Frio de Lisboa

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Pronta para mais um dia, após uma noite terrível tendo que escutar gemidos de duas amigas lésbicas e loucas, aqui estou eu pronta pra mais uma reunião de trabalho. Coloco um moletom, pois isso aqui tá um gelo e ponho minha arma na bolsa porque nunca se sabe né? Nos dias de hoje sempre tem policial querendo fazer graça.

- Alguém vivo nessa casa? - Falo aos berros afim de acordar às meninas que dormiam no sofá -

Percebo que Day levanta, ela se cobre com um lençol, olha pra mim e pergunta:

— Dormiu bem Sôh?? - ela tentava esconder o constrangimento -

Como ela pode me fazer essa pergunta depois do show de horrores que fui obrigada a escutar entre elas a noite?

— Na verdade eu não dormi, vocês não deixaram! - falo enquanto coloco um pouco de comida no potinho para o Periquito, nosso gatinho-

— Desculpa Sôh, é que nós precisamos liberar os hormônios que estavam acumulados. - Day sorri sem graça -

- Da próxima vez sugiro que paguem um motel, tem um que é 10 euros 30 minutos, me falaram que é top!

- Aí Angel, eu hein você nem transa, e nem nos deixa transar. Vou te arrumar boy.
— Ou uma girl — diz Samara —

— Dispenso! — falo enquanto sorrio—

Day e Samara vão para o meu quarto, acho que foram dormir porque né? Então sigo em direção ao café que tinha abaixo do prédio, pego uma coxinha, um capuccino e vários sachês de catchup, um café da manhã nada saudável. Então sigo em direção ao porto, hoje vou receber umas cargas e logo depois tenho reunião marcada com Pedro Escobar, isso mesmo o famoso traficante Pedro Escobar. Sempre tive vontade de fechar negócios com ele, não pelo fato de ele ser um traficante renomado no Brasil, mas sim por querer expandir meus negócios sem precisar me envolver diretamente. Chego no porto, avisto o pessoal e logo me junto a eles.

—Eaí, como foi a viagem? Tranquila? — não sei como ouso a falar isso os caras estão com drogas até no intestino se brincar e eu perguntando se a viagem foi tranquila —

— Foi sim Rebecca, sem grandes emoções, ah e os produtos vieram todos em perfeito estado, sem nenhuma perca ou danificação. Se é que me entende — Fala João um dos meus garotos—

— Entendo sim Johnny. Bom, agora pode colocar dentro do caminhão da nossa distribuidora, que eu vou assinar os papéis de retirada para podermos ir fazer a distribuição das maquiagens nas lojas!

—  Sigo em direção ao senhor do despache que por sinal faz serviços para mim também, não se espantem eu tenho "capangas" por todos os lugares. Assino a papelada, seu Manoel é o senhor que sempre deixa a minha mercadoria passar sem verificação, é claro com uma remuneração básica! Após fazer o quê tinha que ser feito, vou para o carro assim que entro percebo um clima meio tenso, olho para o João e falo:

—O que tá pegando? Aconteceu alguma coisa? —coloco o sinto de segurança e fecho a porta do carro—

— Um dos laranjas deram o papo Angel, estão de olho nas nossas cargas. Você sabe que querem te descobrir a mò cota, desde o Brasil — João fala preocupado—

- João, parece que você não me conhece, sou eu cara a Angel! Já sei os planos dos canas. Fica de boa! — dou partida no carro, até que recebi um WhatsApp de Day "cuidado, na estrada 232 tá tendo blitz policial." Porra! olho mais à frente e vejo que tem umas blitz, João soava mais que tampa de chaleira enquanto falava:

—  Angel, olha isso, agora estamos ferrados, eu desisto, eu vou me entregar — João estava desesperado, fazendo então sua voz ficar trêmula, fazendo com que os pingos de suor caíssem pelo seu rosto.

— Que se entregar o quê João, deixa de ser frouxo, és um homem ou um rato?— digo enquanto abro o porta luvas e entrego uma arma discretamente ao João, logo depois coloco entre minhas pernas a minha arma — Só faz o que eu pedi tá ouvindo?

—  Ok, por favor nos tira dessa! — João esconde sua arma—

Ao escutar o desespero do João, sinto que devo isso para ele e olhando por outro lado também, sou Sophie né? Não vou ser pega por policiais em uma blitz. Encosto meu carro naquela fileira, pego uma manta no porta-luvas e digo:

— pressiona isso na barriga Jhonny, — viro para o lado entrego uns sachês de catchup da coxinha que tinha comido mais cedo ao João — coloca isso aqui no pano e grita como se estivesse ferido e com dor, caso não acreditem pode descarregar o gatilho — João assente com a cabeça, sim é um plano arriscado mas lets'go!

Sigo buzinando até que um dos policiais chegam até meu carro, em um tom desesperado, falo:

— por favor, meu irmão se feriu, não tenho tempo, preciso ir para o hospital mais próximo, nos ajudem!  — o policial se aproxima de nós, ele olha para o João, aqueles segundos pareciam ser eternos, vejo o policial colocar a mão em sua arma e olhar para o João mais uma vez, estávamos perdidos, mas logo percebi o policial mandar-nos seguir em frente, pisei fundo no volante e exclamo um caralho que soa por dentro do carro.

— CARALHO! — com isso tenho um ataque de risos e involuntariamente no primeiro semáforo, dou um beijo no João.

— wow, você é foda gatinha! — Estava eufórico e a olhava com um olhar sedento, era um misto de: tesão, tensão e  perigo —

— eu sei João, eu sei! — digo enquanto acendo um cigarro e sigo em direção ao escritório onde o Pedro Escobar me aguarda.—

Seguimos em direção ao meu escritório particular num interior aqui de Portugal, era longe mas aquilo tudo valeria a pena.
Após passar os portões de minha ilha particular, paro o carro em frente minha mansão onde fica o escritório, percebo os carros parados em frente sorrio, saio do carro junto com o João e sinto o frio em minha espinha, o contato com o vento gelado arrepia minha pele, sentia orgulho de mim mesma, os seguranças que ficam na porta me cumprimentam e escuto:
— Senhorita Angel, o Sr. Escobar está a sua espera em seu escritório!

Passamos pela porta, e logo subo as escadas indo para meu escritório, giro a maçaneta, é, a partir de agora os acordos irão mudar!

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⏰ Última atualização: Jan 31 ⏰

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