Capítulo 7

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                Fernanda

Ele estava louquinho por mim! A proposta de o convidar para almoçar foi exatamente essa. E quando falei que o beijo foi uma besteira? Ele ficou possesso e aquilo mexeu com ele, eu senti.Tanto tempo lidando com a mente das  pessoas como agente investigativa que conheço o efeito que provoco nelas. O umico problema, é que eu senti algo, depois desse beijo, mas esquece né.

Paulo me mandou diversas mensagens propondo de nos vermos em seu apartamento . Ele era chato, mas precisava relaxar... então aceitei. E além do mais sentia falta de alguém com quem eu poderia ser eu mesma,a Fernanda mesmo. Apaguei a conversa e me arrumei.

Tive que comprar outro celular. E não podia entrar em meu instagram verdadeiro nem nada.  Eu tinha medo de descobrirem que eu era policial. Era um saco! Usava dois números de Whatsapp no caso de sei lá né. Era melhor prevenir.

- Bom te ver Fernanda. - Paulo disse após eu entrar em seu apartamento.

- Vamos direto ao ponto! - o agarrei jogando-o contra parede.

Precisava de sexo, precisava esquecer por um tempo tudo o que carregava sobre mim, meu segredo, minha descoberta... tudo!

*****

Vestia minhas roupas rapidamente. Precisava voltar para o morro, não podiam dar por minha falta por muito tempo, para todos os efeitos lá eu só tinha a minha avó de parentesco e fugi por ser perseguida pelo meu ex.

- Você já vai?

- Sim. Preciso ir.

- Fernanda você sabe que não precisa. Desiste dessa droga antes de se envolver com esse pessoal.

- Já estou envolvida. E já conversamos sobre isto.

- Eu sei.. mas. Fernanda é perigoso.

- Perigoso? Eu preciso saber o que aconteceu com meus pais, eu preciso saber quem eles eram.  Olha pra mim Paulo. Uma mulher que teve sua vida interrompida aos 16 anos com a morte dos seus pais sem saber nem o por que. Nem o corpo deles eu pude enterrar porque quem os matou os levou antes da polícia!

- Eu não sei o que te dizer... só sei que estou aqui para o que precisar!

- Olha, eu te agradeço, serio mesmo.Tchau,eu tenho que ir. - coloquei minha arma na cintura dei um beijo nele e saí de seu apartamento.

Peguei um táxi que me deixou na entrada do morro. Iria ter que descer sozinha esse trajeto todo, não que estivesse com medo,mas era perigoso andar nesse lugar. Não me sentia segura nem um pouco com esses bandidos. Iury era diferente, ele era meigo, gentil e educado, nem parecia ser um traficante. 

Desci olhando para todos os lados. Estava muito frio essa noite e eu estava com um mau pressentimento.

Entrei num beco que dava acesso para minha casa e fui surpreendida por um cara alto e moreno com um maço de cigarro em mãos. Ele parou na minha frente interrompendo a minha passagem.

- O que você quer?- falei curta e grossa.

- Eu que te pergunto.  - me olhou de cima a baixo. - Esse aqui é o meu ponto de drogas a noite e ninguém passa por aqui.

- Pensei que só o dono daqui podia mandar no morro, não você. Sai da porra da minha frente seu imbecil.

- Cala a boca mocinha,você fala demais quem voce acha que é.- ele ficou na minha frente.

- Me deixa passar caralho! Eu só quero ir pra minha casa numa boa cara.

- Você vai ir pra sua casa!Mas só depois de eu fazer o que quero com você.

Ele se aproximou mais de mim tentando me derrubar e rasgar minhas roupas, filho da puta! Gente suja, era incrível como a criminalidade reinava neste lugar e ninguém fazia nada para impedir.

Devagar enquanto ele estava por cima de mim, dei um chute em suas partes baixas e saquei a arma atirando em seu coração. Levantei desesperada eu estava fodida se alguém visse o que fiz podiam descobrir quem eu era. Fodeu, mas eu não ia deixar esse cara abusar de mim jamais.
Corri dali direto para casa, guardei minha arma no cofre, tirei as roupas e tomei um banho, minha cabeça explodia de uma forma.

Como a minha cabeça estava cheia, decidi tomar um dorflex. o que estou fazendo comigo mesma meu Deus. 

 
Espero ter a saída para meus problemas, espero conseguir, espero sair desse morro viva!

Eu sentia um frio na barriga e um arrepio, sentia muito medo, apesar de eu ter treinamento, eu estava sozinha nesse local, e não sei o que eu faria se me pegassem. 

Ficar em casa estava me deixando doida, uma vez em que fiquei 1 mês de ferias quase enlouqueci, precisava arrumar alguma coisa para fazer socorro.

Ponto fracoOnde histórias criam vida. Descubra agora