Doce Morte

One Dead

Belly acabava de desempacotar a última caixa de mudança quando ouviu seu pai a chamar do andar de baixo. Colocou a última peça de roupa no guarda roupa e desceu para ver o que seu pai queria.

– Sim pai? – perguntou indiferente.

– Sabe porquê nos mudamos não é mesmo?– seu pai pergunta pela décima vez naquele dia.

– Sim. – Belly responde calma como sempre.

– Essa é uma chance para recomeçar, para não cometer mais erros. Entende isso Belly? – era a dessima vez da sua mãe lembra-la de seus erros.

– Claro mãe.

– Não nos decepcione Belly. – sua mãe diz firme e fria.

Belly não expressa nenhuma reação e é liberada para voltar a arrumar seu novo quarto. Ela termina e vai ajudar seus pais nas demais coisas da sala e cozinha, a sua casa nova não era tão grande nem tão luxuosa mas tinha seus charmes.

Por motivos sérios Belly e sua família tiveram que mudar de cidade e não só isso, mudaram seus nomes também, seus pais a culpavam por isso.

– Belly, venha cumprimentar os vizinhos! – sua mãe chama na porta.

Ela foi até o hall de entrada onde havia uma família, um casal e uma menina com 8 ou 10 anos de idade todos cumprimentaram ela com um sorriso no rosto mas Belly disse apenas um "oi" sem expressão alguma em sua face.

– Me desculpem pela minha filha, ela é um pouco tímida. – seu pai tenta contornar o clima tenso que estava prestes há se formar.

– Mas que gracinha, trouxemos bolo! – a vizinha disse estendendo um bolo de cenoura com cobertura de chocolate em uma bandeja.

– Podem entrar! – seu pai diz aos convidados.

Belly apenas da de costas e sobe novamente para seu quarto mas percebe que alguém a segue, olhou para trás e viu a filha do casal. Ela ignora e continua subindo as escadas, quando chega ao topo para e se vira novamente para a garota menor.

– Por que me segue?

– Para brincarmos. – a criança diz inocente.

– Ok vamos brincar.

Belly da um grande sorriso e empurra a garota escada abaixo vendo a mesma rolar na escada, quando a garota chega lá em baixo Belly foi correndo em sua direção fingindo surpresa, os adultos chegaram logo depois por causa do barulho.

– Meu deus, alguém chame a ambulância!!! – a mãe da menina gritou.

O pai de Belly foi correndo em direção ao telefone fixo.

– O que aconteceu? – sua mãe pergunta.

– Estávamos indo para meu quarto, ela subia a escada saltitando e mesmo eu falando que era perigoso ela não parou, escorregou e caiu escada abaixo rolando. – Belly poderia ganhar um Oscar com sua atuação exemplar.

Tremia não de nervosismo mas sim porquê segurava a risada. Ver aquela situação de puro desespero e aquela criança irritante em seus braços com a cabeça sangrando e desmaiada era ilário para Belly. A ambulância chegou alguns minutos depois levando a criança e os pais da mesma ao hospital, os pais de Belly estavam preocupados, no chão havia sangue ainda.

– Espero que os vizinhos não comecem a fofocar ou nossa reputação vai acabar novamente... – sua mãe diz preocupada – amanhã iremos visitar a criança.

Belly ignora os delírios de sua mãe e vai pegar algo para limpar o chão.

– Foi você... – sua mãe sussurra – foi você de novo não é Belly!