A festa

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Era dia 5 de setembro, Rose estava deprimida porque havia brigado com os pais, então eu achei melhor que fôssemos a uma festa...As vezes ela tem crises depressivas quando fica muito triste ou ansiosa,ela se machuca e vai parar no hospital. Eu pensei que se eu ficasse por perto evitaria essas crises, mas se eu soubesse o que aconteceria de lá pra frente eu teria ficado em casa com ela como a mesma sugeriu.

Nós estávamos na festa, alguns amigos estavam rindo com nós duas, a comida e a bebida estava boa e ela aparentava estar melhor, até que a Victória chegou. Victória é uma menina nojentinha e rica que é amiga dos pais da Rose, e é claro que ela iria nos provocar

— Uou, eu, Lia e Rose no mesmo lugar, eu devo estar com sorte...Enfim Rose, como foi a briguinha com os pais?
— Olha só Vic, deixe nós duas em paz,  A briga da Rose é assunto dela!– Eu comecei a levantar a voz–
— Victória...Se você quer saber sobre a minha vida, podemos conversar depois, já que você não tem muita coisa de interessante pra fazer–Disse rose no mais calmo tom de voz, depois disso a Victória não falou mais nada–
—Amiga... você ta bem? A Victória é um saco, não fica triste
—Lia você sabe que eu nunca to bem, meus pais brigando comigo, minhas notas abaixando, minha ansiedade, a perca de peso, os cortes, meninas, pessoas espalhando boatos de mim...Eu preciso dar uma volta, sozinha.
—Por favor amiga, não faz nada com seu corpo, toma cuidado, se você se sentir mal me liga, eu vou ta sempre aqui, você é incrível ok?
—Lia, eu te amo mas agora eu tenho que ir...–Ela beijou minha bochecha e saiu–
Mal sabia eu essa seria a última vez que eu ia ver ela realmente viva. Uma hora depois todos sentiram falta dela, decidimos ir procurá-la, localizei o celular dela e fomos correndo para o local, era apenas uma floresta perto da fronteira, nós gritamos o nome dela mas nada respondia além do ruído do vento.
Quando encontramos ela, ou o corpo dela ela tinha cravado galhos pontudos nas pernas e nos braços dela, seu pulso,garganta e barriga estavam completamente cortados, sua veia quase rompida pela lâmina, ela havia cortado o cabelo e rasgado a roupa com uma faca, sua mão e  rosto foram queimados com um esqueiro e pra completar ela tinha feito uma forca na árvore.
Lá estava ela, pendurada, sem roupa, sem pele, sem cabelo, eu abracei o corpo morto chorando, eu gritei, chorei muito, chamei a polícia e médicos de todo lugar....Meus amigos em choque e a Victória e suas amigas que faziam mal a ela começaram a chorar também em choque. Vi a bolsa dela e dentro tinha uma carta de morte, eu não conseguia nem ler

"Se você está lendo isso, é por que você me encontrou aqui...talvez você seja um amigo meu, um conhecido ou alguem que não tenho certeza de que sabe quem sou eu... Entregue essa carta pra única pessoa que realmente feliz, Lia... Amiga, você é forte e você consegue viver sem mim, a onze anos atrás você já fazia isso, você vai se acostumar...eu preciso que entenda que a minha dor não teria um fim rápido se eu continuasse aqui, eu vou lembrar de você seja onde eu estiver agora, apenas vire essa página com o nosso último te amo Lia...Diga aos meus pais que eles não iriam conseguir se livrar da minha dor me tirando do que melhorava ela, eu continuo amando eles, para os meus amigos saibam que vocês foram legais e se não percebiam o que estava acontecendo tenham certeza que eu não queria mentir pra ninguém...Esse é meu ultimo adeus"

A carta suja de sangue, todos começando a chorar, o desespero, era a cena perfeita do início, o início do inferno na terra, o início do sofrimento que toda a cidade teria por culpa de uma escolha feita na floresta, a floresta que guardou a alma da Rose

Continua...

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