Discórdia

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Discórdia.

Jungkook estava parado com os braços cruzados observando a movimentação a frente. Estava em um enorme campo aberto, que fazia parte de um outro lado da polícia.

Ouvia o líder do batalhão do exército dando as ordens, vendo os soldados fazerem tudo focados. Inspirou fundo, buscando controlar seu nervosismo, quando sentiu uma presença ao seu lado, já imaginando que fosse Hoseok.

Não houve nenhuma palavra, o que vinha se tornando comum desde seu primeiro contato com Pinóquio. Nem mesmo Jimin compreendia seu mau humor. Yoongi foi o único que não lhe encheu de perguntas desnecessárias, afirmando apenas que não deveria se deixar abalar tanto com aquilo.

Mas era aí que estava. Tinha se deixado afetar, e muito.

— Descansar! — observou quando o homem parou de dar ordens e mais ordens. Viu os soldados em posição de descanso, assim como viu Hoseok aproximando-se so líder do exército calmamente. Jungkook o seguiu, ficando um pouco afastado, aguardando.

— Baekho — Hoseok chamou, e Jeon notou o olhar do homem frisá-los bem.

— Então esse é o prodígio do tão famoso serviço de bem estar social? — ele ironizou, observando Jungkook próximo. — Parece muito novo para mim.

— Isso não define minhas habilidades. — manteve-se sério, recusando-se a continuar calado, e mesmo se tivesse tentado, não conseguiria. Desde a derrota, desde os comentários que ouvia por suas costas sobre o prodígio de fogo ter perdido uma luta. 

De fato, os boatos correram depressa. Imaginava que alguém estava escutando de curioso atrás da porta enquanto dava seu relatório no mesmo dia que foi buscar informações sobre o garoto que havia enfrentado.

Pinóquio. Era a única informação que conseguiu. Um nome. Na verdade, uma denominação, apenas. Nada mais. Como a central não possuía uma informação sequer? Isso parecia impossível! Eles sabiam o local e a quantidade de mafiosos. Como deixariam passar um detalhe que colocaria toda a abordagem em risco?!

Lembrou-se de ter batido a porta com força enquanto saia da sala repleta de computadores e usuários, odiando todos aqueles inúteis sentados sem lhe dar nada que ajudasse.

Teria que fazer tudo sozinho.

— Não disse isso. — o homem riu, analisando-o. — Recuem todos. Vamos ver do que o garoto é capaz.

Jungkook percebeu o grupo de soldados afastando-se, uma meia lua sendo formada por eles. O terreno era limpo, e o sol iluminava a área em que estavam. Viu Hoseok afastar-se e passar a mão em seu ombro antes de manter certa distância. Jungkook aproximou-se do homem, armando-se para uma luta mano a mano como o homem já fazia.

Não estava com medo, e podia até mesmo sentir-se confortável e calmo, como deveria estar sempre que ia resolver algum problema.

Viu-o atacar. Seus golpes eram firmes, percebeu. Ele queria derrubá-lo de verdade. Moveu os punhos fechados para o rosto do homem, a intenção de realmente machucá-lo também. E em um daqueles, acertou o homem com força, vendo-o cambalear e cair sentado no chão. Manteve a expressão indiferente.

Aquela força bruta era resultado dos testes que eram feitos em seu corpo. Mesmo que fizesse muito tempo que não tinha contato com aquelas salas fechadas, brancas, cheias de seringas e materiais de cirurgia, podia sentir a força percorrer em suas veias quando precisava utilizá-las. Como corria risco de seus anos de vida serem reduzidos, os testes cessaram. Entretanto, nunca soube a quantidade que foi mexida ou adicionada em seu corpo.

— Me dê uma ajuda para levantar aqui. — o líder do exército pediu, e Jungkook não demorou para ir até ele e oferecer a mão.

Mal sentiu quando o braço fora puxado e o corpo jogado no chão, antes que o corpo maior ficasse por cima do seu, sem encostar, atingindo seu rosto com um soco que apenas serviu para despertá-lo.

Pinóquio | taekookOnde histórias criam vida. Descubra agora