Eu vos declaro: Marido e Marido

Procura-se marido.

Se você está lendo isso é porque estou morto e meu advogado deve estar mostrando meu testamento a você. Meu nome é Byun Baekhyun e esta é a história de como morri.

Brincadeirinha! Você caiu na trollagem do "início de livro triste e dramático", ou talvez não, porque se minha situação continuar assim e Chanyeol, vulgo meu marido, não vier me salvar desse demônio de quatro patas, denominado cachorro, que quer me deixar nu no meio da rua, eu com certeza serei estraçalhado e morto por esse pequeno – enorme em espírito e raiva – chihuahua.

Como todo garoto corajoso e super másculo eu fiz o que qualquer adulto faria na minha situação, ou seja, gritei para o meu príncipe encantado que ainda estava dentro de casa vir me tirar das patas do dragão e salvar o princeso dele para que eu não virasse ração de cachorro ou pior: ficar sem a calça no meio da rua.

-CHANNIEEEEEEEEEE!!!!!!! – caramba, se minha voz tivesse saído mais fina eu teria feito cosplay da voz que sai do ovo de ouro em Harry Potter e o Cálice de Fogo.

Demorou uma eternidade, eu já perdia minhas forças e aquele bicho iria me devorar, até que Chanyeol veio ao meu socorro; okay, ele decididamente não parecia um príncipe encantado indo salvar alguém, o calção folgado de dormir com desenhos de sabres de luz e a camisa cinza rasgada com a escova de dente na boca decididamente não faria nem sapo querer beijar ele, mas era melhor um escudeiro que se acha guerreiro na mão, do que morrer para a fera indomada.

Eu estendi um dos meus braços para ele e fiz aquela expressão de "vem cá meu herói", os olhos brilhando e um meio sorriso esperançoso, e o que meu possível salvador fez? ADIVINHA! Eu ainda te dou as alternativas:

1 – Correu em minha direção, espantou o monstro, beijou-me e me levou para dentro de casa no colo.

2 – Tacou o foda-se para mim e voltou para casa.

Se você escolheu a opção 1, falhou miseravelmente, eu esqueci de mencionar um detalhe pequenino: meu marido me odeia.

- Ah, vai se ferrar Baekhyun. – foi tudo o que ele disse antes de me dar as costas e entrar.

Aí agora eu te digo que enfrentei todo esse perigo para agradar esse escroto pegando o jornal que jogaram na porta de casa essa manhã para colocar ao lado do café dele; depois dessa reação cheia de amor e carinho do meu "mozão" eu fiquei bravo, tipo, furioso para um caramba, só com o olhar maldito que eu lancei para aquele cachorro, ele parou de ladrar e pular, mas não soltou a traseira da minha calça.

-SAI!!!!!! – e mais uma vez eu gritei, dessa vez o cachorro se assustou e saiu correndo levando embora um pedaço da parte de traz da minha calça moletom, alguns vizinhos colocaram a cabeça para fora da janela para ver o que era aquela gritaria, e eu escutei até algumas risadinhas, andei o pequeno espaço do jardim que levava até a porta de casa sem me importar que as pessoas que passassem vissem a minha cueca dos ursinhos carinhosos e entrei com dignidade.

E lá estava ele, meu sapo, sentado no sofá tomando o café que eu preparei o que só fez minha raiva aumentar ainda mais, fui até lá pisando firme no chão fazendo um barulho irritante na madeira que rangia sob meus pés, parei em frente ao Chanyeol, mas ele não se dignou nem em levantar o olhar, ah caramba! Quem esse idiota pensa que é para me ignorar!? EUZINHO! Não mesmo, Chanyeol ia ter que aceitar que não se abandona pessoas pra sofrer. Eu dei uma tapa com toda a força que tinha na mão dele que segurava a xícara de café enquanto o maldito ia beber um gole fingindo que eu não estava ali. O líquido escuro molhou sua camisa, o sofá e parte do seu rosto, FINALMENTE O PIRANHO LEVANTOU O OLHAR, e pela cara vermelha ele decididamente estava com raiva, à sorte dele é que foi café gelado, mas eu queria ver esse idiota queimar e como queria, antes que ele me xingasse ou revidasse eu disse: