Levada

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Não tinha amanhecido ainda, quando Rosa ouve socos na porta,seguidos de gritos do tio:
_Acorda,pirralha! Sua carona chegou!
Sua gargalhada deu arrepios, e Rosa acorda aos pulos, assustada.
Lembra do que estava acontecendo e chora, Richard sem mais paciência entra quarto a dentro e a puxa pelo braço.
_Sua menina lerda! Anda logo!
Ele sai empurrando a pobre menina casa a fora, até a frente da casa. Rosa,apesar de ainda estar escuro consegue ver uma carroça,que mais parecia uma gaiola,viu o homem que a conduzia,um velho devia ter mais de sessenta anos, alto e gordo,usava barba comprida de onde se via um sorriso malicioso que encheu de medo a pequena Rosa.Ela se encolhe quando a mão suja do condutor toca seu rosto.Ele tem aparência que não toma banho a dias. Seu tio a joga na carroça,o condutor se apressa em acorrenta-la. Decidida não mostrar fraqueza a seu carrasco, Rosa levanta o rosto olhando com desprezo e fazendo um juramento interno:
..._ Voltarei pra me vingar!
O condutor entrega a seu tio um saco que pelo barulho é de moedas.
_Toma,780 mil réis pela escrava!
_Vai tarde, leve-a logo! Não quero olhar nunca mais a cara dessa pirralha!
..._Então é isso que eu valho? Você vai pagar cada moeda pelo que está fazendo.
Apavorada não sabia o que viria, mas já pensava em sua vingança.
Quando a carroça entrou em movimento, sentiu medo, não sabia quem a tinha comprado, nem para onde estava indo,mas se recusava a demonstrar os seus sentimentos.
Seu carrasco seguiu conduzindo, às vezes a olhava com aquele sorriso malicioso e curiosidade no olhar.
Ela tinha todo o corpo dormente e já tinha perdido a noção de quanto tempo  estavam na estrada,mas pelo sol apontando alto devia estar perto da hora do almoço. Sua barriga roncava, a boca seca, determinada ela ficava em silêncio.
O carrasco a olha pela milésima vez, e  cada vez que ele faz isso Rosa sente um frio na barriga,alertando do perigo.
_O bunitinha... quê cê feiz pro sinhozinho querê si livra do cê?
...( Silêncio)
_Ocê é bem gostosinha pra se livra anssim,eu ia ponha ocê na minha cama isso sim!
Rosa vira o rosto, disfarçando a náusea que sente, em pensar estar na mesma cama que aquele homem nojento.Ela era nova mas já desconfiava o que acontecia quando um casal ficava a sós em um quarto.

A ESCRAVAOnde histórias criam vida. Descubra agora