10 BONUS - KATY

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KATY

O corredor ainda estava meio vazio porque as pessoas costumam chegar mais tarde na escola. Eu até pensei que teria alguns minutos de paz, isso até alguém bater a porta do meu armário e eu dei um pulo pra trás com o susto que aquilo me deu.

"Bom dia, Katy." Jordan disse parando na minha frente.

"O que você quer?"

"Sua irmã esteve lá em casa ontem, ela com certeza roubou toda a beleza da sua família já que você nasceu...estragada." O filha da puta sabe que auto estima é meu ponto fraco, mas eu sou boa em fazer o papel de quem não de importa. "Ah, o namorado dela estava lá também. Mas, sabe que eu fiquei bem curioso em saber como o Matteo consegue lidar com tão bem com a presença Tyler, já que ele beijou a namorada dele publicamente."

"Olha, eu também não sei nada sobre as relações da minha irmã então me deixa em paz, okay?" Me afasto dele e tento abrir meu armário de novo mas ele puxa meu braço e me obriga a virar de frente para ele. Agora eu me sinto encurralada com os braços dele um de cada lado da minha cabeça.

"Calma, anjinho." Ele segura meu rosto com uma das mãos e isso me trás uma sensação horrível, quase que automaticamente meus olhos lacrimejam e minha respiração fica pesada. "Você sabe que aquelas garotas que te irritam iriam amar saber que eu vi o Matteo e o Tyler se pegando no meu quintal, né? Elas iriam gostar tanto de xingar sua irmã por ela ter sido traída..."

O primeiro ônibus parece ter chegado e o corredor começa a encher. Isso faz com que Jordan solte meu rosto, mas antes de ir embora ele dá um tapa fraco na minha bochecha e sai andando como quem não quer nada.
Eu sinto meu corpo fraco e nem mesmo sei o motivo direito. Por um momento eu sinto as lágrimas querendo sair dos meus olhos e penso em ir até o banheiro pra me acalmar um pouco, até que sinto alguém se aproximando.

"Ei, Katy... Eu...você ta bem?" É o Luke, um dos garotos da minha sala. Ele é daquele tipo de garoto tímido e que nunca está perto de muitas pessoas, mas em todas as vezes que conversamos ele se mostrou ser muito divertido.

"Estou." Digo respirando fundo.

"Eu acho melhor você se sentar um pouco. Você ta meio pálida, sua pressão baixou?" Não consigo responder suas perguntas enquanto ando até um dos bancos do corredor. Ele se senta ao meu lado e respeita meu silêncio, até que o primeiro soluço vem. "Ei, o que houve?"

"Não foi nada." Falo com a voz meio embargada.

Ao longe vejo o grupo que tem infernizado minha vida nos últimos dias. Elas estavam me encarando e eu viro o rosto na intenção de ignorar isso, limpando as lágrimas teimosas que estavam escorrendo dos meus olhos pelas minhas bochechas.

"Tem algo que eu possa fazer pra te ajudar?" Luke pergunta cauteloso. Ele parece uma criança com vergonha, as bochechas coradas e os dedos inquietos.

"Eu só não to me sentindo bem, vou ligar pra minha mãe e pedir pra ela vir me buscar." Me levanto e vou indo até a saída da escola, o sinal do primeiro tempo toca e o restante dos alunos começa a entrar. Logo o estacionamento está vazio e eu estava cogitando a ideia de voltar pra dentro quando Luke me alcança ofegante.

"Vou te fazer companhia."

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