Acordamos cedo e nos preparamos para a viagem. Peter pagou o motel e nos fomos para o estacionamento, entrei no carro e Peter se sentou no banco da frente ao meu lado.
— Duas horas de viagem e a chegamos em Nova York — avisou ele, fechando a porta.
— E infelizmente teremos que voltar a realidade — disse segurando a direção e olhando para frente.
— Tenho certeza que não será tão difícil quanto pensa.
— Estou nervosa. Não sei como Tony vai me receber.
— Por quê?
— Eu o traí. E ele é minha família, não deveria ter sido tão cruel. Mesmo que ele estivesse equivocado em ter atacado Bucky e o Steve depois da batalha no aeroporto. Não fiquei do lado dele, invés disso fugi com o Capitão América que também era especial para ele. Você me entende, não é? Eu não poderia deixar Tony matar os dois.
Peter pareceu surpreso.
— Ele não me contou como você foi parar com o Capitão. Pensei que você tivesse fugido com eles depois da batalha no aeroporto. Se você estava com eles... significa que estava no aeroporto também.
Apertei a direção.
— Usei a habilidade de ficar invisível na intenção de evitar que todos se matassem na batalha. Principalmente para proteger você. Nunca quis me envolver tanto assim.
— Você fez o que era certo.
— Mesmo assim sai daquele lugar desacordada. Foram três dias de coma. Tudo porque quis evitar uma luta sangrenta.
— Ainda não entendi o motivo. Tony não tinha motivos para matar o Capitão América porque ele não quis assinar uns documentos.
— Foi a culpa de um cara que manipulou tudo para o Tony ficar sabendo quem matou os pais dele. Que por acaso foi o Soldado Invernal, Bucky, o melhor amigo do Steve. Mas claro, ele era controlado pela Hidra, não tem culpa de nada que fez.
— Esse é o cara do braço mecânico? O que me atacou na fábrica?
— Sim.
— Cara sinistro.
— Ele é uma boa pessoa.
— Todos somos — disse Peter. — Alguns apenas sofreram mais. Mas o que aconteceu que te deixou desacordada?
— Me coloquei a frente de Bucky enquanto Tony o golpeava e implorei para ele parar. Ele pediu para eu sair da frente, mas a armadura acabou me acertando na cabeça. Depois Bucky me tirou de lá.
— Agora eu sei porque ele não respondeu minhas perguntas e estava tão abalado.
— Ele está magoado comigo?
— Não, ele estava com saudades. Acho que estava magoado mais consigo mesmo.
— Tenho que falar que o perdoo. Tony estava atordoado, foi um acidente.
— O importante é que você vai voltar para casa, é quase como se nada tivesse acontecido.
— Mas aconteceu, muitas coisas aconteceram.
Bucky aconteceu.
— Do que você está falando?
Afastei os cabelos do rosto.
— Penso que seja melhor você souber por mim do que por outra pessoa. — O encarei.
— O que aconteceu de tão grave? — Ele pôs a mão nos meus cabelos.
— Você vai me odiar.
— Eu nunca vou te odiar, sua boba.
— Está bem. — Girei a chave do carro e comecei a dirigir. — Sabe aquele cara do braço de metal, o Bucky?
— O que tem ele?
— Ele que me levou para o esconderijo e cuidou de mim. Ele é uma boa pessoa e nós tornamos amigos. Até que Bucky e eu tivemos um breve caso durante o tempo que estive lá. Mas tudo acabou a algum tempo e eu percebi que é você quem eu amo.
— Você está querendo dizer que você teve um caso com aquele cara? — perguntou escandalizado.
Era o que eu havia dito, não entendi o motivo da pergunta.
— Durou duas semanas e nós terminamos. E agora somos só amigos.
— Eu não acredito que você ficou com outro cara, Amy? — Ele estava bravo. — Só porque ele é um ex vilão de cabelos pretos, olhos azuis, passado sombrio, está sempre de mau humor e é um super soldado?
Parecia até piada ele ter reparado em tudo isso.
— Sim. — Assenti. — Temos que concordar que ele é uma pessoa interessante.
Peter me encarou furioso.— E você ainda sente algo por ele?
— Já disse não. E pronto. Estou com você agora, e pretendo ficar. Eu estava mal, Peter. Não sabia se você ainda gostava de mim achei que você tinha me abandonado. Estava confusa e ele apareceu, e antes que eu percebesse já estávamos juntos. Mas isso não significa nada para mim, é passado. É você quem eu amo.
Peter suspirou irritado, cruzou os braços e olhou para frente.
— Você dormiu com ele?
— Não — menti, falar só o deixaria mais irritado. E era minha intimidade, não interessava a ninguém. — Já estou cansada de brigar.
— Confesso que por um tempo achei que você tinha me abandonado também. E sabe o que eu fiz? Eu fui atrás de você apenas usando meus sentidos — disse irritado. — Enquanto você ficava com outro cara.
— Eu sei que me equivoquei, está bem? — gritei irritada enquanto olhava para a estrada a frente. — Mas também pensei que você tivesse desistido de mim. Não sabia o que estava acontecendo com você. Não pode me culpar a vida toda por isso. Estamos juntos agora e é isso que deve importar.
— Não suporto o fato de não conseguir ficar furioso com você — murmurou olhando para a janela.
— Estou arrependida, você está arrependido. Que tal eu pedir desculpas e ficarmos de boa como nos últimos dias?
— Se você diz que se arrependeu, eu te perdoo. Mas só com uma condição.
— Qual?
— Não volte a me deixar. — Ele finalmente me encarou e sorriu.
— Nunca mais vou te abandonar, Peter.
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Fúria Dos Ventos | Vingadores
FanfictionAmy Carter era uma adolescente comum de Nova York, isso é o que ela pensava até descobrir que podia manipular o vento. Isso podia ser maravilhoso, mas também confundiu mais a vida de Amy, já que muitas coisas em sua vida não tinham explicações, com...