Capítulo 26

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Esperar foi decepcionante.

Um mês entediante e preocupante se passou. Felizmente ninguém encontrou os foragidos que éramos. Talvez a fábrica abandonada fosse óbvia demais, ou talvez todos pensassem que eu havia os foragidos foram levados para Asgard por influência minha. Na verdade não ligava para o quão mal estariam pensado de mim. Minha consciência estava tranquila, mesmo não admitindo, todos sabiam que eu poderia ser um último recurso caso fôssemos pegos. Não seria covardia receber a ajuda de uma princesa asgardiana. E caso viesse a acontecer, eu os levaria comigo, mesmo contra a vontade.

E ficariam sobre a minha proteção. Pelo menos até tudo aquilo acabar.

Meu plano de fazer Bucky mudar de ideia sobre nosso término foi um grande fracasso. Por inúmeros dias eu iguinorei nosso acordo e  dei em cima dele. E mesmo tentado ele desviou de todas minhas investidas. Ele não ficava mais sozinho comigo, me expulsava de seu quarto (admito ter sido otária, mas estava desesperada). Não entendia como alguém poderia ser tão frio (sem ironias) a ponto de agir como se nada tivesse acontecido entre nós. Bucky me tratava da mesma forma que tratava os outros, era gentil e divertido. Mas nunca mais voltou a ser romântico comigo. Sua frieza fez meu coração doer por algum tempo, até que percebi que eu também não sentia mais nada além de carinho e saudades do passado. Eu o amava, claro. Mas não como antes, o desprezo dele fez com que meu amor se comprasse com carinho, apenas carinho. As ideias sobre um futuro juntos foram desaparecendo a medida que meu coração desapaixonava.

Mas continuamos sendo amigos, ele e eu. A menos um de nós teve seu plano posto em prática. Ele havia ganhado e eu perdido. Mesmo que o perdendo acabei ganhando mais um amigo. Então percebi que era melhor assim. Nossa amizade era boa, até mais leve que um relacionamento. Eu diria. Sem beijos, sem abraços, mas com muitos sorrisos.

(...)

Em uma manhã comum de sol. Estávamos Wanda e eu treinando com nossos poderes no campo aberto, atrás do grande salão de máquinas inativas. Meu poder nem se comparava ao dela claro. Enquanto eu apenas invocava o vento ela podia mover tudo o que quisesse. Era até burrice lutar contra ela para valer, mas por sorte era só um treinamento, e eu tinha como me proteger de qualquer ataque me desintegrando.

Wanda e eu estávamos flutuando quando o Sam chegou, nervoso e eufórico como nunca vi.

— O que aconteceu? — Wanda perguntou, preocupada.

— Estava sobrevoando os arredores e vi um carro se aproximando e alguém está vindo para cá — Sam respondeu.

— Os outros já sabem? — Voei até ele e pousei.

— O Capitão pediu para chamar vocês. Ele quer que estejamos juntos caso seja uma ameaça.

— Claro — afirmei.

Wanda maneou a cabeça positivamente.

Então voamos os três, até a fachada da fábrica abandonada. Os outros nos aguardavam.

— Alguma novidade? — perguntou Sam, assim que pousamos.

— É um garoto, está vindo para cá — disse Steve, ajustando as luvas do uniforme de Capitão América.

— Sozinho? — perguntei.

— Acabei de vir da mata — disse Clint. — Ele deixou o carro e está vindo a pé nessa direção.

— Pode ser apenas um garoto perdido — sugeriu Wanda.

— Verdade — concordei. — Não é preciso tanto alarde.

Capitão suspirou fundo, desdenhoso, como se fôssemos duas crianças ingênuas.

— Qualquer um pode ser um espião, não confiem em qualquer um, meninas.

Fúria Dos Ventos | VingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora