Prólogo II - Nascimento

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Morrigan era a única do grupo que deixava transparecer seu nervosismo. Feyre entrara em trabalho de parto naquela manhã, as 10:47. Depois de uma gravidez difícil, até mesmo para uma feérica, a mulher finalmente daria a luz a seu filho ou filha.

Entretanto, o que assustava a todos era o que poderia acontecer a ela no parto. A criança herdaria, muito provavelmente, os poderes da mãe e do pai, sendo um ser extremamente poderoso. Todos do Círculo Íntimo temiam que Feyre não aguentasse tal poder, uma vez que a própria gestação já tinha esgotado a Grã-Senhora.

- Mor. - Azriel falou baixo - Sente-se. Você já está aí andando de um lado pro outro faz quatro horas.

A loira estava extremamente diferente do seu habitual visual: trajava um robe de seda azul clara por cima de um baby doll com transparências e recortes. Seu cabelo encontrava-se numa desordem e seu rosto estava marcado de preocupação.

Até Amren, sempre tão serena e de rosto vazio, tinha a preocupação estampada em sua face, embora fosse mais discreta. Já Cassian estava sentado ao lado de Nestha, os cotovelos apoiados nos joelhos, sofrendo tremores oriundos do batuque de seus pés no chão. E ela, ao seu lado, estava sentada rigidamente, impecavelmente vestida, porém a face dura, enquanto segurava a mão de Elain.

A outra mão da loira era segurada por Lucien, seu parceiro e noivo. Tinha demorado para que eles se acertassem, mais que Cassian e Nestha, mas eles estavam juntos e, nesse momento, ele tentava ao máximo reconfortar a mulher, embora ele próprio estivesse agoniado. No final de tudo, Feyre era sua amiga.

Rhysand estava com a esposa, obviamente. Ela estava sendo amparada pela curandeira e pela sacerdotisa Clotho, entretanto era possível ouvir seus grunhidos de dor que vinham do quarto.

- Porra. - Morrigan soltou, mas sentou-se no colo de Azriel, abraçando seu pescoço.

O ilyriano prontamente abraçou a amiga, sem falar nada. Ele não tinha palavras para lhe oferecer, assim como não tinha palavras pra confortar a si mesmo. Só podia abraça-la.

Quando completou 16h, Rhysand entrou pela sala, encontrando os amigos petrificados em seus lugares. A expressão vazia e cansada fez com que eles esperassem o pior e levantassem, todos eles.

Até que ele riu baixinho:

- Não acredito que caíram nessa. É Feyre. Ela está bem.

A sala foi invadida pelo som de xingamentos direcionados ao ilyriano, que apenas riu. Ele brincava, mas obviamente tinha se preocupado com a parceira.

- E o bebê? Ou a bebê? - inquiriu Elain, delicadamente.

Rhysand soltou uma gargalhada, confundindo a todos.

- Aí que está a maior surpresa. Não é o bebê. - respondeu ele.

Amren franziu o cenho:

- É uma menina então?

Os olhos do Grão-Senhor brilharam em felicidade:

- No caso, são as meninas.

A Court of Roses and StarsOnde histórias criam vida. Descubra agora