Capítulo II - Fora de Órbita

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 Fui para a escola e ao entrar na minha sala de aula...minhas mãos estavam tremendo, meu olho vigiava tudo, só estava a espera de alguma zoação ou um olhar morto da garota popular. Me sentei no meu lugar, tirei as coisas da minha mochila e coloquei sobre a mesa, resolvi olhar para a garota, por mais impressionante que seja...ela estava olhando diretamente para mim! Eu congelei no mesmo instante, era um olhar mórbido, eu não enxerguei felicidade ou tristeza em seus olhos.
 Não pensei duas vezes, fingi que minha borracha tina caído, fiz um gesto de apanhar algo do chão, eu fiz isso para ela não pensar que eu tinha virado para vela, comecei a copiar o que estava na lousa. Deis daquele dia eu não tive coragem de olhar para ela novamente.

  Meses depois...

  Faltava duas semanas para as férias de verão e eu,  finalmente, consegui um amigo, não durou muito nossa amizade, ele mudou de escola no ano seguinte, mesmo assim foi bem legal. A gente tinha o habito de desenhar quadrinhos juntos...

 1 2 4 9 ou 10 anos depois...

 Eu esperava já ter conseguido minha passagem voluntaria para marte, mas não foi oque rolou.

 Eu consegui um emprego qualquer em um lugar qualquer, depois troquei por outro trabalho igual que parecia ser melhor igual qualquer outro, comecei a namorar uma pessoa que parecia ser mais cativante que qualquer outra no mundo e em seguida nos separamos pelos mesmos motivos clichês de sempre das comédias românticas, dizendo "o problema não é você, sou eu" quando claramente era por motivos próprios mesquinhos.

  Apesar da minha vida monótona, eu não conquistei nada além de dividas bancarias, sinceramente eu não entendo como não estou de baixo de uma ponte refletindo tudo isso com uma lata de feijão estragado com um rostinho sorridente pintado. Minhas dividas começaram logo após eu começar a receber meu salario mínimo do exercito, fiquei todo empolgado com o ocorrido que comecei a gastar com coisinhas bem simples como bolachas e sapatos talvez algumas roupas, aquilo fazia eu me sentir o Elon Musk passeando pelo shopping com dinheiro para comprar oque quiser, mas então o deus do capitalismo e dos boletos bateu na minha porta, O Cartão de Crédito, eu usava sempre com o pensamento de que eu pagaria a fatura do mês seguinte com meu salario garantido que viria no inicio de todo mês, isso até eu me machucar e ter que sair misteriosamente do oficio, digo que isso é inédito porque o comum seria eu ficar na corporativa mesmo ferido meu joelho mas oque eu sei né? de qualquer forma eu não tinha mais minha renda garantida para me vangloriar mas tinha uma conta para chegar e quando chegou eu fique me perguntando se tinha algum vilão por ai que clonou meu cartão, não era possível eu ter gasto mais de 700R$ com coisas tão triviais, não estava tão caro na verdade, era só uma bola de neve rolando no topo de uma montanha mas que logo se tornaria uma avalanche...

 Esse pensamento me deixou fora de orbita.

Um Garoto ComumOnde histórias criam vida. Descubra agora