma, eu encontraria a minha luz e poderia viver feliz longe desse cativeiro.

Clarisse subiu para o quarto e, ao fechar a porta, pôde ouvir os murmúrios exaltados de seus pais vindos do andar de baixo. Ela se encostou na parede, tensa, tentando não ouvir, mas a preocupação a consumia e devido a altura ela conseguiu ouvir a conversa deles.

— Jhon, você não acha que está na hora de deixar a Clarisse em paz? Ela é nossa filha, você faz ela sofrer muito.— Susan mãe de Clarisse fala para o marido

— Se eu fosse você ficava quieta Susan, não queira fazer as coisas piorarem.— ele fala entredentes.

— O que você quer insinuar com isso?

— Você sabe muito bem, não me deixe falar em voz alta, agora some da minha frente antes que eu acabe descontando em você também.

— Eu não te reconheço mais, você não é o homem com quem me casei.— Escuto minha mãe dizer e logo ouço passos dela subindo as escadas, fecho meus olhos, e deito na cama torcendo para dormir logo em seguida.

(...) NARRADO PELA AUTORA

Clarisse desperta com o som brusco da porta do quarto sendo aberta, revelando seu pai, cujo rosto está marcado pela irritação. Ele bate as mãos na porta do quarto, impaciente.

— Clarisse, está na hora de acordar. Você precisa fazer o café da manhã. Não vou tolerar preguiça hoje.— Jhon fala com a voz áspera

— Pai, ainda está muito cedo. E eu não estou me sentindo muito bem. ..Posso fazer o café mais tarde?

Seu pai fica cada vez mais impaciente, erguendo a voz.

— Não há tempo para preguiça aqui! Você precisa fazer o café agora mesmo, levante.—Ele fala com raiva

Clarisse suspira e se levanta, sabendo que discutir só pioraria as coisas. Ela se veste rapidamente e desce até a cozinha, onde começa a preparar o café da manhã com pressa.

— Mais rápido, Clarisse! Não tenho o dia todo!— Ele fala observando a filha com desaprovação

Clarisse trabalha com diligência, tentando acelerar o processo. O clima na cozinha é tenso, e ela se sente presa em um ciclo de obrigações sem fim.

—Pai por favor me deixa descansar um pouco, eu não estou me sentindo bem.— ela fala suando frio e um pouco zonza

— Trabalho vem em primeiro lugar. Você já deve saber disso.— ele fala ignorando os chamados da filha , vendo que não tinha outra opção que ele não iria seder, Clarisse tentou o seu melhor para terminar logo, pois via a hora de cair a qualquer minuto.

À medida que ela continua a trabalhar, a sensação de injustiça a envolve. Ela anseia por um momento de descanso e liberdade, longe das expectativas e demandas de seu pai. Mas, por enquanto, ela está presa em suas obrigações, fazendo o café da manhã sob o olhar atento e crítico de seu pai.

Jhon e Susan se sentam à mesa, vorazes, prontos para devorar a refeição que Clarisse preparou com tanto esforço. O aroma delicioso enche a cozinha, mas a ansiedade de Clarisse cresce à medida que ela observa a situação se desenrolar.

— Hum, isso está ótimo, Clarisse. Você realmente sabe cozinhar.

— Sim, querida, você fez um bom trabalho.— sua mãe Susan fala sorrindo

Clarisse força um sorriso de agradecimento, mas seu coração se aperta ao perceber que a comida que preparou está sendo consumida sem consideração, e ela estava morando de fome, fazendo ela ficar ainda pior com a tintura que lhi atinge.
Enquanto Jhon e Susan se servem generosamente, Clarisse observa a quantidade de comida no prato deles diminuir rapidamente. Ela tenta esconder sua decepção, mas é difícil não se sentir magoada.

_ Pai, mãe, eu também gostaria de comer.

Clarisse fala e seus pais não dão ligaça para o que ela disse, as vezes ela fica muito confusa com tudo que acontece em sua vida, uma hora sua mãe parece se importar com ela, mais na outra agi de forma fria e isso está prejudicando muito o psicológico de Clarisse, ela com seus 19 anos só saiu de casa duas vezes, sempre que sai é para o mercado que tem perto da sua casa ou para o hospital, ela não sabe nada da vida lá fora.

Salva Pelo Mafioso ( Degustação)Onde histórias criam vida. Descubra agora