Paixão perigosa

Capítulo 2: Uma noite inesquecível

 Sinto as moedas escaparem por entre meus dedos. Meu coração batia forte, me fazendo ter a sensação de dormência em meu corpo. Aquela voz me causa arrepios que eu não consigo explicar.

 - Lulu? –Marcos se aproxima, percebendo o meu estado de “choque”.

 - Pequena? O gato comeu sua língua foi?...mas ainda nem te beijei... –Podia notar um leve sorriso pelo seu tom de voz.

 Afasto levemente o celular do ouvido e olho Marcos, que estava mais perto.

 - E-eu to bem Marcos...só preciso atender...pega o troco pra mim por favor.

 Saia antes que ele pudesse protestar. Afasto-me da barraca de sorvete e vou até um banco na praça.

 - H-hm...você esta louco? –Não consigo formular qualquer outra frase, estava mesmo surpresa.

 - Ui, esta nervosinha? Atrapalhei seu encontro foi gatinha?

 Aquele apelido repentino me faz corar, mas mantenho o tom de voz mais serio possível.

 - Não estava em um encontro.

 Por algum motivo continuo me justificando pra ele...dou-me um forte tapa mental por isso.

 - Não estava agora então...pois a noite vai estar...

 - O-oi?...esta me chamando pra sair?...

 - Estou vendo que é do tipo romântica ...pode chamar de encontro se quiser. Hoje a noite, te busco por volta das nove horas.

 - M-mas eu tenho aula amanhã ...e se eu tiver compromisso para a noite?

 A risada dele ecoa. Não consigo me impedir de imaginar como deve ser sua expressão rindo.

 - Claramente você não tem, e claramente quer sair comigo...não se faça de difícil pequena...vai valer a pena.

 Calo-me por segundos. Qual era a razão de eu estar tão relutante? Afinal, emoções era algo que eu realmente queria, e ele com certeza poderia me dar...

 - Para onde vamos?...Para eu escolher uma roupa...

 - Coloque algo curto...vai estar quente, e você não vai querer ficar suando certo?...Bem, preciso ir. Passa seu endereço por mensagem para eu te buscar.

 - Vamos nos encontrar em frente à cafeteria que nos vimos.

 Já estava fazendo loucuras o suficiente para um dia, dar meu endereço para um estranho, por mais que fosse tentador se tratando dele, estava fora de cogitação.

 - Bom...como queira gatinha. Nove horas em... Estarei esperando ansioso..

 Pode ter sido impressão minha, mas posso jura que senti um tom de malicia em sua voz.

 -Certo...Até então.

 Desligo rápido e respirava fundo. Eu não estava agindo como meus pais me ensinaram, e isso só me faz ter mais certeza de que é exatamente isso que eu queria fazer aquela noite.

 Assim que estabilizo meus batimentos e tenho certeza de que o rubor em minha face já passou, volto para onde Marcos estava. Ele me olhava confuso.

 - O que foi isso? Esta tudo bem contigo? –Ele estava realmente preocupado.

 - Esta tudo bem...foi apenas um trote idiota..

 Sua expressão me mostrava que ele não havia acreditado muito na minha desculpa, mas preferiu não insistir no assunto. Seguíamos caminhando e conversando sobre a aula. Logo me toco que eu provavelmente chegaria muito tarde, e refletindo sobre as aulas de amanhã, decido que não era tão necessária a minha presença.