Dor

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Boa leitura!!

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Dor.

Taehyung sentiu o corpo reclamar do incômodo no momento em que tentou levantar-se.

Barulhos ensurdecedores tomavam a sala naquele momento. Conseguia ouvir os sons agressivos dos tiros, dos móveis sendo arrastados pela casa.

O cheiro desagradável de morte tomou seu olfato. Estava com medo. Sentia o corpo reclamar a cada segundo que tentava forçá-lo a ficar em pé, mas não conseguia. Suas pernas pareciam travadas, como se não pudesse controlar seus movimentos.

Engoliu o bolo formado na garganta, tentando enxergar algo além do breu eminente. Escuro. O sótão era escuro demais para que sua visão conseguisse identificar algo.

O silêncio havia tomado o local por muito tempo, e aquilo importunava Taehyung. Precisava sair dali, precisava fugir. Antes que qualquer um deles viesse buscá-lo.

Quando ouviu o som dos sapatos contra o soalho velho ficarem cada vez mais próximos, desistiu de tentar movimentar-se, fechando os olhos com força e prendendo a respiração.

Os passos pararam na porta em seguida. O som angustiante dela sendo afastada lentamente envolveu Taehyung em um medo profundo, que o fez respirar assustado. Entretanto, não foi ouvido. A luz de fora adentrou o sótão em que estava, iluminando seu corpo. Havia sido visto.

— Franco, precisamos ir embora. Os reforços podem chegar logo — a voz grossa e rouca fez-se presente no silêncio. — O que? O que é isso?

— Eles devem tê-lo jogado daqui de cima — uma segunda voz se fez presente, mais suave, mas não menos tenebrosa.

— São muitos degraus. Foi uma queda bem feia — disse, aproximando-se da porta aberta, pisando no primeiro degrau do porão. — Ei garoto, está vivo?

Taehyung ouviu-se ser chamado. Não era à voz de seus pais. Com certeza não. Sentiu o coração lamentar, quando a outra metade agradeceu pelo fim de um transtorno. Mas sabia que talvez fosse pior agora, quando o desconhecido adornava-o curiosamente.

— Consigo vê-lo respirando, garoto. Não está enganando ninguém — o homem disse alto, na mesma posição. Retirou a arma presa na cintura, apontando para Taehyung.

— O que está fazendo, Carlos? — Franco perguntou, levantando da posição incomoda. Limpou sobre a calça um dos joelhos que ficou contra o chão em apoio, aguardando uma resposta.

— Não passa pela sua cabeça que ele pode crescer e querer te matar? — riu ácido, olhando para a figura infantil degraus abaixo.

Taehyung os ouvia. Sabia que eles tinham conhecimento de tudo. Mas estava com medo. O que lhe aguardava aos abrir os olhos?

— Traga-o — Franco recitou baixo.

— Você está maluco? O que deu em você num momento desses? — murmurou irritado.

— Vai ser bom te ver treinando ele. Ao menos assim, ele não vai ficar contra nós, certo? — Franco continuava sério, observando Taehyung uma última vez antes de dar as costas e caminhar a passos lentos. — Ande logo. Estarei no carro.

— Francamente — Carlos ironizou, guardando a arma. Olhou para Taehyung, franzindo o cenho. — Ei, você! Levante daí antes que eu te encha de furos!

Taehyung sentiu o coração acelerar. Podia sentir a dor dos batimentos violentos contra seu peito. Respirou fundo, os braços doendo quando forçou-os para levantar seu tronco. Suas pernas pareciam gelatinas, e não sabia se conseguiria realmente levantar.

Pinóquio | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora