- POR QUE VOCÊ ESTÁ CHORANDO? - ele pergunta com raiva.
- Foi assim que você morreu? - pergunto. - Nesse incêndio?
Ele me encara incrédulo, parando de se aproximar.
- O quê?
- O fogo, os gritos, foi assim que você morreu?
- Isso não é da sua conta.
- Então por que me mostrou? - pergunto.
- EU NÃO TE MOSTREI NADA.
- Então, c-como...?
- CHEGA DE PERGUNTAS. Diga logo quem é você.
- Eu... Não - digo levantando.
Sem relações com pessoas mortas, viver com os vivos meu irmão disse e é isso que eu vou fazer. Ficar longe desse louco.
Ele começa a rir antes de perguntar:
- Você sabe que eu posso te matar, certo?
- Você espera que isso me assuste? - pergunto.
Se soubesse a quantidade de vezes que cheguei perto da morte esses dias.
- Não tem medo da morte? - ele pergunta voltando a se aproximar de mim.
- Eu... - dou um passo para trás e bato na parede.
- Realmente - ele diz. - Há coisas piores que morrer.
Sinto o ar sair dos meus pulmões, uma ardência agonizante. Tento respirar de todo o jeito, mas não tenho sucesso. Apenas quando estou vendo as coisas ficarem turvas, sinto o ar rasgar meu pulmão e engasgo com a dor.
- Agora me diga, quem é você? Ou nós podemos brincar disso o dia todo.
Encaro ele. Seus olhos escuros, não há nada, nenhum sentimento. É uma alma, mas parece um corpo vazio.
- Eu não sou ninguém - digo ainda olhando em seus olhos. - Ninguém importante.
- Mas você pode me ver, o que faz de você uma bruxa.
- EU NÃO SOU BRUXA - ele se assusta. - E não faço a mínima ideia do porquê de eu poder te ver. Eu sempre vi espíritos, desde pequena, mas era pouco, depois de um tempo foi ficando mais frequente e há uns meses vejo sempre. Eu não sei o porquê.
Ele ri debochado.
- Admita logo que você é uma bruxa nojenta.
- Você vai continuar com essa idiotice? - pergunto irritada. - Me deixe ir embora logo.
Vou até a porta e empurro-a sem resultado.
- Você está muito enganada se acha que eu vou te deixar sair.
Vejo novamente traços do incêndio.
- PARE COM ISSO - grito.
- JOHNSON, VOCÊ ESTÁ AÍ? - ouço a voz de Carlos.
- CARLOS? - grito.
Ele arromba a porta e a casa fica vazia novamente.
- Você está bem? - ele pergunta e sinto meu corpo ficar fraco. - JOHNSON, olhe para mim - mas sua imagem não demora a ficar turva.
...
"Está quente, sinto o suor escorrendo pelas minhas têmporas, procuro a saída do local mas não encontro"
Grito. De novo o incêndio...
- O que aconteceu? - meu pai pergunta e passa uma toalha molhada na minha testa.
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The Curses of Schwarzwald Cursed Soul (myg) (CONCLUÍDA) [SENDO REPOSTADA]
Fanfic[SENDO REPOSTADA] QUINTO LIVRO Depois da morte de seu irmão, uma jovem começa a passar muito tempo no cemitério. Fato este que irrita um grupo de bullies que já usavam o local como ponto de encontro. Depois de três tentativas de expulsá-la do local...