Meu Suicídio

Fundamental I

    Com 9 anos comecei a ver um pouco a maldade nas pessoas, eu via o quanto as mulheres eram assediadas, eu via o quanto de droga rodava, eu via gays apanhando porque diziam que " não era certo, não era coisa de Deus, que ficou mulherzinha porque não apanhou muito...", mulheres sendo estupradas ninguém reclamava só diziam " olha o jeito que ela se veste, ta andando pra provocar mesmo", não culpo essas pessoas por elas falarem isso elas foram criadas desse jeito, eu as culpo por não terem amor ao próximo ou por simplesmente elas não terem noção de ajudar aqueles que estão mais sendo afetados psicologicamente.

       E em casa só piorava, minha mãe se perdia cada vez mais nas drogas quase nunca via ela em casa e quando eu via era pra pedir dinheiro pra minha vó , e o meu pai começou a ser um alcoólatra desgraçado todos os dias a noite ele chegava em casa bêbado quebrando tudo, felizmente eu tinha minha avó cuidando de mim, mesmo com esses problemas rolando em casa ela sempre estava sorrindo. Na escola eu sempre andava com as minhas amigas que chega um momento que a Maria me puxa e fala " O Eduardo tá gostando de mim", a Maria sempre foi a mais bonita do grupo, "até que ele é bonito, mas prefiro o rafa" " você ainda não falo pra ele?", a maria era a única que sabia do meu segredo, " não... vou ver se consigo contar hoje, quer saber vou contar agora", a maria fez questão de chamar o rafa até mim, ai vi de longe ele vindo, comecei a soar frio, minhas mãos e pernas não paravam de tremer eu comecei a ver tudo rodando em camera lenta, minha barriga parecia que várias borboletas, até chegar um momento que ele já estava em minha frente sem que eu percebesse, " iae marcelo, beleza?", eu não sabia o que responder, fiquei paralisado, comecei a ter uma falta de ar, mas eu respirei fundo e falei " voce viu o novo episodio de dragon ball gt que lanço", eu não consegui falar pra ele mas consegui um assunto que ele gosta e a partir daquele momento ele não parou de falar, mas eu não ligava se ele falasse muito ou não, eu gostava de ouvir ele falando, prestava atenção em cada palavra que ele falava, eu estava realmente apaixonado pelo rafa eu só não sabia se eu devesse falar  o que eu sentia por ele, eu não consegui meu coração falava sim mas o meu cérebro não, dentro de mim parecia que estava acontecendo uma disputa de cabo de guerra, chegou uma hora que eu corri pro banheiro de deixei o rafa falando sozinho, eu não conseguia mais ficar perto dele, eu não sabia o que eu fazia eu sentia que estava sendo pressionado, comecei a chorar desesperado sem saber o que fazer, fiquei lá no banheiro durante um bom tempo.