Tiffany era uma questão que eu deveria ter resolvido há muito tempo. A filha da mãe me atormenta há mais de cinco anos, e eu apenas mantinha uma relação casual com ela em consideração a minha irmã, que era a sua melhor amiga e a adorava.Nunca assumi relacionamento algum com ela. Tudo sempre muito bem claro e definido. Mas desde então, a louca simplesmente resolveu que estamos noivos e que vamos nos casar na próxima primavera.
Mas alguém ai perguntou se eu queria? Ou se ao menos fiz o pedido?
Tiffany era a razão de noventa por cento dos meus problemas. Ela era a culpada de eu ter que trocar mais de quinze vezes as minhas assistentes, que pediam demissão sem direito a nada. Tudo com medo das ameaças que a maluca fazia. A única que aguentou foi Mia. Inacreditável, eu sei. Mas ela não se deixava abater pelas ameaças que Tiffany fazia.
Como agora há pouco.
Que Tiffany era mulher superficial e sem conteúdo algum, isso já não era uma novidade para mim. E ao vê-la intimidar Mia hoje, só me mostrou o quanto cabeça oca uma mulher pode ser.
Tiffany era apenas uma mulher com atributos físicos que atraiam um homem. Perto de Mia, isso desaparecia e Tiffany tornava-se nada. Minha assistente era uma mulher estonteante, natural e com uma inteligência que me botava no bolso todos os dias.
Eu era a porra do um chefe pau mandado!
Olho para o meu celular em cima da mesa, com o facebook aberto no perfil da mãe da minha assistente. Rolo a pagina para baixo, investigando um pouco sobre a Mia.
Mia Sanders é uma mulher do tipo que faz as coisas acontecerem ao invés de ficar sentada falando sobre o assunto. Agora há pouco mesmo, depois que Tiffany saiu aos prantos da minha sala e gritou algo desconexo, antes de entrar no elevador e sumir. Mia entrou na minha sala com um semblante sério e profissional. Ela entregou-me os portfolios e voltou para a sua mesa sem dizer nada.
E detalhe: eu não os pedi impresso e em cores.
Quando eu chego com o fermento, Mia já está com o bolo assado, decorado e pronto para ser cortado. Profissionalismo deveria ser seu sobrenome.
Olho para o meu celular e vejo uma foto da Mia.
Ela está abraçada com um rapaz alto, com um sorriso lindo que eu jamais vi. Eles estão com roupas de frio e patins, sobre um lago congelado. Minha tem os cabelos soltos por baixo de uma touca e os lábios e bochechas vermelhas devido a baixa temperatura.
Eu vejo aquilo, e só consigo focar na sua boca e o sorriso perfeito. Algo dentro de mim deseja aquele sorriso voltado a mim, que fossem meus braços na sua cintura, não a do rapaz cujo nome é...bebê da mamãe?
Não consigo evitar e quando dou por mim, já estou gargalhando alto, sozinho na minha sala enquanto a legenda da foto roda na minha cabeça. Caralho! Nem a minha mãe me chama assim... se bem que no momento minha mãe está de cara comigo por pensar que estou em um relacionamento com a maluca da Devon.
Não, Russel. Você está em um noivado falso com a sua assistente.
O pensamento me faz rir ainda mais.
Quem diria que eu, Aspen Russell, estaria em um noivado de fachada como forma de vingança por ter café entornado nas minhas calças. Tudo porque a esquentadinha da minha assistente não gostou que eu a comi com os olhos.
Ok, a palavra é meio pejorativa. Mas ninguém imagina o quanto é tentador ter Mia andando de um lado para o outro na minha sala com aquele vestido de secretária colado ao corpo e saltos altíssimos pretos todos os dias. Eu sou homem, poxa!
Saio dos meus devaneios quando escuto o som de uma campainha, indicando o elevador. Através do vidro opaco, assisto o momento em que ela na caixa de metal e aperta os botões do painel. Mia olha na minha direção e faz uma careta, contorcendo os lábios e inclinando a cabeça para o lado. Seus olhos brilham em hesitação. Ela balança a cabeça, parecendo tentar espantar algum pensamento e desvia o olhar da minha sala.
Mas então, as portas se fecham e Mia some do meu campo de visão, deixando apenas seu perfume como uma lembrança de que ela esteve aqui.
Solto uma longa lufada de ar, só agora percebo que estava prendendo a respiração. Passo as mãos pelos meus cabelos, confuso com toda esta situação.
Volto a encarar a tela do computador. Uma campana a ser finalizada, mas eu nem sequer conseguia pensar nisso. Minha mente estava cheia demais com pensamentos de Mia e a palavra noivado.
Noivo.
Era uma palavra que soava estranha na minha cabeça. Eu sempre me considerei um homem livre e desimpedido. Relacionamentos não se encaixavam nos meus planos. E eu estava bem sozinho. Tinha a mulher que quisesse e, bem... a louca da Devon no meu pé.
Mas isso não importa mais! Finalmente dei um jeito de sumir com a maluca. A situação já estava passando dos limites! Foram apenas algumas noites e bons drinks. Nada além do combinado.
Se ela se apaixonou por mim, o problema era dela. Eu não tenho culpa se sou irresistível. Fazer o que? Minha genética era boa, oras!
Lanço um último olhar para o meu computador, e então desvio a atenção para a tela do meu celular, que ainda estava aberto na foto de Mia.
Então uma ideia surge na minha cabeça.
Me levanto de supetão e desligo o computador. Guardo alguns papéis importantes em uma pasta e deixo tudo organizado. Pego o celular, chaves e pasta e saio do meu escritório.
Adeus, meu amor. Até depois do Natal.
Sorrio com este pensamento e me encaminho para o elevador. Aperto o botão e aguardo. Saco o celular do bolso e anoto o número que preciso. Disco e espero a ligação ser concluída.
No instante seguinte, escuto uma voz feminina e alegre do outro lado da linha, e sorrio.
- Elena Sanders, com quem falo?
Entro no elevador e aperto o botão de subsolo. Olho-me no espelho e noto que meus olhos tem um olhar travesso. Ah, bruxinha. Minha vingança está apenas começando...
- Oi sogrinha. - Abro um sorriso enorme ao dizer aquilo. Caralho! Que doideira! - Sou eu, Aspen Russel.
Postando esse capítulo para desejar a vocês um Feliz Natal! <3
Com amor: MGAmaro.
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Aluga-se Um Noivo Para o Natal (DEGUSTAÇÃO)
RomanceTudo o que Mia Sanders desejava neste natal era um noivo. Mas como noivos não caem do céu, nem mesmo o papai Noel realiza desejos neste departamento, Mia se vê em um beco sem saída. Uma mentira contada. Um noivo a ser alugado. No entanto, a vida de...