Capítulo 28

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Acordamos cedo e nos preparamos para a viagem. Peter pagou o motel e nos fomos para o estacionamento, entrei no carro e Peter se sentou no banco da frente ao meu lado.

— Duas horas de viagem e a chegamos em Nova York — avisou ele, fechando a porta.

— E infelizmente teremos que voltar a realidade — disse segurando a direção e olhando para frente.

— Tenho certeza que não será tão difícil quanto pensa.

— Estou nervosa. Não sei como Tony vai me receber.

— Por quê?

— Eu o traí. E ele é minha família, não deveria ter sido tão cruel. Mesmo que ele estivesse equivocado em ter atacado Bucky e o Steve depois da batalha no aeroporto. Não fiquei do lado dele, invés disso fugi com o Capitão América que também era especial para ele. Você me entende, não é? Eu não poderia deixar Tony matar os dois.

Peter pareceu surpreso.

— Ele não me contou como você foi parar com o Capitão. Pensei que você tivesse fugido com eles depois da batalha no aeroporto. Se você estava com eles... significa que estava no aeroporto também.

Apertei a direção.

— Usei a habilidade de ficar invisível na intenção de evitar que todos se matassem na batalha. Principalmente para proteger você. Nunca quis me envolver tanto assim.

— Você fez o que era certo.

— Mesmo assim sai daquele lugar desacordada. Foram três dias de coma. Tudo porque quis evitar uma luta sangrenta.

— Ainda não entendi o motivo. Tony não tinha motivos para matar o Capitão América porque ele não quis assinar uns documentos.

— Foi a culpa de um cara que manipulou tudo para o Tony ficar sabendo quem matou os pais dele. Que por acaso foi o Soldado Invernal, Bucky, o melhor amigo do Steve. Mas claro, ele era controlado pela Hidra, não tem culpa de nada que fez.

— Esse é o cara do braço mecânico? O que me atacou na fábrica?

— Sim.

— Cara sinistro.

— Ele é uma boa pessoa.

— Todos somos — disse Peter. — Alguns apenas sofreram mais. Mas o que aconteceu que te deixou desacordada?

— Me coloquei a frente de Bucky enquanto Tony o golpeava e implorei para ele parar. Ele pediu para eu sair da frente, mas a armadura acabou me acertando na cabeça. Depois Bucky me tirou de lá.

— Agora eu sei porque ele não respondeu minhas perguntas e estava tão abalado.

— Ele está magoado comigo?

— Não, ele estava com saudades. Acho que estava magoado mais consigo mesmo.

— Tenho que falar que o perdoo. Tony estava atordoado, foi um acidente.

— O importante é que você vai voltar para casa, é quase como se nada tivesse acontecido.

— Mas aconteceu, muitas coisas aconteceram.

Bucky aconteceu.

— Do que você está falando?

Afastei os cabelos do rosto.

— Penso que seja melhor você souber por mim do que por outra pessoa. — O encarei.

— O que aconteceu de tão grave? — Ele pôs a mão nos meus cabelos.

— Você vai me odiar.

— Eu nunca vou te odiar, sua boba.

— Está bem. — Girei a chave do carro e comecei a dirigir. — Sabe aquele cara do braço de metal, o Bucky?

— O que tem ele?

— Ele que me levou para o esconderijo e cuidou de mim. Ele é uma boa pessoa e nós tornamos amigos. Até que Bucky e eu tivemos um breve caso durante o tempo que estive lá. Mas tudo acabou a algum tempo e eu percebi que é você quem eu amo.

— Você está querendo dizer que você teve um caso com aquele cara? — perguntou escandalizado.

Era o que eu havia dito, não entendi o motivo da pergunta.

— Durou duas semanas e nós terminamos. E agora somos só amigos.

— Eu não acredito que você ficou com outro cara, Amy? — Ele estava bravo. — Só porque ele é um ex vilão de cabelos pretos, olhos azuis, passado sombrio, está sempre de mau humor e é um super soldado?

Parecia até piada ele ter reparado em tudo isso.

— Sim. — Assenti. — Temos que concordar que ele é uma pessoa interessante.
Peter me encarou furioso.

— E você ainda sente algo por ele?

— Já disse não. E pronto. Estou com você agora, e pretendo ficar. Eu estava mal, Peter. Não sabia se você ainda gostava de mim achei que você tinha me abandonado. Estava confusa e ele apareceu, e antes que eu percebesse já estávamos juntos. Mas isso não significa nada para mim, é passado. É você quem eu amo.

Peter suspirou irritado, cruzou os braços e olhou para frente.

— Você dormiu com ele?

— Não — menti, falar só o deixaria mais irritado. E era minha intimidade, não interessava a ninguém. — Já estou cansada de brigar.

— Confesso que por um tempo achei que você tinha me abandonado também. E sabe o que eu fiz? Eu fui atrás de você apenas usando meus sentidos — disse irritado. — Enquanto você ficava com outro cara.

— Eu sei que me equivoquei, está bem? — gritei irritada enquanto olhava para a estrada a frente. — Mas também pensei que você tivesse desistido de mim. Não sabia o que estava acontecendo com você. Não pode me culpar a vida toda por isso. Estamos juntos agora e é isso que deve importar.

— Não suporto o fato de não conseguir ficar furioso com você — murmurou olhando para a janela.

— Estou arrependida, você está arrependido. Que tal eu pedir desculpas e ficarmos de boa como nos últimos dias?

— Se você diz que se arrependeu, eu te perdoo. Mas só com uma condição.

— Qual?

— Não volte a me deixar. — Ele finalmente me encarou e sorriu.

— Nunca mais vou te abandonar, Peter.

Fúria Dos Ventos | VingadoresOnde histórias criam vida. Descubra agora