Silent Woman

Capítulo 4

Kate

— C-como você encontrou, Mendes? — meus olhos estavam inchados de lágrimas. Era real! Em pensar que meu irmão está vivo depois anos.

> FLASHBACK <

— Kat, minha vida. Se esconda! Antes que seja tarde pra você. — Klaus beijou minha testa e Beth me abraçou apertado, me levando para o mais longe possível.

— ME SOLTA BETHANY. ME SOLTA!!! — gritei o mais alto que podia, até perder a voz.

— O Klaus não... O KLAUS NÃO!!! — forcei minha voz para um som mais agudo.

— Eu juro, que vou, acabar, com a sua raça. MALDITO! — Chord estava na minha frente, sorriso largo e vitorioso. Meus sentimentos estavam destruídos. Meus pais estavam mortos e Klaus, prestes a morrer. Eu não queria essa vida, eu não escolhi viver assim. Bethany estava eufórica e assustada com todo esse holocausto. Minha irmã nunca sentiu tanta pressão em um dia, pela vida.

— A mamãe nunca poderá contar para vocês, não é? Afinal, ela está morta, Kate... é assim que seus morceguinhos te chamam? — Chord debochou. Andava lentamente para um lado e para o outro, me causando um tique nervoso com o barulho de seu sapato.

— Não chame meus irmãos de morcego, seu cachorro! — rosnei de raiva.

— Há. Me chamando de cachorro? Esqueceu que egocêntrico também é metade canina? — ele roçava seu dedo polegar com o indicador. Me encarava de queixo erguido e olhar mortal — Me escute querida, é para o seu bem! — Chord parou em minha frente, sorriu fingindo piedade e passou sua mão no meu cabelo como gesto de “carinho”.

— Não, me, toque. — eu tentava controlar minha respiração e manter minha calmaria mas a provocação de Chord era inevitável. Ele sabia exatamente como me tirar do sério.

— Acho que Eve ficaria contente por mim em lhe contar um grande segredo. — Chord colocou suas mãos sob meus ombros e me abraçou apertado.

Se ele tentava demonstrar afeto, que ele saiba que nunca conseguiu ou chegará perto de conseguir.

— Meça suas palavras, Chord! — Bethany pegou no meu braço, me afastando de Chord.

— Eu e sua mãe éramos muito felizes. Muito mesmo! — ele caminhava em nossa volta — Éramos muito apaixonados, nos amávamos. O amor era recíproco, pena que não durou muito tempo... algum desgraçado descobriu o nosso segredo e acabou espalhando tanto para o reino dos morceguinhos quanto para nossa alcatéia. — senti suas unhas fincarem nos meus ombros e imediatamente saí da cola dele, ficando de frente.

— Está descontando sua raiva em mim, Chord? — perguntei indignada. Minhas lágrimas não paravam de cair. Chord não tinha senso e compaixão. Frio e calculista... ele era o próprio diabo.

— Está descontando sua raiva em mim? — gritei novamente — Eu não tenho culpa sobre o seu passado com minha mãe. O destino tentou te mostrar que não era pra ser! Você sabia muito bem que na época era terminantemente proibido relação entre vampiros e lobisomens. Minha teve a total consciência depois que se livrou de você. Ela só quis um amor de verdade! Alguém que pudesse lhe dar carinho, atenção e que fosse da mesma raça. — sorri fraco. Eu estava exausta com a presença “maligna” de Chord — E não é que ela achou alguém que realmente a merecia? Se amaram, casaram e ela pode então, realizar o sonho dela, que era construir uma família. E olha só... parece que o insuperável não conseguiu contentar com a felicidade do alheio. Quis destruir tudo. TUDO! — gritei. Andei em volta de Chord e me aproximei no seu ouvido.

— Aceite que a minha mãe não te ama mais e vai procurar outra vítima. —rosnei no seu ouvido e lhe dei três tapas leves em seu ombro como gesto de consolo.

— Nós somos a prova viva da felicidade de nossa mãe. — Beth, por fim, cuspiu na fogueira.

De repente, ouvimos gritos de desespero de Niklaus.

Bethany e eu olhamos atordoadas pelo corredor. Sem mais delongas corri em busca do seu grito de socorro e Chord me espancou até a parede. Enquanto eu tentava deter Chord, minha irmã seguiu a voz de Klaus.

(...)

— Ele se foi. — minha irmã voltou em prantos. Não parava de chorar, parecia outra pessoa. Chord estava prestes a me dar o toque final. Eu não aguentava mais lutar contra ele, meu coração doía, meu ânimo caiu para a estaca zero. Quando eu ouvi a voz falha de Beth, era como se ela tivesse dado um tiro no meu coração.

Eu não acreditava, meu Klaus estava morto?

> FLASHBACK |OFF| <

— Onde o encontrou? Por onde andava? Com quem Klaus estava? — Bethany perguntava nervosa e assustada com a aparição repentina do nosso irmão.

— Eu não encontrei o Niklaus. — Mendes deu de ombros — Ele trabalha para a minha família a seis anos.

— Sou mordomo da família Mendes. — Klaus respondeu.

— E o Chord? Ele não te machucou? — perguntei procurando cicatrizes em seus braços e pescoço.

— Não. — Klaus sorriu — Eu fugi antes que Chord descobrisse que eu ainda estou vivo.

— Não deixou nenhuma evidência? Nem pistas para ele? — Bethany perguntou. Beth ainda estava assustada e com dificuldade de ingerir tudo isso. Creio que para ela não passava de um sonho, ou pesadelo...

— Não. Fui muito cuidadoso nessa parte. Kat, minha vida, você está correndo um enorme perigo. Caso de vida ou morte! Chord não vai descansar enquanto não achar você e te matar. — Klaus me abraçou apertado. Estava com receio de que alguma coisa poderia acontecer comigo. Eu teria que ficar atenta vinte e quatro horas por dia agora em diante. A qualquer momento, Chord poderia chegar e me matar.

— Não duvido no que esse cara é capaz. Realmente, sua vida está em jogo. — Bethany me abraçou e Klaus se juntou para o abraço triplo.

— Espera aí gente. O que está acontecendo aqui? — Mendes interrompeu. Oras, eu tinha me esquecido que ele ainda existia e que estava na minha frente. — Quem, diabos, é Chord? — Mendes perguntou pausadamente. Mostrava pasmo e terror em ter ouvido nossas sinceras “opiniões” sobre Chord.

— E bota diabos nisso, coitadinho. — Beth deu tapas leves em seu braço.

— Qual é, com esse mistério todo, vocês estão nos deixando assustado... — Mendes suspirava ansioso diantes de nós.

— Shawn... — peguei ele pelo braço e pedi que ele entrasse na minha casa — Está tarde e acho que terá que passar a noite conosco. — acompanhei ele até a sala e ofereci o sofá para ele se sentar.

— É... uma longa história! — respirei fundo.

***

Caros leitores,
Preferem capítulos curtos ou longos?
Boa leitura!