Capítulo III

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Eu voava com meu pai, já que não era tão boa pra voar grandes distâncias. Nós éramos ladeados por mamãe e minha irmã, que se divertia, muitas vezes dando cambalhotas no ar. Ao seu lado, tio Azriel vinha, vigilante e protetor, assim como tio Cass, que estava ao lado de mamãe, carregando tia Mor – e se tia Nestha visse aquela cena, morreria de ciúmes.

- As vezes eu tenho vergonha. - confessei para o meu pai.

- De que, Vivian? - ele respondeu no mesmo tom baixo e discreto do meu.

- De não saber voar tão bem quanto Lyana. De não saber lutar tão bem quanto ela. Parece que ela está fadada a me proteger. - suspirei, mordendo o lábio.

Como ele me carregava ao estilo bebê, me apertou junto a ele num abraço.

- Vivian, existem maneiras diferentes de se proteger alguém. E existem maneiras diferentes de ser fortes. Sua irmã é uma exímia combatente e estrategista na batalha, porém não conseguiria nunca lidar com uma reunião diplomática.

Franzi o cenho, percebendo que era verídico. Porém papai não tinha concluído seu raciocínio:

- Além disso, sua irmã tem sim facilidade pra te proteger de um ataque. Físico. Quando se trata de emoções, nós sabemos bem que Lyana não sabe lidar com elas e, muitas vezes, é você quem tem que manter o sangue frio e cuidar dela.

Lembrei do dia em que ela descobrira que amava tio Azriel. Ly tinha ficado devastada e chorava no meu colo quase todos os dias, durante um mês, enquanto eu a abraçava.

As palavras de papai me confortaram e fizeram eu me sentir útil e necessária. Sorri levemente.

- Obrigada, pai.

- Não por isso, Viv.

O resto do percurso foi feito em silêncio. Pousamos no chão em frente a Sala do Trono, todos juntos. O silêncio era sepulcral, embora soubéssemos que o local estava insuportavelmente lotado.

Meu pai e minha mãe rapidamente assumiram as máscaras de "eu posso te matar com um estalar de dedos". Tia Mor entrou na personagem que assumia ali, a alegria de estar acima de seus pais idiotas. Os dois ilyrianos eram os guardas sérios e mortais mais uma vez.

Eu decidira, em conjunto com meus pais, ser silenciosa e dar-lhe apenas desprezo. Eu não conseguiria fingir mais que isso.

Já minha irmã... Ela tinha muita raiva aprisionada em si. Aquelas visitas eram, de certa forma, uma válvula de escape para isso, mesmo que fossem raras. Os anos de perseguição, ter me visto com uma faca pressionada a minha jugular, o afastamento de Azriel para nos proteger... Tudo isso criara nela uma raiva impressionante, que ainda era alimentada quando ela descobria as atrocidades cometidas na Corte dos Pesadelos.

Tia Mor entrou no salão primeiro, seguida por Azriel e Cassian, e pudemos ouvi-la se acomodar e anunciar bem alto:

- Seu Grão-Senhor e sua Grã-Senhora estão vindo.

A Court of Roses and StarsOnde histórias criam vida. Descubra agora