O livro

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Regra: a busca da perfeição não é nada se não for inseparável

da necessidade de difundir todo o bem que se possui.

Louis Lavelle


Este livro é fruto espontâneo dos meus estudos da obra de Olavo de Carvalho e da necessidade incontornável de divulgá-la aos amigos, parentes, leitores e brasileiros em geral, da maneira que julgo mais objetiva, educativa e contundente para despertar suas inteligências e orientá-los em questões fundamentais da existência e da convivência humanas, sem deixar de mostrar como o ambiente cultural do país e a canalhice global interferem em casa uma.

Dado o abismo cada vez maior entre o universo midiático-educacional e a realidade, e portanto entre o povo exposto às classes falantes e os verdadeiros sábios, as recomendações de leituras esparsas via e-mail ou link nas redes sociais, muito embora importantes, não me pareciam suficientes para cumprir estes objetivos, de modo que tratei de montar um material ao mesmo tempo consistente e abrangente que eu pudesse atirar no colo das pessoas ao meu redor, sobretudo as mais dispostas a discutir o que não estudaram, e dizer:

"Toma. Sem isto aqui, não dá nem pra começar a conversar."

Sim. É verdade que Olavo de Carvalho publicou outros livros extraordinários, que também devem ser lidos por quem queira avançar na vida intelectual, mas nenhum deles facilita tanto a vida do leitor comum - leigo ou iniciante em assuntos políticos e técnicas filosóficas - quanto este, do qual só não se pode dizer que o pega pela mão porque seria mais correto dizer que o pega pela orelha, não sem lhe dar umas boas e merecidas palmadas por ter vivido tanto tempo como um bichinho, sem saber que diabos está acontecendo.

Se "a suprema alegria de um professor (...) é a de poder abrir a seus alunos um horizonte bem maior que a circunferência de um prato de lentilhas",* a do organizador de sua obra é torna-la ainda mais atraente e acessível ao grande público, em prol da formação de uma elite pensante não apenas capaz de distinguir um prato de lentilhas de todo o legado da cultura universal, mas também de perceber que a absorção deste último pode ser bem mais nutritiva.

Em busca deste resultado, nada mais natural do que recorrer aos artigos jornalísticos de Olavo de Carvalho, chamarizes instigantes de uma obra quase inabarcável e sob o impacto dos quais muitos de seus leitores - os menos frouxos, modéstia parte - saem em busca de suas aulas, descobrindo, então, as dimensões infinitamente maiores da sabedoria do filósofo - para muito além, é claro, da caricatura que dele fazem seus adversários políticos e do próprio rótulo de "polemista", quase sempre usado no Brasil para rebaixar quem exibe provas, documentos e análises lógicas irrefutáveis e um nível igual ou inferior ao daqueles que fazem discurso histérico-militante. Na maior parte dos casos, a polêmica está nos olhos de quem não lê.

Este livro, no entanto, não é uma simples compilação de artigos, mas sim uma compilação de temas essenciais - todos eles renegados à obscuridade no país - , sobre os quais os artigos vêm lançar luz, importando para a seleção menos a data e o veículo em que foram publicados do que o potencial de cada um em iluminar esses temas, ainda que, em favor da abrangência, eu tenha priorizado os mais sintéticos entre os milhares que reli ou descobri durante esse trabalho, enquanto me perdia, como tantos leitores, ouvintes e alunos, nas páginas virtuais do site de Olavo de Carvalho.

*Carvalho, Olavo de. A dialética simbólica. São Paulo: É Realizações, 1997.

Tratei, pois, não apenas de organizar aquele empilhamento sem fim de textos, mas de resgatar na obra jornalistica recente e antiga do autor o que ela tem de atemporal, de ferramenta útil à compreensão da realidade em outras circunstâncias pata além daquelas das quais cada texto emergiu, não sem a intenção de exemplificar o quanto o jornal também é, ou deveria ser, um espaço para análises capazes de sobreviver ao tempo - e até de prever, com acerto, uma infinidade de acontecimentos - , sendo bem mais do que o simples comentário das notícias da semana. Não é porque a notícia envelhece, afinal, que a reflexão correspondente deve envelhecer junto.

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⏰ Última atualização: Mar 20, 2019 ⏰

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