Acordei com o som do meu telemóvel a vibrar em cima da mesinha de cabeceira. Abri os olhos e fechei-os logo. Apesar de ser de noite (pois eu dormira a tarde inteira) a pequena luz do meu telemóvel ofuscara logo a minha visão, que mesmo apesar de ser pequena nao deixava de ser forte.
Comecei às apalpadelas à mesinha de cabeceira com o objetivo de encontrar o telemóvel sem precisar de abrir os olhos. Mal o encontrei este tinha parado de vibrar mas fiquei tão curiosa que mesmo assim abri os olhos e desbloquiei o ecrã. Um sorriso nasceu logo nos meus lábios. A imagem de fundo do meu ecrã era uma fotografia minha, da minha irmã e do Ruppert a fazer caretas. Mas mal olhei para o rosto da minha irmã apercebi-me que o dia ainda não tinha acabado e logo as lágrimas me caíram dos olhos. Respirei fundo, olhei para cima, limpei as lágrimas e sorri lembrando-me do dia daquela fotografia.
FLASHBACK ON#
"Meninos chegamos!" exclamou a minha mãe não contendo ela também o seu entusiasmo.
"YEEEEAAAAH" gritamos os três em sintonia. Eu e o Ruppert tinhamos 7 anos e a minha irmã 15. Foramos ao circo todos pela primeira vez.
"Mãe vamos ver muitos palhaços não é?" perguntei tendo um sorriso adoravel da minha mãe e um acenar de cabeça a dizer que sim
"O meu pai disse-me que também iamos ver muitos animais como leões e cobras e tigres e cães que sabem fazer muitos truques e elefantes e cavalos e muitos outros!"
"Ahahah sim Ruppert vamos ver muitos animais! Daisy, a máquina fotográfica?" perguntou a minha mãe à minha irmã ainda a rir-se do comentário de Ruppert
"Está aqui mãe!" respondeu a minha irmã também a rir-se do comentário de Ruppert.
"Vamos tirar uma fotografia para nos lembrarmos deste dia?" perguntei-lhes a fazer olhinhos obtendo gargalhadas vindas da minha mãe e da minha irmã como resposta. A minha mãe pegou na máquina fotográfica, ordenou à minha irmã que fosse para ao pé de nós e disse-nos para fazermos umas caras divertidas.
FLASHBACK OFF#
Ri-me olhando para a fotografia de novo e observando as nossas caras. De repente lembrei-me de ver o porquê do meu telemóvel ter vibrado tanto tempo. Abri as notificações e li:
"duas chamadas não atendidas Brother <3 cinco mensagens não lidas"
Fui primeiro às mensagens pois poderia haver alguma mensagem do Ruppert para eu saber mais ou menos o porquê dele me ter ligado mas, ao abrir a caixa de mensagens reparei que não eram todas do Ruppert. Três eram dele, uma da minha mãe e outra de um número desconhecido. Abri primeiro a da minha mãe e li:
"Filha vou demorar um pouco a chegar a casa por causa do trabalho. Provavelmente chego de madrugada, desculpa. Não te importas de jantar sozinha hoje? Eu liguei para a mãe do Ruppert e ela disse que o Ruppert já te tinha ligado para saber como estavas. Está tudo bem? Eu sei que hoje eu devia ter ficado aí contigo... Tu és uma menina muito forte sabias? Liga ao Ruppert ele está preocupado contigo. Um beijinho querida, até logo"
A minha mãe era daquelas mães que escrevem montes de texto ao telemóvel mas sem nenhum erro ortográfico. Respondi-lhe logo apenas dizendo que estivera a dormir e que só reparara agora despedindo-me com um beijinho e dizendo que gosto muito dela. De seguida abri a mensagem do número desconhecido.
"Que belo dia hoje e tu passas a tarde a dormir. Ainda não foste ao cemitério babe? Ahahah só não sei porque não segues o caminho da tua irmã já está mais que na hora ahahah. Beijo minha suicide girl"
Olhei estupefacta para a mensagem apagando-a de seguida e contendo-me para não me enervar e chorar. Já era a quinta mensagem deste número que recebia esta semana e começava a ficar preocupada e ao mesmo tempo sufocada de certa forma. Em todas as mensagens ele assinava sempre com "Beijo minha suicide girl" e eu só não entendia o porquê de as pessoas fazerem isto com as outras pessoas. Pensando bem, que mal fiz eu para merecer isto tudo?! Já tinha sido mau que chegue a minha irmã ter feito o que me fez a mim e às pessoas que a amavam, mas como se não bastasse, toda a gente me ignora, gozam comigo, chamam-me nomes horriveis e ainda têm a lata de falar de mim às outras pessoas. Mas já me tenho habituado a isso e felizmente tenho o Ruppert que sempre esteve comigo e que preferiu mil vezes de abandonar toda a gente para ficar comigo. Isto sim é uma amizade verdadeira e fico-lhe muito grata por isso.
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The Time Change Right?
Dla nastolatków"O tempo muda certo?" - perguntou. "Sim pequena, o tempo muda..."