A princesa de Agraabim

A joia

Todas as noites a rainha sofria com pesadelos horrendos, sonhos da noite em que seu filho fora arrancado de seus braços. Ela era forte, e não deixava isso afetar a relação com a pequena joia que crescia alegre pelo palácio.

Telgh, era uma mulher carinhosa, criou Topázio com muito amor e atenção, mas Hazin era um pai ausente, sempre estava viajando em busca de algo especial, mas sempre voltava de mãos vazias.

Aos 3 anos, Topázio executava pequenos feitiços com perfeição, característica herdada de seu pai, seus avôs e tios que eram magos, então seria lógico que a pequena joia seria uma maga também.

Aos 6 anos, a princesa salvou alguns súditos de um ataque de um minotauro furioso, que queria tomar o trono de Agraabim. O monstro era enorme, e bastou apenas algumas palavras para que Topázio diminuísse o monstro fazendo com que ele ficasse do tamanho de uma ratazana.

Aos 12 anos, foi quando ela perdeu o controle dos seus poderes.
Ela estava brincando no oasis principal do castelo, quando uma cobra venenosa se aproximou e quase a picou.

A princesa ficou tão assustada que transformou a cobra em areia, junto com todo o oasis do castelo, as paredes estavam sendo transformadas em areia, mas o tio da menina impediu rapidamente que o feitiço se espalhasse.

Assim que Nefir viu o que aconteceu, tratou de pegar um bracelete de zinco, chumbo, ouro e pó de gênio, que ele tinha guardado para uma ocasião como essa. O bracelete era um objeto de contenção de magia.

Ele colocou o bracelete no bracinho pequeno da princesa, e o feitiço parou, fazendo com que o oasis e o castelo voltasse ao normal, mas a cobra continuou sendo um punhado de areia.
— Topázio minha querida, você precisa controlar seus poderes, nem sempre eu estarei para te proteger.

— Desculpe tio, a cobra me assustou... não fiz de propósito. Não conta pra mamãe, ela vai ficar zangada.

— Não vou contar com uma condição, não tire esse bracelete nunca. Só tire quando eu mandar ok?

— Ok tio, eu prometo.

— Ótimo, agora vamos que seu pai deve estar retornando da viagem nesse exato momento.

Assim que chegaram no palácio, o sultão estava sentado na sala dos embaixadores sozinho e pensativo. A menina entrou na sala correndo e pulou nos braços do pai.

— Papai!

— Olá meu peixinho dourado, seus cabelos cresceram desde que nos vimos pela última vez. Você tem se comportado?

— Sim, eles cresceram. Sim eu tenho sido uma boa menina, e tenho feito feitiços pequenos e inofensivos. Papai, o senhor vai ficar para meu aniversário não é?

— Essa é minha menina. Não meu peixinho, eu saio amanhã cedo para Arcandell minha busca ainda não acabou.

— Mas papai, é meu aniversário.
A princesa estava começando a chorar.

— Eu prometo te recompensar, mas essa busca é realmente importante. Eu prometo te trazer a maior concha possível.

— Mas eu quero que o senhor esteja aqui... e para isso eu trocaria todas as conchas do mundo.

— Eu sei meu amor...mas

— Eu odeio essa sua busca, o senhor nem sabe o que esta procurando e eu espero que nunca ache.
Nesse momento a menina saiu correndo pela sala chorando voltando para o oasis, onde a cobra de areia estava, sendo assim seu lugar favorito em todo castelo.

— Topázio volte aqui, não seja grosseira...
Antes que o sultão terminasse a frase a princesa ja estava bem longe da sala.