Me sinto vazio e sem propósito.
Eu sei que é meio pesado começar assim, jogando minha insuficiência na cara de quem lê, mas é assim que me sinto 24 horas por dia, vazio.
Vazio, eu não encontro sentido nessa subjetividade em forma realidade perceptível que se chama vida. Me sinto distante pois não consigo observar a didática que todos dizem que toda essa subjetividade sem sentido tem, logo me sinto desconexo, distante de tudo e todos, em uma bolha onde vive eu... Só eu.
Escuto tudo acontecer a minha volta mesmo quando estou sozinho preso no meu minúsculo quarto escuro, o silencio é ensurdecedor, por favor me ajude. Esses barulhos que eu escuto todo dia, desde a hora que acordo até a hora que vou dormir tomam minha alma como água nos pulmões, de modo sufocante.
Refletindo mais profundamente sobre minha situação totalmente complexa, eu concluo que não sei quem eu sou, assim como não sei quem é minha mãe, meu pai ou qualquer um que esteja a minha volta. Me sinto distante de mim, como se outra pessoa tomasse minha vida, toda lembrança que tenho é como se outra pessoa tivesse vivido aquele momento, é um.sentimento difícil de explicar. Infelizmente não me sinto eu mesmo nem quando escrevo esse lamento. Quem sou eu?
Diferente do que pensam aqueles ao meu redor, o cigarro ou a bebida não irão me matar, mas a solidão vai, porque como uma vez um velho no bar me disse "Solidão é estar no meio de todo mundo e mesmo assim se sentir no meio de ninguém." E desde então me pergunto como eu estaria com alguém se não estou comigo mesmo? Eu não consigo me conectar com ninguém, pra mim conversar pessoalmente com alguém é um sufoco, algo que me dói a cabeça só de fazer por 5 minutos, mas eu insisto nisso, aliás, eu sou dono de um bar, irônico, não? Toda vez que tento fazer essa tarefa impossível chamada me relacionar, dou de cara com um muro de concreto chamado "ansiedade", que me impede de fazer tudo, até mesmo de conseguir respirar corretamente na frente de um grupo de mais de 5 pessoas (juro que a falta de ar não é por culpa do cigarro.)
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Isso que escrevo agora é sobre quem?
Non-FictionÉ uma luta eterna dentro de mim, procuro sempre me encontrar, mas é tudo muito pesado, doloroso, tudo muito difícil.