Capítulo 15

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Um cutucão no pé me fez acordar.

_Esta na hora de irmos antes que os cachorros descobrem que o que estão seguindo é uma pista falsa. -disse ele novamente com cara de louco

Com um salto fiquei de pé e joguei o casaco para ele, desenrolei o cachecol do abdômen deixando deslizar para o chão e retirei as ervas do local. Uma linha vermelha era tudo que restava do corte profundo, passei a katana pela cabeça e ajustei novamente em minhas costas.

_Pronta!

_Pega. -falou ele jogando algo em minha direção e já saindo pela entrada.

Surpreendi-me ao ver que era dois cajus maduro, depois sai com passos rápidos acompanhando-o novamente por entre as arvores agora um tanto incomodada.

_Qual é o preço?-perguntei

_De que?-respondeu ele fingindo não entender

_De todo essa preocupação em me alimentar e cuidar de minhas feridas! Não me venha dizer que foi o que combinamos e que esta pagando a divida por que isso não cola. O que quer de mim Alister?

Ele parou e se virou para me encarar.

_Já estou recebendo o que quero de você! Entretanto se te incomoda ser bem tratada vamos fazer o seguinte, te faço uma pergunta pessoal e você me responde sem enrolar e sem mentiras desse modo me pagar o pequeno agrado alimentar.

_Creio que já entramos no campo pessoal no instante que decidiu me ajudar e contou sua história! E se ainda não percebeu sou absolutamente franca, faça sua pergunta antes que me arrependa.

_Acho que ontem eu estava muito sensível!-falou ele debochadamente.

Depois recomeçou a andar de modo mais calmo.

_Você o ama?

_Se amor é esta com coração acelerado toda vez que o vejo, se é sentir vontade de esgana-lo e abraça-lo ao mesmo tempo, se é querer protegê-lo de todas as coisas e me senti em agonia por não estar ao seu lado. Sim, eu o amo!

_Então por que esta o abandonando?

_Por que é a única coisa que posso fazer para protegê-lo! O que acha que meu clã fará quando descobrir que me acasalei com um licantropo?

_Não devia deixa-lo escolher se quer correr o risco.

_Mesmo que desse a ele a escolha a resposta continuaria igual. Não posso ter seu sangue e dos seus em minhas mãos.

_Estamos saindo do território deles! Se andarmos mais um pouco chegamos à cidade. -disse sem se virar

_Não posso voltar para cidade é o primeiro lugar aonde vão me procurar.

_É verdade! Entretanto o lugar aonde vou te levar eles não poderão sequer imaginar ou mesmo senti seu cheiro.

_Que lugar é esse?

_Minha casa!

_Esta falando sério!

_Eu sempre falo serio. -falou ele sorrindo

Quando entramos na cidade tentei tampar a blusa suja de sangue mais percebi que ainda sim continuaria a chamar a atenção. Primeiro porque carregava uma Katana nas costas e segundo Alister parecia um modelo saído de alguma famosa capa de revista, muito alto com cabelo loiro cortado em um corte da moda, olhos claros e com um corpo bem definido. Mesmo usando Jeans, camisa branca e casaco preto o deixava irresistível o que me fez ter pena de suas presas.

Não me ame (concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora