Descobertas

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- Vocês estão liberados.- eu gritei, para que todos os funcionários que estavam presentes ouvissem.

-Krys.- chamou Liza.- O que você acha que vai acontecer com Anne?

-Não devo falar isso com você, Liz. Sinto muito.

-Tudo bem.- ela revirou os olhos.- Espero que ela tenha o que mereça.

Liz começou a se afastar e puxar Harry consigo, que conversava com Louis.

-Ei, Liz. Harry.- foi minha vez de chamar. - Eu não deveria falar nada disso com vocês, mas descansem.- Liz assentiu para mim, mostrando que sabia sobre o que eu estava falando. 

Olhei em volta vendo o fluxo de pessoas diminuírem rapidamente. Segundos depois, o ginásio estava vazio e sem sinal do Zayn. O idiota havia saído sem me avisar. Mas até que era uma coisa boa, assim ele não me atrapalharia com meus planos.

Vesti minha blusa, fichando o zíper e enfiando as mãos no bolso. Saí do ginásio andando rápido em direção ao lugar que meu corpo tanto desejava.

Andei pelos corredores mal iluminados e passando no meio de algumas pessoas que fingiam não olhar para a minha direção com curiosidade.

Cheguei em frente as portas grandes de vidro, que guardavam meu pequeno baú de tesouros. Passei por elas e encontrei o enorme laboratório vazio, exceto por um corpo deitado sobre uma mesa, dormindo. Dan.

-Espero que já tenha terminado seus trabalhos.- eu disse, moderadamente alto, acordando Dan.

-Mas é claro que sim.- ele resmungou.- Eu não sou tão irresponsável.

-Fez o que eu pedi?

-Sim.

-Você viu do que se tratava?- perguntei.

-Claro que não, Krystal.- ele respondeu, ofendido.- Somos amigos. Por isso você confia em mim.

Conheci Dan quando ele entrou aqui. Eu ainda não tinha acesso a todas as áreas do departamento, e estava trabalhando em um veneno de potássio. Dan parecia perdido, então me aproximei dele para poder ter acesso sobre algumas coisas do laboratório. Acabamos virando amigos desde então.

-Obrigada, Dan.- agradeci com um sorriso.- Você pode ir dormir agora. Em uma cama.

-Seu DNA está em cima da minha bancada.- Ele riu e saiu do laboratório. Foi o tempo que precisei para agarrar cuidadosamente o béquer, que havia uma solução aquosa azul, e o DNA de Zayn.

Me sentei em uma banqueta atrás da bancada do laboratório e peguei cuidadosamente a "gosminha branca" dentro no béquer com uma pepita, o colocando em uma paleta de vidro. Aproximo o microscópio de mim, e coloco a paleta debaixo da lente.

Liguei a tela do computador ao lado, esperando que as imagens aparecessem ali.

As imagens do DNA visto microscopicamente, apareciam lentamente pelo monitor e eu mal conseguia me segurar de ansiedade. Eu não sabia o certo se eu queria mesmo estar certa. Se estivesse, tudo mudaria. Incluindo minha vida. Então, se eu estivesse certa, não seria uma coisa boa. Seria um completo desastre.

Havia uma considerável chance que eu estivesse errada, até porque as chances eram tão pequenas, que nem precisavam ser provadas. Era quase uma variável inexistente. Mas não para mim e nem para o meu instinto.

Um minuto e meio se passaram até que a imagens estivesse completamente concluída. E, para minha sorte ou azar, eu estava inconfundivelmente correta.

-Merda.- sussurrei.

Pela primeira vez em muito tempo, eu não sabia o que fazer.

Eu precisei de de quatro segundos para saber o que havia de errado naquela imagem na tela do computador, e zero segundos para saber que aquilo não era bom.

Depois de quase dois minutos, imprimi aquela imagem que tanto me perturbava e saí do laboratório, com a respiração descontrolada, devido a pequena dose de adrenalina que meu cérebro provou á poucos segundos atrás. Eu precisava me controlar rápido, para não sofrer o infeliz desastre natural e desagradável de ansiedade, e me faça ter um ataque de pânico. 

Caminhei até o elevador principal, que aos poucos voltava ao grande fluxo de pessoas, devido o horário. Eu não podia ver com estava o céu lá fora, mas eu sabia que o sol ainda não havia dado as caras.

Entrei no elevador, e apertei no andar desejado, respirando fundo. Eu não sabia muito bem o que eu ia falar para meu tio, mas ele deveria saber daquilo o mais rápido possível.

Quando o elevador parou e as portas se abriram, eu saí de dentro daquele cubo, que já começava a ficar apertado demais pela tensão que se mantinha ali.

Atravessei o largo corredor, parando de frente a porta de ferro. Respirei fundo, e deixei que segurança facial me reconhecesse.

Abri a porta, com certa força e encontrei meu tio lá, sentando em sua cadeira de frente para sua vasta mesa de mármore, assinando algum documento.

-Mas o que...- o velho começou.

-Precisamos conversar.

Modified| Z.MOnde histórias criam vida. Descubra agora