Footballer ||h.s||

8 - Bolachas

8

Fui tomar um banho à hora de jantar, aproveitando o facto de todos os abutres estarem ocupados a encher a barriga com aquela comida contaminada e mal confecionada. Parece que ainda sinto o cheiro daquela água suja, é mesmo preciso ter sorte na vida. Fui abençoada pelo diabo.

Mais tarde, peguei um tabuleiro e servi-me. O prato de hoje: arroz verde com moela de ogre. Se eu fizesse parte dos jurados do MasterChef, atribuída dez pontos negativos ao empratamento e cinquentas pontos negativos ao sabor.

“Credo quem é que cozinhou hoje?” perguntei assim que me sentei na mesa ao lado de Kiko, que já tivera terminado a refeição… também ele tem de manter o físico.

“Foi o Jorge e o Artur…” Respondeu.

Fiquei bastante esclarecida… não faço a mínima ideia quem sejam esses dois inocentes, mas lembrem-me de os contratar quando as amigas da minha mãe forem almoçar lá a casa, assim tenho a certeza que nunca mais voltam.

“Isto está olha… uma bela merda!”

Kiko riu-se. “Quando se tem fome come-se qualquer coisa.”

“Isso explica muita coisa.” revirei os olhos e empurrei o tabuleiro para a frente. “Aff, não aguento mais, eu não consigo comer isto.”

“Tenho bolachas na mala.” Informou o caracolinhos. “Se quiseres dou-te.”

Franzi o sobrolho. “Harry é dia de natal?”

“Ah… não…”

“Então é dia 1 de abril?”

Ele olhou-me confuso. “Também não…”

“É o dia mundial de apoio ao deficiente?”

“Que eu saiba não… mas porquê tanta pergunta?!”

Debrucei-me na mesa encarando-o. “Okay desembucha Styles, puseste veneno nas bolachas foi isso não foi? Admite! Admite ao mundo que me estás a tentar matar!”

“Calma lá Drama Queen! Estava só a tentar ser simpático.” Deu de ombros.

Fitei-o atentamente. “O teu modo simpático coloca o meu sistema imunitário em alerta.”

O caracolinhos deixa escapar um sorriso pervertido e lá no fundo sei que vem aí merda. “Estou a ver que causo muitas sensações em ti.”

Aquele.sacana.

“Harry, desconeta o teu intestino grosso da boca e cala-te.”

Ele pegou no tabuleiro, seguido de Kiko e foi despeja-lo. Segui-os até ao quarto, onde me sentei na cama de pernas cruzadas. Harry abriu a sua mala à procura das bolachas. Levantou quase tudo o que lá tinha, mas não encontrou nada.

“Eu quase que podia jurar que as tinha metido aqui.” Falou ele coçando a parte de trás da cabeça.

“Se calhar elas ganharam pernas e fugiram.”

“Estou a falar a sério! Elas estavam aqui, ainda esta manhã tive com elas nas mãos!”

Ouvi Kiko a engolir em seco e logo soube o que estava acontecer. Levantei-me da cama e subi até ao beliche de Kiko, aproximando o meu rosto do dele. “Kikinho, amiguinho do coração… porque acaso foste tu que comeste as bolachinhas do atrasadinho mental do Harryzinho?”

“Não…” respondeu olhando-me com pavor.

Coloquei a minha mão no seu ombro e subi até ao seu pescoço, apanhando-lhe um puxo de cabelo da parte de trás e puxando-a. “É a ultima vez que pergunto Kiko: FOSTE TU QUE COMESTE A PORCARIA DAS BOLACHAS OU NÃO?”

Continuei a puxar com mais força e só parei quando ele gritou. “CHEGA, PARA! SIM FUI EU QUE AS COMI! PARA!”

As minhas suspeitas confirmaram-se.

“Podias ao menos ter avisado Kiko!” resmungou Harry. “Agora vou ter que ir buscar mais!”

Buscar mais? Mas aqui há alguma despensa mágica onde aparecem bolachas?! Se isto for verdade é melhor ocultarmos do mundo, sou demasiado egoísta para partilhar um depósito ilimitado de bolachas.

“Onde é que tu as vais buscar?” Questionei.

“Os monitores têm uma arrecadação de comida só para eles e como têm livre passagem para o exterior, todas as semanas vão ao mercado abastecer.”

“Estás a querer dizer que tu as roubas?”

“Eu levo emprestado.” Respondeu.

“Conversa da treta.”

Kiko interveio. “Os monitores estou na sala de convívio deles, se quiseres ir à dispensa agora é a altura perfeita.”

Os meus olhos iluminaram-se como duas estrelas. “Posso ir contigo?”

“Pensei que não gostasses da minha companhia.” Disse Harry cruzando os braços.

“Entende que eu por bolachas faço tudo! Anda lá Harrizinho… deixa-me ir contigo…”

A ideia de ir a um sítio proibido buscar comida excitava-me. Sentia-me uma agente secreta contratada pelo FBI. Vi o caracolinhos a pensar na minha proposta e para o incentivar fiz beicinho.

“Isso é jogo sujo Margarida…” resmungou.

Coloquei a voz mais fofa que consegui. “Por favor.”

Ele bufou. “Como queiras, mas tens de fazer o que eu te digo okay? Não te quero armada em Rambo lá no meio. Promete-me que fazes o que eu te digo”

Bati palmas feita tia de cascais. “Prometo!”

“Nunca vi ninguém tão feliz por ir roubar bolachas…” comentou Kiko.

Mandei-lhe um olhar de morte. “Fecha a boca, não tens direito a opinar, se não fosses um devorador de comida eu estaria neste momento a comer umas bolachinhas.”

“Eu estava com fome!” exclamou indignado.

“Kiko podias estar a levar com um chicote nas costas, ou a rebolar por um campo de espinhos ou até mesmo a ser enrabado por um leão que irias ter fome na mesma.“ olhei para Harry. “Vamos lá?”

“Caso não voltemos dentro de meia hora diz á minha mãe que escondi o colar de perolas dela dentro do autoclismo da minha casa de banho, diz ao meu pai que fui eu que lhe parti a cana de pesca enquanto brincava aos ninjas e diz á minha irmã que se ela ousa tocar na minha coleção de desenhos animados em miniatura que volto à terra e lhe vou com uma mangueira na testa e …” Pedi.

“Margarida.” Interrompeu-me Harry. “Nós só vamos buscar bolachas, não vamos salvar o planeta.”

“Não tentes esconder a verdade Harry, não negues o quão perigosa é esta missão. As nossas vidas estão em risco.”

Ele escondeu a cara nas mãos e eu caminhei sorrateiramente à sua frente.

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VOLTEI DE FÉRIAS! COMO ESTÃO CARAÇAS?!!!

Ai bolachas, eu adoro bolachas….

Anyway, comecei um livro critico se quiserem leiam-no está disponível na minha conta: Sociedade do Século XXI

GOSTARAM DO CAPÍTULO? DEVO DIZER QUE O PRÓXIMO SERÁ EMOCIONATE KKKKKKKKKKK

Até à próxima avariadas!