Jantares de família nunca foram legais. Você encontra aqueles tios chatos que só sabem falar de coisas chatas em suas vidas chatas; os parentes velhos que você não entrosa; as crianças que tem vontade de matar; e as tias perguntando dos seus namorados, sempre. Bom, essa parte eu pude pular já que eu praticamente não via um garoto há cinco anos, e não é como se eu gostasse de garotos. Pelo que parece meu assunto era mesmo meninas.
Mas além de todo aquele esteriótipo ridículo de família tradicional, eu ainda tinha meus primos. Felizmente eles eram legais e não me fizeram mil perguntas idiotas como os adultos.
— Você é uma adulta agora, bem vinda ao inferno. — Lucy disse com uma cerveja em mãos, rindo debochada.
— Obrigada? — ri junto a ela e suspirei, brindando nossas cervejas e olhando para o enorme quadro com a foto de todos os primos da família. — Quando tiramos essa foto?
Lucy olhou para o quadro e levou alguns segundos até me responder. — Acho que uns seis anos atrás. Você ainda tinha aquelas bochechas gordas. — ela disse sorrindo e abraçou meus ombros com seu braço.
Ela era de longe a melhor prima que eu poderia ter, ela sempre me entendeu e me agradava. Talvez fosse porque ela me comprava bebidas e me levava em festas da galera mais velha, mas ela também me ouvia, diferente dos outros parentes. Deve ser por isso que a Tia Liz sempre achou que eu estivesse a influenciando a gostar de meninas.
— Olha o que temos aqui. — uma voz feminina soou atrás de nós.
Logo um enorme sorriso se fez presente em todos os rostos ali. Ela não tinha mudado nada, continuava com os saltos altos para ficar mais alta que eu e ainda fazia piada com isso.
— Ora ora, Perrie resolveu acordar e me fazer uma visita. — disse se sentando ao meu lado.
— Tecnicamente ela visitou à nós. — Lucy a corrigiu.
— Ah, cala a boca Lucy, deixa eu me sentir especial. Senti falta da nossa bolinho. — disse me apertando.
Stephanie, minha prima que mais parecia minha mãe. A presença dela me deixou feliz, até quase me fez esquecer os problemas.
...
— Ok, tá me dizendo que você recebia cartas de uma estranha que vive a quilômetros daqui falando que era sua namorada e não contou pra mim? Que tipo de prima você é? — ela quase gritava enquanto caminhava de uma lado para o outro no quarto de Lucy.
Eu e ela nos entreolhávamos várias vezes para rir, Stephanie ficava mesmo irritada quando eu escondia coisas dela pelo visto, e desta vez foi uma coisa enorme. Eu não sabia porque estava contando isso naquele dia, ali sozinhas no último quarto do segundo andar, mas contei.
— Eu sabia. — disse Lucy, nos fazendo o olhar imediatamente — Ela contou uma vez que ficamos bêbadas, mas disse que era segredo e que eu não devia mencionar para ninguém.
A olhei um pouco preocupada, e com a expressão de quem esperava mais informações, quase gritando milhões de perguntas para ela. Apenas gesticulei a obrigando a falar mais.
— Eu não sei de mais nada, você tava muito chapada. Até cheguei a pensar que o acidente pudesse ser culpa disso tudo, mas como não sabia de nada preferi esperar você acordar.
— E SE ELA NUNCA TIVESSE ACORDADO, LUCY? — Stephanie gritou, se aproximando e dando um tapa na garota, me fazendo revirar os olhos — Pode ser culpa dessa- dessa garota! E se ela causou a tragédia da Perrie?
— Ei! — me levantei — Eu sou... eu era apaixonada por ela. E ela por mim. Eu não lembro quem ela era mas eu tenho certeza que ela nunca me machucaria.
Então eles ficaram em silêncio, finalmente. Lucy sabia me ouvir, e Stephanie sabia me respeitar, elas sabiam me ajudar.
Foi por isso que eu pedi uma carona no dia seguinte, eu iria encontrar o professor Liam.
...
— Como você se sente?
Eu já tinha ouvido tantas vezes essa pergunta que as palavras nem faziam mais sentido na minha cabeça. Viraram apenas palavras; apenas uma pergunta qualquer. E eu não fazia questão de responder.
Agora eu estava em frente ao que podia ser a resposta de todas as minhas perguntas, ou a chave para mais um baú cheio delas. Respirei fundo antes de ler em voz alta "Liam Payne, Vice Presidente".
— Tem certeza que quer entrar? — Lucy pediu baixinho.
Ela tinha a maior habilidade em fingir não estar ali, usando seus fones e segurando as chaves do carro dentro do bolso enquanto estávamos naquela sala de espera. Eu apenas assenti, e neguei sua proposta de entrar comigo. Então quando a mulher que estava na recepção disse que eu poderia entrar, eu fechei meus olhos respirando fundo uma última vez.
Abri a porta e a primeira coisa que eu vi foi um homem sentado e digitando algo em um computador moderno e branco. Engoli seco e tentei falar alguma coisa, mas é como se minha boca estivesse fechada pois nada saía dela. O homem me olhou, e eu juro por tudo que eu acredito que ele ficou totalmente branco no mesmo segundo.
— Perrie? — questionou.
— Professor. — foi tudo o que eu consegui dizer.
•••
bem, eu não sei se tem muita gente lendo essa fanfic, mas eu pretendo postar os capítulos quase que de uma vez para finalizá-la logo. vocês gostam disso ou querem que eu vá com mais calma?
xoxo -amy
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284mi [♡] jerrie
Fanfictionperrie edwards acorda de um coma e encontra as cartas de um antigo amor, então decide encontrá-la depois de anos. © original by loztus