Capítulo 5

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Fernanda

Duas semanas se passaram.
E nesse tempo eu investiguei tudo sobre o cara. Achei perfis em redes sociais, endereço, tudo! Estava decidido. Iria me infiltrar onde ele mora.

Eu sei que estarei correndo um grande risco. Se ele descobre que sou da PF eu estou morta, mas que eu morra sabendo informações sobre meus pais.

- Eu não vou deixar você fazer isso! - Paulo segurou meu braço no vestiário.

- E quem é você pra mandar em mim?

- Meu amor não me deixe. - ele abaixou a cabeça.

Meu coração doeu. Eu gosto muito de Paulo apesar de tudo que ele aprontou comigo, um carinho de anos não se acaba em meses. É foda! Mas eu preciso .

- Paulo. Não temos nada. - fui curta e grossa. - Eu prometi pra mim mesma que iria entrar na polícia federal pra fazer justiça e não vou amarelar agora.

- Você que sabe. -falou sem me olhar. - Saiba que te amo,e te esperarei sempre que quiser voltar.- ele saiu de perto de mim.

Não Fernanda! Quem se ilude é trouxa. Foca na missão, macho a gente arranja qualquer um.

Fui para sala do comandante para informar tudo. Se ele não aceitasse eu iria por conta própria.

- Acho isso tudo muito perigoso.

- Senhor... É a minha vida. Eu sofri que nem louca, chorei... sem meus pais, sem felicidade alguma. A única coisa que me restou foi minha avó. Sabe o que é acordar todos os dias sem saber o que aconteceu com sua família? Lembrar de tudo e não poder fazer nada. Isso dói, eu preciso saber de algo. - as lágrimas já estavam escorrendo.

- Se acalme Fernanda. Eu não concordo
em misturar sentimento com profissão mas eu permitirei. Se é isso que você quer.

- Obrigado, não irei decepcionar o senhor.

- Você terá que mudar de nome, mudar a aparência, tudo! Você se passará por uma menina que veio de outra favela pra residir lá. Creio que você sabe como agir.

- Sei. - sorri confiante.

Iria ser difícil pra mim. Abandonar meus costumes, meu visual, meu carro,minha vida. Mas enfim vamos lá!

*****

Fui para o meu cabelereiro de confiança, não sabia ao certo o que iria fazer. Meu cabelo era grande e castanho, mas o que fazer?

- Loiro! É a escolha melhor para combinar contigo.

- Sério isso Martin? - bufei.- Oxigenada?

- Não garota. Só vou colocar umas mechinhas mais claras pra dar um up . Você tem muito cara de séria Fernanda.

- Tudo bem.- respirei fundo.

Algumas horas se passaram... olhei no espelho e não me reconhecia, arrisco a dizer que fiquei bonita, realmente Martin sabe o que faz.

- Amei. - sorri pegando em meus novos cabelos. - Obrigado querido.

Agora iria as compras, precisava de roupas novas para me passar por uma garota de comunidade. Dei uma pesquisada e fiquei horrorizada com algumas roupas que usavam por lá, mas tudo pela justiça.

Comprei vários shorts jeans, vestidos curtos e colados, saltos extremamente sexys ,eu pretendia ir aos bailes para conquistar a minha presa! E iria o fazer.

Furei o umbigo e o nariz acreditem. Jéssica disse que seria melhor pra tirar essa minha "cara de policial" .
Enfim,eu estava irreconhecível.
****

O grande dia chegou. Iria embora para comunidade do Nh. O que me aguardava eu não sei.

Me despedi da minha vó com o coração partido,não saberia se voltaria... mas quem sabe a sorte me sorria. Vovó não queria me deixar ir, mas eu precisava! E como disse o comandante, sentimentos não se misturam com profissão.

Minha casa já estava alugada, estava tudo certinho. Eu não sei como agiria mas terei uma amiga pra contar lá, uma conhecida da minha prima iria me ajudar a conhecer a favela , claro que sem saber quem sou. Minha prima não sabe quase nada dela também, é só colega de baile,só sei que o nome dela é Jade e é a única pessoa que "conheço " na Nova Holanda.

O que poderia me esperar por lá...

Ponto fracoOnde histórias criam vida. Descubra agora