4. Terceira Estrofe

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"...Nós andamos na chuva
Alguns quarteirões até seu apartamento
Você me convidou para entrar
Me pegou olhando em seus olhos
E eu normalmente não sou assim
Mas eu gosto do que você está fazendo comigo
Ah, o que você está fazendo comigo
..."

Anoiteceu e todos nós nos trocamos, vestimos roupas mais formais. Luzes especiais se acenderam na piscina, mesas foram colocadas no jardim e uma música animada tocava.

Conversei com outras pessoas durante a festa, mas não conseguia parar de pensar em Giovanna. Depois de nos auto apresentarmos um para o outro, ela havia sido completamente descontraída, simpática e expontânea. O que me ajudou a esquecer um pouco o nervosismo. Por mais que a conversa com os meus colegas da faculdade parecesse me interessar, nada estava tão mais interessante que ter Giovanna ao meu lado.

Observei quando ela começou a se aproximar, estonteante. Ela havia prendido os cabelos e vestia uma espécie de macacão preto brilhante com um pequeno decote e também calçou salto altos. Sempre achei as garotas bonitas de qualquer jeito, mas toda aquela produção me deixou mais louco ainda, e aquela maquiagem escura que me forçava a não tirar os meus olhos dos dela.

Fiquei meio tonto. E não fiz questão de disfarçar meu olhar de admiração. Fiquei feliz por mais uma vez ela ter tomado a iniciativa.

— Olá! — ela disse levantando sua taça, animada e movimentando o corpo no ritmo da música que tocava.

— Eu estou feliz por ter sido convidada, olhe para este lugar — ela apontou para o espaço, — vocês escolheram bem, ein?

— Na verdade, a indicação foi de sua amiga, — respondi, ainda não conseguindo tirar os olhos de seu rosto atraente.

— Ah! Stephanie maravilhosa como sempre.

Giovanna me convidou para sentarmos em alguma mesa. Ela contou como era a sua cidade, o porquê de ter se mudado. O quanto falavam bem da minha faculdade, o que a fez querer se transferir para lá. Experimentamos tudo que havia na mesa de petiscos. Ela falou sobre seus sonhos, sobre os filmes e cantores que gostava. De vez em quando eu gaguejava, ela como sempre sorria e retomava o rumo da conversa. Não era constrangedor, era divertido. Giovanna era divertida. As horas foram se passando, mas o pessoal continuava animado e eu mais encantado com a garota que estava bem na minha frente.

Algumas horas depois começou a chover. A pista de dança continuou recebendo algumas pessoas que não se importaram com a chuva, outras entraram para dentro da casa, outras continuaram em suas mesas. Como foi o meu caso e o de Giovanna. Ela olhava para o céu maravilhada e nem um pouco preocupada com a sua maquiagem. Ela suspirou. Disse que precisava ir para casa porque tinha assuntos pendentes da mudança para resolver logo cedo, e eu, sem hesitar, me ofereci para acompanha-la. Ela falou que seu apartamento não ficava muito longe, apenas alguns quarteirões, sugeri um táxi mas ela disse que preferia caminhar.

Caminhei ao seu lado com as mãos no bolso, me prevenindo para esconder possíveis tremores. Quando chegamos em frente ao seu apartamento, ela me convidou para entrar.

— Eu adoraria, mas... — esqueci completamente o que iria dizer, meus olhos se encontraram com os dela novamente. Ela percebeu e sorriu. Tocou de leve minha nuca e aproximou seu rosto do meu e sussurrou no meu ouvido:

— Você adoraria, maaas??

Perdi os sentidos, noção de espaço, esqueci meu nome, tudo. Ela afastou um pouco seu rosto do meu, mas sem soltar minha nuca. Me lançou um olhar confuso. Soltei o ar que antes eu mal sabia que estava prendendo.

— Eu normalmente não sou assim, mas eu gosto do que você está fazendo comigo.

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