Capítulo 04

3.6K 387 30
                                    

💝Ana - 1ª parte 💝

Eu cresci num lar bem amoroso, desde que me lembro minha avó Carmela que me cria e desde que comecei a falar que a chamo de vovozita, ela é meu tudo, minha rainha, a mulher mais importante da minha vida, sei que ela não é a minha mãe como pensei, assim que tive entendimento ela me explicou que minha mãe por morar em outro país não pôde ficar comigo e ela é quem me cria.

Nossa casa é simples mas eu amo cada detalhe dela, amo meu pequeno quarto que a vovozita arrumou do jeitinho que gosto, não tenho muitos brinquedos, nem muitas roupas, mas tudo que eu tenho sou grata a vovozita por trabalhar duro pra me dar. Ela não é só minha avó, ela é uma grande amiga, que me dá a sua mão e caminha comigo  aonde eu for, sem nenhuma exigência sempre com ternura, seus afagos, seus risos, brincadeiras, amo não só beijos, mas também suas broncas, ela sabe me ouvir e compreender qualquer que seja a minha confidência.

Desde cedo me acostumei a olhar minha avó como se ela fosse tudo que eu podia ter,e quanto mais conhecia do mundo e das pessoas, mais a admirava pela sua natureza guerreira, me encantava por ela ser um exemplo e uma inspiração. Vejo todos os dias suas duras batalhas, seus sacrifícios, mas nunca a vi virar o rosto à luta, nunca a vi se lamentar, nunca a vi se deixar ficar no chão depois de todas as vezes que caiu, ela sempre tem um sorriso no rosto e uma força que não sei de onde ela tira.

Com seu sangue, suas mãos e sua garra está me criando, e para mim o mais difícil agora é tentar honrar sua história, seus feitos.É um orgulho pra mim chamar ela de avó, é um privilégio ter o seu carinho e amor e uma honra viver sob os seus ensinamentos. Eu a  amo muito, ela é meu tudo, é a mãe que conheço já que a minha verdadeira mãe eu só vi apenas uma vez.

Morar com minha avó é tudo de bom, estou sempre sorrindo por que isso é o que ela sempre me ensina, por mais duro que seja nosso dia, por mais que aconteça algo que a gente não goste, temos que tirar uma lição disso e colocar um sorriso no rosto e continuar,  aqui em casa não temos muito porque o que a vovó ganha não é muito, mas ela sempre faz questão de comprar algumas coisas que gosto mesmo eu falando a ela que não precisa, a única coisa que ela não fala muito é sobre a minha mãe, sempre que pergunto ela me diz que um dia ela vira me ver e me levar pra morar com ela, mas eu não quero ficar longe da vovozita, mesmo querendo ter a minha mãe, quero a vovó comigo também.

Quando comecei a estudar meus coleguinhas sempre me perguntava se eu não tinha mãe, já que minha avó é quem me cria, as vezes eles me diziam que minha mãe não gosta de mim por não me levar pra morar com ela, as vezes até penso que seja isso, mas a vovozita sempre me fala ao contrário que minha mãe gosta de mim, só não pode ficar comigo por que mora muito longe, deixei de participar das apresentações de dias das mães, para que meus colegas não ficasse me zuando, mas sou muito feliz mesmo não tendo a minha mãe por perto, pois a vovozita faz questão de tornar meus dias mais felizes.

Meus aniversários sempre foram uma alegria, nunca quis ter uma grande festa, pra mim tendo o bolo de chocolate que a vovó fazia e os docinhos já fazia minha alegria, sempre  com meus amiguinhos a Alice e o João filhos da tia Diana, que sempre fica comigo quando a vovó não pode me levar para o trabalho dela, nós fazíamos a maior bagunça nesse dia, mas a vovó sempre deixava, por mais simples que fosse ela sempre trazia um presente, e sempre eu amava.

Uma semana antes de meu aniversário de sete anos a escola começou a inscrição para as aulas de patins, eu me apaixonei quando a professora falou que agora nós também ia poder participar eu fiquei super feliz, já estava contando os minutos para ir para casa e contar pra vovó, tomara que ela me deixe participar, assim que o sinal toca eu saio com a Alice, nós duas estudamos na mesma sala.

Deslizando  no Amor - Degustação Onde histórias criam vida. Descubra agora