Vocês pediram e liberamos! Valeu Karas!
Não era incomum ver Miguel pedalando pelas ruas movimentadas de São Paulo. No entanto, o que não parecia tão lógico, talvez, era vê-lo sozinho naquele horário, naquele dia.
Pedalar dava o que pensar e pensar era o que mais o ex-presidente do Grêmio, do colégio Elite, fazia. Ex! Miguel já não pertencia ao colégio tão amado e, pior, já não tinha os amigos tão próximos de si. Com o final do ensino médio, os Karas, aquele grupo ultrassecreto formado por ele, haviam se separado. Cada qual com uma nova vida a seguir. Ainda que Chumbinho continuasse no colégio Elite por mais algum tempo, nenhum dos outros, estes sendo Crânio, Calú, a nova membro Peggy e Magrí...Ah Magrí! Nenhum deles estava mais tão próximo como antes, mesmo que os avanços tecnológicos os colocassem sempre em contato; não era o mesmo nem nunca mais seria.
Era uma noite de festa. Muitas luzes enfeitavam a cidade e já dava para se ouvir alguns longínquos fogos, destinados a lembrar que no dia seguinte, ninguém ali iria trabalhar... É... Seria uma longa noite! Noite pela qual nosso líder não queria desfrutar. Poderia fugir dessa data? O que Miguel ainda estava para perceber é que aquela noite seria muito mais longa do que poderia imaginar... E inesquecível também!
***
Não muito distante dali, uma garotinha, de cabelos encaracolados ruivos, havia se esquecido de pegar as frutas frescas, que sua mãe lhe pedira, no armazém. Por sorte, seu Cley, dono do lugar e vizinho, abrira para lhe entregar o encomendado.
— Muito obrigada, seu Cley. Não imagina a bronca que levaria da minha mãe se me visse sem as frutas.
— Tudo bem, menina. Agora vá logo que já é tarde. Feliz Natal!
— Para o senhor também.
A garota se pôs a correr e, na pressa, não percebeu a laranja que deixou cair de uma das sacolas.
Ah! Se ela tivesse percebido ou se lembrado de pegar as frutas antes, quem sabe...
***
Dois quarteirões abaixo, um rapaz apaixonado dedicava uma canção a sua amada, que parecia enfeitiçada ao fita-lo, ainda na janela. Com um bom coro mariachi, o rapaz parecia ter acertado e a moça estava encantada ao ouvi-los. Pelo menos assim foi, até serem surpreendidos por uma nota fora de acorde.
Como num desencanto, o casal voltou seu olhar para um dos rapazes, com um instrumento de sopro, que saíra bruscamente do compasso. Quem dera fosse apenas uma nota desafinada o problema que viria naquela noite...
Atingido por uma laranja em sua perna esquerda, alheio a tudo o mais que não sua música, o jovem com um saxofone levou um susto que o fez jogar o instrumento a uma distância considerável... Consideravelmente perigosa!
***
Uma jovem mãe estava atrás de um volante, ao celular, com pressa em levar os presentes das crianças. Ela escondera os pacotes no escritório de advocacia, no qual trabalhava como assistente, pois os dois filhos espoletas que tinha não se aguentariam em achar e abri-los antes do tempo. Porém, o trânsito que pegara lhe fizera atrasar e, enquanto se justificava para o marido, percebeu que a fivela de um dos pacotes havia se soltado; devido ao vento resultante da velocidade em que estava. Ela não diminuiu a velocidade, mas deixou o celular e se virou para o banco do passageiro para recuperar a fivela. Essa ligeira distração foi suficiente para não ter percebido um saxofone lhe atingir o vidro da frente do carro, lhe tapando de vez a visão e lhe afirmando que seu atraso seria muito maior.
O alarme do carro soou alto, chamando a atenção de toda a vizinhança.
A confusão foi tamanha que logo havia viatura da polícia e se podia perceber, na distância em que Miguel estava, um grande aglomerado de curiosos. Miguel não era um deles. Na verdade, ele parara assim que percebeu a laranja descendo a rua, atingindo o mariachi, que jogou um saxofone em um carro acima da velocidade e... Miguel estava estático, ele tudo vira parado com sua bicicleta, mas nada assimilara. Sua concentração não estava funcionante naquele dia... Tanto não estava que foi tarde demais quando despertou e notou que sua visão estava sendo ofuscada, logo todo o seu ser seria consumido por algo, ou alguém, pelo qual não tinha certeza se descobriria em algum dia. Seria uma boa noite para adormecer? Uma luz lhe tomou por completo, antes que pudesse reagir.
O que será de nosso Miguel agora? O que aconteceu? O que virá?
Até o próximo capítulo, Karas!
K!
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MIGUEL EM: Uma Canção de Natal | Uma Aventura com Os Karas.
FanfictionEm um acesso, Miguel - o líder dos Karas, se reclusa em si mesmo esperando que as festas de fim de ano passem depressa. Não sente vontade de comemorar, de se juntar, de se divertir... Acha que há bem mais para ser feito, mas não sabe nem por onde c...