Capítulo 3

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Lívia não havia dormido tão bem,passou grande parte da noite em claro; estava se perguntando o por que de Atena não tê-la respondido.

Lívia...

Minha cabeça rodava e ao mesmo tempo doía, queria estar animada como antes, mas ao mesmo tempo não parava de pensar nela; não agora, não era a hora de me apaixonar, ainda mais por alguém no qual vi tão pouco.
Me sento na beira da cama, pego um bloco de notas velho e começo a escrever o que vêm em mente.
Talvez eu tinha desenvolvido algum sentimento pela Atena, mas como falaria isso pra ela? Nem nos conhecemos direto, não posso estragar tudo logo de início, pelo menos por enquanto iria guardar isso para mim.

Estava na aula com uma cara de sono, no qual todos que olhavam ficavam falando. Estava tão distraída em meus pensamentos que nem percebi ter alguém na minha frente, ergo meus olhos para essa pessoa, não era Atena, ela nem veio pra aula hoje, deveria estar fazendo algo mais importante, pra não atender minhas quatro ligações perdidas.
-Oi. - esse alguém em minha frente fala, quando meu olhar para em sua camisa.
- A oi. - digo sem o menor interesse.
- Spencer!
- Sei quem você é, mas mesmo assim, me chamo Lívia.
- Eu sei, a garota que enfrentou minha namorada.
- Camila? - olho em seus olhos.
- Essa mesmo! Parabéns pela coragem senhorita Evans. Acho que foi justo o que fez pela sua namorada, é tão...não tenho palavras para descrever.
- Primeiro, Spencer obrigada pelas suas ótimas palavras e de achar que sou a namorada dela, seria uma honra ser algo além de uma colega. E agpra faça um favor, saio de perto de mim, você é tão...aí não tenho palavras, sabe?- sorrio, ele me olha com tanto desprezo e ódio que logo sai e senta em seu lugar.

As horas foram passando e nada, quanto mais pensava nela, mais eu me preocupava, queria saber aonde ela morava, pra simplesmente ir lá e perguntar o por que de estar me ignorar; Vejo Johnny passar pelo corredor, peço para ir no banheiro e vou atrás dele.
- Eii John!!- corro até ele.
- Oi pequena!- ele diz e logo sorri.
- Então, eu sei que é meio inconveniente pedir isso pra você, mas será que tem como você passar o endereço da Atena pra mim?- pergunto.
- Se quiser eu te levo até lá, mas tem que ser rápido, antes que o pai dela chegue. - ele fala.
- Por que?- pergunto curiosa.
-Ele é difícil...um dia ela contará a história para você. - ele me da um tapinha no ombro.
- Duvido...- falo cabisbaixa, mas logo volto a ativa.
Vou até a sala, espero a aula do professor acabar, pego minha mochila e saio antes que o outro professor chegasse. Vou até o estacionamento e lá estava John, em uma moto muito linda; Sorrio para ele, ele me manda subir e me dá um capacete, o coloco e vamos para casa de Atena.

O longo caminho até lá me fazia pensar, pensar no que vou dizer pra ela e que cara vou aparecer em sua porta. Sou tirada novamente dos meus pensamentos quando John para a moto e fala que chegamos, a casa de Atena era simples, era bonita, mas havia um grande número de garrafas de bebida vazias, logo na entrada.
-Vai lá, eu volto as três e meia! Agora são uma hora, tem bastante tempo, o pai dela chega às quatro em ponto, é melhor você já estar longe nesse horário, não estou zuando. - ele me olha sério, acenti com a cabeça e vou até a porta tocando a campainha. Escuto alguém destrancar a porta e a abri-lá, Atena estava tão bonita naquele blusão do batman e naquela calcinha box que nem havia percebido o barulho da moto já longe.
-O que faz aqui?- Atena diz assustada, me puxando pra dentro da casa.
- Eu vim te ver, você não atende minhas ligações! - falo observando o interior da casa, os quadros de família, as latas de cerveja, os brinquedos espalhados e a música baixa.
- Lívia você tem que ir! Mas como você iria embora sem ninguém te ver? Não sei...merda, merda, merda!- ela fala colocando a mão no rosto.
- Calma! Se quiser eu saio pela janela, sei lá...não queria causar esse efeito...- falo olhando para o chão.
- Não foi isso que eu quis dizer, eu achei legal da sua parte vir até aqui, mesmo sem saber dos riscos...a que se foda, vamos subir! Não liga pra bagunça e nem para minha calcinha de piu piu. - ela sorri e me puxa.
  O quarto dela era bem arrumado, o celular estava no canto da cômoda, talvez até desligado, a pouca luz do quarto iluminava sua cama com um urso muito bonito. Ela me olha e começa a sorrir, eu juro que não entendi, mas quando ela se joga na cama vejo uma mancha em sua barriga.
- O que foi isso?- falo curiosa.
- John deve ter falado que meu pai é meio perigoso, né? - ela ri.
- Por que o não denúncia? Ele é um perigo, ele que fez isso?- falo me alterando.
- Sim, ele me chamou de puta e me chutou, mas se acalma, minha mãe e irmãos estão bem, eu não importa...- ela para de sorrir.
-Pra vim você importa!- grito. - eu vou ligar pra polícia!.
- Não! - ela esbraveja.
- Por que?
- Porque ele vai ter tudo que merece em pouco tempo, agora pare e se sente, vou te falar mais sobre mim e minha família problemática.- ela sorri de lado e me sento ainda com receio.

Ficamos horas conversando até quase nos beijamos, mas John chegou bem na hora e começou a buzinar, então me despedi e fui correndo para ele. O mesmo me deixou em casa e se foi, fiquei pensando em tudo que Atena havia contando e revisando. Tomei um banho e me deitei na cama, não estava com fome e então adormeci.

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