Capítulo Dois

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Dois dias depois eu estava trocando SMS com o Gabriel e assistindo ao notíciario, aliás só haviam tragédias na televisão e novelas medíocres. As vezes me pergunto porque a televisão apenas nos mostra coisas ruins, Mortes e mais mortes. Desta vez, em um dia só, um avião caiu e morreram 244 pessoas, resolvo mudar de canal e vejo que uns Cristãos foram decapitados na Síria por não se converterem e por aí vai. A cidade em peso entrou em um tipo de luto, afinal, não é todo dia que tantas pessoas morrem por causa de uma queda de avião. Haviam pais, crianças, mulheres que estavam indo para um compromisso, ou uma viagem de férias, talvez a trabalho, porém agora todos estão apenas mortos. Sinceramente eu achei babaquisse da parte deles, talvez eu esteja sendo um pouco egoísta mas acontece que a morte nunca se afastou da minha vida, nada mais me surpreenderia em relação a ela portanto não havia motivo para eu me juntar a eles neste "luto" pouco mundial. Acredite, nem se o papa fosse decapitado eu me surpreenderia. É  como se eu convivesse com a morte lado a lado, sabe? Ela costuma tirar de mim todas as pessoas que eu amo, quase a minha famïlia inteira já havia morrido em menos de 2 anos. O meu pai, faleceu por volta de um ano e eu acho que foi a maior dor da minha vida, embora ele não tenha sido aquele "herói" como muitos dizem ele continuava sendo meu pai. Ele era muito doente, ele vivia doente então ta né. Recentemente foi o meu tio favorito, ele era o cara. E era a minha obrigação aceitar, o problema era que EU NÃO QUERIA ACEITAR. Mas o que eu iria fazer? Chorar eternamente? Sei que irei sentir saudades de deixar ele ganhar no tênis, um dia estavamos correndo, porém ele estava cansado e parou, mandei ele imaginar que tinha algo que ele queira muito até o ponto de chegada de nossa longa corrida, eu não entendi muito qual era o motivo por ele ter continuado a correr ainda mais rapido, chegando lá tinha uma garota linda e ele jogou algumas cantadas e pediu seu telefone, poisé, o incentivo dele era a garota.  Embora muitos acham chorar uma forma de se alíviar e se sentir melhor, eu acho um pretexto para fugir da dor.  Enfim, se eu fosse parar pra pensar em todas as pessoas que eu amo e que já haviam morrido, eu iria surtar eternamente, prefiro colocar meus fones de ouvido, com a minha banda favorita Creed tocando ao último volume e com uma voz super desafinada cantar, este era o meu modo de desabafar.

Cinco minutos depois chega um SMS do Gabriel dizendo - "Jordan, vamos nos encontrar no MCdonalds o mais rápido possível, você não sabe o que aconteceu e eu preciso te contar!!"

Como todo bom novo amigo e como um ser igual a mim extremamente curioso, concordei e respondi - Beleza, as 18!

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