Capítulo 6

93 12 0
                                    

Enquanto participava da reunião dos novos membros eleitos para a diretoria da Parnassus Shipping, Leo não conseguia se concentrar na discussão das novas metas que o grupo pretendia implantar.

A única coisa em que podia pensar era em Angel e no que acontecera na noite anterior. E, naquela manhã, quando ela entrara em seu quarto, apesar da vontade instintiva de tomá-la nos braços e beijá-la, Leo procurou manter-se distante para evitar um envolvimento emocional além daquele que ela representaria como sua amante.

No começo da noite, Angel se encontrava acomodada ao lado de Leo, no banco traseiro da limusine da família Parnassus. Sentia um nó de angustia bloqueando-lhe o ar na garganta ao se lembrar do que acontecera pela manhã. Não conseguia tirar do pensamento a frieza com que Leo a tratara. Imaginava que não teria coragem de deixar que ele a tocasse outra vez. E, como se fosse apenas para provocá-la, Leo sobrepôs uma das mãos sobre a que ela repousava sobre o próprio joelho.

― Você está muito linda! – ele exclamou.

― Bem... Você pagou por isso, não foi?

― Dinheiro não tem nada a ver com beleza. E você é realmente muito bonita Angel.

E Leo estava sendo sincero.

Quando ele entrara no quarto dela um pouco antes para chamá-la, Angel se encontrava de frente para a janela e de costas para ele. No instante em que ela girou o corpo para encará-lo, Leo sentiu o ar faltar. O vestido longo turquesa confeccionado em seda pura evidenciava as curvas perfeitas do corpo delgado. O decote em V revelava parte da junção dos seios erguidos e provocantes. Os cabelos foram torcidos no alto da cabeça em um penteado profissionalmente elaborado, que exibia como arremate uma flor exótica na mesma cor do vestido.

Leo se remexeu no banco do carro e apertou a mão miúda de Angel quando resolveu perguntar:

― Como acha que seu pai irá reagir quando ler as manchetes dos jornais pela manhã e descobrir que estamos juntos?

Angel estremeceu e tentou liberar a mão da dele, porém Leo a segurou com mais força.

Ela o odiou naquele instante. A única coisa que a impediu de pedir para motorista parar e descer do carro fora a lembrança do telefonema de Delphi, que recebera pela manhã, no qual ela informava toda feliz de que seu casamento com Stavros tinha sido marcado para o próximo mês. Leo estava cumprindo a palavra mais cedo do que Angel imaginava.

― Acho que você sabe muito bem como ele deverá reagir. Com certeza se sentirá humilhado.

Leo ergueu uma sobrancelha.

― Será mesmo, Angel? Ou vocês dois já haviam planejado como deveria ser o acordo entre nós?

Odiando o sarcasmo no tom de voz que ele usava, Angel revidou para espicaçar:

― Se eu e meu pai realmente costumamos planejar possíveis acordos você nunca irá saber, não é?

― Engana-se, minha querida. De agora em diante eu terei o relatório completo de todos os seus movimentos. Por isso se você e seu pai tiverem qualquer idéia brilhante para prejudicar minha família, podem esquecer.

― Mas nós não temos...

A frase foi interrompida no instante em que Leo capturou-lhe os lábios. Angel ficou tão atordoada com a intensidade daquele beijo que nem mesmo se deu conta de que o motorista acabava de estacionar o carro.

Apenas quando Leo ergueu a cabeça, Angel abriu os olhos e notou que já haviam chegado ao hotel. Sentia o peito arfar e o corpo arder em chamas.

Leo mantinha um sorriso triunfante e com o olhar fixo no busto de Angel murmurou:

SEGRADOS PASSIONAISWhere stories live. Discover now