4: compaixão.

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Um dia depois.

𝑵𝒂𝒓𝒓𝒂𝒅𝒐𝒓

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𝑵𝒂𝒓𝒓𝒂𝒅𝒐𝒓

Jimin sempre tinha pesadelos com frequência, mas este parecia tão real, e não eram outras pessoas que morriam, era ele mesmo quem estava em apuros. Era ele quem morria.

— Jimin, Você não pode me deixar!

Foi o que se ouviu antes de tudo ficar preto e finalmente conseguir abrir os olhos, era como se estivesse paralisado e preso naquele sonho e não conseguisse sair.

Se levantou desesperado e sentiu uma dor no braço incomodado e provavelmente na mesma posição a horas por estar com soro na veia, estava em uma sala branca coberta de equipamentos ao seu lado, estava em um quarto de hospital.

— Mãe? — Indagou assim que viu a mulher de costas andando de um lado para o ouro.

— Querido! ainda bem. — Ela sorriu feliz no momento em que viu seu filho já sentado na cama, não demorou para correr para abraça-lo, Jimin retribuiu na mesma intensidade.

— Não chora ein? Eu tô aqui, bem saudável.

— Tá bom eu não vou. — Antes que a lágrima caísse ela limpou e piscou algumas vezes, sabia como sua mãe podia ser emocional demais

— Por acaso você viu um cara moreno de cabelos castanhos, forte, sério, bonitão e..

— Esse aqui? — Ela abriu as cortinas para que pudesse olhar o que tinha atrás dela. Estava ali, Jeon meio que sentado na poltrona mas dormindo, só de olhar já sentia a dor nas costas aguda.

Mesmo que não fosse lá aqueles caras sentimentais, Jimin sentiu seu coração apertar, aliás ele tinha ficado ali mesmo tendo muito trabalho pra fazer.

Jungkook não era obrigado a ficar ali e mesmo assim, estava.

— Mãe. — A chamou, tomando sua atenção. — Acorde ele, ele deve ter coisas mais importantes pra fazer do que ficar aqui comigo.

A mulher sorriu como se já esperasse que seu filho dissesse aquilo e negou, fazendo carinho nas pernas do filho cobertas por um lençol.

— Ele disse que o mais importante era você, e aliás Yoongi e Yura me disseram que ele surtou com todos do hotel pelo elevador, ele realmente ficou preocupado.

— Mas... Mas... — Jimin não sabia o que dizer, em seguida de tanto "mas" então ficou pensando consigo mesmo quieto.

Jungkook de certa forma salvou sua vida porque provavelmente viu que ele tinha entrado no elevador, se não fosse por ele, onde estaria agora?

— Querido, porque está chorando?

— O que? Eu não... — Passou a mão pelo rosto e sentiu as lágrimas quentes na bochecha, estava chorando, sem saber, só estava.

Limpou as lágrimas que caiam com as mãos e mesmo assim caiam mais, Jimin não sabia o que estava acontecendo consigo mesmo.

— Você gosta dele, filho?

A mesma pergunta, Jimin não sabia nunca como responder, sempre lhe dava um branco na cabeça.

— Eu n-não.

— Eu te conheço meu amor, não minta para a sua mãe.

— Eu não sei, não sei, mamãe.

A mulher assentiu, deixando beijinhos na testa do filho em seguida, não queria apressá-lo.

— Em breve você vai começar a entender você mesmo, não apresse os seus sentimentos. — Ela disse e Jimin assentiu, vendo-a se afastar.

Todas as vezes que ouviu sua mãe, a sua vida correu como planejado, então iria fazer tudo como ela disse.

Sua mãe era bonita, por dentro e fora, sempre lhe deu os melhores conselhos que podia sobre tudo, inclusive é a melhor fonte de amor que tem.
Quando Jimin odiava seu corpo e sua aparência, ela quem dizia todos os dias que tinha tido um anjo com uma beleza angelical muito diferente, perfeito do jeitinho que era. Isso o ajudou a superar um pouco da sua baixa auto-estima e insegurança.

— Preciso sair por alguns minutos, você vai ficar bem?

— Sim, relaxa, pode ir. — Disse respirando fundo para se acalmar, acalmando também, a mãe preocupada.

Ela acenou e saiu apressada do hospital, provavelmente também saiu do trabalho para ver o filho.

Diferente dela, Jungkook e Jimin não eram nada um do outro, e mesmo assim ele estava ali, com risco de pegar mal jeito nas articulações, dormindo em um sofá de estofado duro.

Na maca, seu braço do soro doia, não sabia porque, nunca tinha tomado tudo aquilo antes e sentia que nem precisava, já estava bem, então tirou, bem devagar, pronto pra se levantar da cama em seguida.

— Aonde está indo? — Jeon apareceu entre as cortinas, cansado, com um pequeno sorriso com suas poucas covinhas a mostra, Jimin nunca tinha percebido que tinha.

— Ah... Érr, Me desculpa. — Mordeu os lábios e o olhou sem jeito, nunca tinha o levado tanto a sério antes então parecia difícil. — E obrigado.

— Não há de que, eu fiz o necessário pra te salvar. — Jungkook disse caminhando até a maca. — Ainda bem que você não me deixou.

— Como assim?

— É... Vamos esquecer isso, você está bem agora.

Jimin o analisou, de baixo a cima, ele parecia estranho, sua expressão não estava uma das melhores também, parecia ter mudado de uma hora pra outra.

Jungkook em silêncio foi até onde o garoto estava sentado e o abraçou, simplesmente o abraçou muito forte.

Nesse meio tempo, pensou que ele que estava doente ou algo assim, ou quem sabe tenha acontecido alguma coisa.

Quando foram separar o abraço, Jimin se afastou, mas para sua surpresa, o moreno tocou seus lábios no dele em um pequeno selinho, uma coisa pequena, mínima.

Mas os dois sentiram algo nessa coisa mínima.

Jungkook se distanciou um pouco depois e não disse nada, nenhum dos dois disse, pelo menos por um tempo.

— Quando você estiver melhor, você e todos terão férias.

— O que?

— Apenas vamos, se recusar, eu te demito. — Ele pareceu sério, mas depois sorriu, Jimin negou com a cabeça sobre a brincadeira.

— Eu tenho que ir?

— Sim, você tem. — Jungkook enfiou a mão em um de seus bolos e dali tirou algumas passagens dobradas juntas, não amassaram nem nada do tipo, estavam inteirinhas.

— Havaí?

— Os acionistas dos hotéis decidiram sair de férias e nos convidaram.

— Nos convidaram? Como assim? Porque está me chamando?

— Porque você é o único que me agrada e você sabe disso, essa pergunta foi sem nexo, garoto. — Ele simplesmente disse arrumando o seu terno amassado e a gravata afrouxada.

Era na verdade a primeira vez que Jungkook realmente lhe admitia algo.

— Ah, então tá, se você diz..

— Você vai?

Jimin de certa forma pensou muito nele depois do encontro no escuro, da confusão da carta que deveria entregar, depois da gargantilha que pegou e depois do número que rasgou da sua agenda.

Estava desenvolvendo algo estranho, era muito estranho. E queria descobrir até onde isso podia ir.

— Tá, eu vou com você Jeon Jungkook.

« CTT » jjk+pjm (sendo reescrita)Onde histórias criam vida. Descubra agora