III

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Louis

"Sente-se, Louis", Harry diz, sua voz dura, inflexível. 

Sempre tive um pouco de medo dele, não que ache que ele vá me machucar ou algo do tipo, mas ele exala perigo por todos os poros e isso me deixa sem ação... Vou até o sofá e sento-me, observo que Harry vai ate o bar situado no canto do escritório e coloca uísque em dois copos. Realmente não gosto de beber, porem agora, eu preciso tomar algo forte, especialmente desde que percebi que ele irá me fazer contar tudo.

Ele se aproxima e me entrega o copo, depois se senta em frente a mim, seus olhos intensos focados nos meus. Essa intensidade que eu conheço tão bem toca direito em minha alma.

"Diga-me o que está acontecendo, Louis, e tente não mentir dessa vez."

Eu olho para o copo de vidro; o líquido de cor âmbar no cristal causa um grande contraste.

Fico nervoso com seu tom duro e bebo o uísque em um único gole, o liquido queima seu caminho para baixo da minha garganta. Coloco o copo agora vazio em cima da mesa na minha frente, eu olho para Harry.

"Eu conheci um cara." Deus, dizer essas palavras me deixa tão envergonhado. Quantos livros, filmes ou até mesmo meus amigos começam com essas exatas palavras para contar alguma historia?

Harry não se move ou fala, mas sua mandíbula aperta, e vejo a maneira como sua mão tenciona sobre o copo de vidro.

"As coisas estavam bem no início, muito bem, na verdade. Agora sei que..." Eu olho para as minhas mãos, agora entrelaçadas juntas em meu colo. "Que ele usou os meses que estávamos juntos, para ter acesso a informações da minha conta bancaria." desvio o olhar de Harry, não querendo chorar, mas minhas emoções estão à flor da pele. Isto é tão doloroso para contar, especialmente para ele. "Ele limpou minha conta poupança, e não deixou... Nada." Mordo o interior da minha bochecha, e sinto meus olhos lacrimejarem.

"O que mais, Louis?" Harry inclina para frente, coloca o copo sobre a mesa, e parece estar puto de raiva.

Olho para as minhas mãos, e me mantenho em silêncio, provavelmente, será um erro conta-lo o resto. É humilhante estar aqui, dizendo-lhe estas coisas, mas eu preciso de sua ajuda. Ele é o único que pode me tirar dessa merda absoluta em que me meti.

"Antes de descobri que ele tinha limpado minha conta, eu disse a ele que queria terminar as coisas."

"Por que você quis terminar?" A voz de Harry é profunda, dura. Quando eu não respondo, ele pergunta de novo.

"Diga-me, Louis, agora."

Levanto meu olhar para o seu e apenas cuspo fora. "Ele me bateu, e eu não queria mais ficar com um cara que coloca suas mãos em mim desse jeito."

A emoção que cobre o rosto de Harry é perigosa, violenta, e eu inclino-me mais para trás no sofá. Uma rajada fria emana dele, me dando a promessa de que não deixará meu ex impune.

Harry

Eu ia matar a porra do infeliz. Não, não matá-lo imediatamente, mas fazê-lo sofrer antes que eu acabasse com sua vida inútil. Ele colocou as mãos em Louis, roubo-o; e estou indo para garantir que o filho da puta sabia que ninguém toca no meu menino.

Minha raiva é palpável. Inferno, até Louis pode senti-la. Vou até o bar de novo, sirvo-me outra bebida, e bebo antes de me virar de frente para ele. "Preciso saber quem ele é."

Ele balança a cabeça antes mesmo de eu terminar.

"Harry, por favor, não. Eu não preciso desse tipo de ajuda sua."

Ele só quer que eu lhe dê o dinheiro que aquele filho da puta roubou, mas não o ajudarei só desta forma. Preciso infringir dor nesse imbecil.

O que Louis não sabe sobre mim é que nem sempre fui rico ou dono deste império. Vim das ruas da Birmingham, Inglaterra, e tive que fazer coisas deploráveis para sobreviver. Cheguei à Rússia ainda adolescente, e trabalhei pra caramba. Demorou quase duas décadas para chegar onde eu estou agora, até que voltei para Inglaterra. Como ele se sentiria se realmente conhecesse o homem a sua frente, o homem que tinha sido casado com sua mãe e vivido sob o mesmo teto que ele por anos, o que faria se soubesse que fui um assassino?

Olho-o e ele parece vulnerável e inocente. Importo-me com Louis como jamais me importei com qualquer outra pessoa. É fodido, sei que não o mereço, mas após vê-lo creio não ser capaz de deixa-lo ir embora. Não me orgulho do meu passado ou das minhas atitudes, porém sobrevivi da única maneira que consegui.

"Diga-me quem ele é" é tudo o que falo. Claro, eu posso encontra-lo sozinho. Irá demorar um pouco, mas tenho recursos para fazê-lo. Para ser honesto, estou ansioso como o inferno para machucar o imbecil.

Sei o porquê de ele estar hesitante, Louis é um cara inteligente. Ele sabe que quando eu quero alguma coisa eu não descanso até conseguir. Isso inclui ir atrás do filho da puta que o machucou e fazer Louis meu, de toda e qualquer maneira.

Taboo (Larry) (Taboo #4)  ✔Onde histórias criam vida. Descubra agora