Até que o divórcio nos separe - Parte 1

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Demorei muito a voltar e contar o resto da minha história; desculpa a quem queria escutar um drama estilo Romeu e Julieta e encontrou algo mais sem noção e põe sem noção nisso, mas o que dizer... Bom, foram três meses de lua de mel forçadas e vida de casado, reuni muito material de um pesadelo de casamento e agora estamos aqui para o desfecho da minha vida amorosa. Então entra no meu fusquinha e vamos saber o que aconteceu depois que o Yeol descobriu que tenho uma vara de pescar e não uma boquinha de peixe entre as pernas.

Bip bip.

☙❧

Acho que o Chanyeol não gosta muito de surpresas, como eu parei de negar que era uma garota que se desenvolveu errado, ele meio que congelou e eu senti uma culpinha começar a me consumir, fiz menção de me aproximar dele porque aquela cara travada em uma expressão estranha de surpresa desagradável estava me assustando, chutei o vestido aos meus pés pra longe e fiquei só com a meia calça. Mas, então ele se moveu surpreendendo a mim, caminhou até a cama, pegou um travesseiro e tampou a cara e tudo que consegui ouvir foi o grito abafado dele. Droga! Fiz merda, FIZ MERDA, me lasquei, ele vai me matar.

-Yeol... – falei suavemente e estendi minha mão para ele tocando seu braço e mais rápido que o pulo de uma gazela ele jogou a porcaria do travesseiro na minha cara com força e se afastou correndo, eu ficaria muito bravo se aquilo tivesse doído, ah se ficaria, a sorte dele é que era fofo, respirei fundo eu tinha que lembrar que estava lidando com um possível – possível sim porque ele era meio estranho às vezes o que me fazia duvidar – heterossexual que estava descobrindo que casou com a pessoa errada, mas certa porque eu sou perfeito para ele e seu dinheiro.  

O doido correu para a porta e tentou abrir esquecendo que estava trancada, agia como se eu fosse um dementador prestes a lhe roubar a felicidade, qual é, ele precisa entender que eu sou a felicidade dele, aquele showzinho pra quem assistia de fora poderia ser hilário, mas acredite, fez todos os poros do meu corpo se arrepiarem quando ele pegou o taco de golfe ao lado da porta ao invés de abri-la. POR QUE RAIOS ELE TINHA UM TACO DE GOLFE!? Ele nem joga. Mas, estava claro que as bolas que ele queria acertar com aquilo eram as minhas e eu não fiquei nada feliz.

-Chanyeol, abaixa isso. – falei mansinho estendendo as mãos para o alto. – Você não quer que uma tragédia aconteça. – isso só serviu pra ele apertar ainda mais as mãos em torno do taco e eu ficar mais nervoso.

-Você... Você é um homem. – ele falava de forma tremula e eu sabia que era de raiva, mas parecia mais dizer pra si do que pra mim. – Então foi por isso, eu não acredito que eu sou um idiota! Estava tudo certo! Mas tinha que ser você...

Eu não estava entendendo nada, ele começou a andar de um lado para o outro murmurando coisas aleatórias sobre achar estar curado, sobre pensar que finalmente a família o aceitaria e eu estava tipo “amor, tô aqui”. Contudo, continuei paradinho no meu lugar.

-Eu preciso dar um jeito nisso, preciso consertar isso. – Yeol parou ainda de frente a porta e me olhou, sua face parecia confusa e ele estava claramente atordoado, só que eu sou trouxa, e acho que ajudo quando na verdade só estou atrapalhando.

-Concordo. – falei e ele me olhou tipo “você ainda ousa me dirigir a palavra!?”, mas eu sou tão lerdo que achei que seria pra continuar. – Vamos lá, pra começar algumas regrinhas, não estou nem aí se você gosta de vagina, porque a única parte íntima que você vai tocar além da sua é a minha! Não aceito nem prostitutas, nem amantes, casou comigo é pra ser fiel...

-MAS QUE MERDA VOCÊ ESTÁ FALANDO!? – ele gritou e se aproximou ameaçadoramente levantando o taco.

Movi-me quase automaticamente e me agachei gritando:

Eu vos declaro: Marido e MaridoOnde histórias criam vida. Descubra agora